Grupo de apoio Wyka Kwara

Wyka Kwara
Grupo de apoio Wyka Kwara

Grupo criado para apoiar aos indígenas que estão voltando para a sua casa, para conversar, mostrar os nossos anseios, dúvidas, de como participar mais da luta, compartilhar alguma de nossas histórias, como também compartilhar assuntos recorrentes do movimento indígena que possam acrescentar na nossa luta.

Episodes

  1. Catarina Gushiken

    17/07/2020

    Catarina Gushiken

    Catarina Gushiken nasceu em São Paulo no ano de 1981. Seu modo de olhar o mundo vem de um lugar construído ao som do sanshin de seu jitchan e das delicadas danças sua  batchan. A presença de sua ancestralidade asiática, uchinanchu, povo indígena de Ryukyu (hoje Okinawa/Japão), norteia seu caminho em direção aos saberes dos povos originários.  Durante mais de 10 anos ministrou aulas de Processo Criativo em seu atelier com foco no desenvolvimento da linguagem artística a partir da investigação de memórias e espiritualidade.  Sempre trabalhou  o desenho e pintura como elementos de afeto para o desabrochar de mitologias pessoais com riqueza de pluralidades . Desde 2017 vem se dedicando  à pintura e performance como síntese de seu resgate ancestral que iniciou em 2011, quando começou  o processo de tradução de cartas e diários deixados por seu avô, que datam desde 1936, ano que  ele chegou ao Brasil. Esta imersão  e resgate ancestral que ainda continua em curso, fez surgir o projeto Caligrafias  Imaginadas| Sentidos da Pele ao lado do artista e fotógrafo Gal Oppido. Catarina também vem realizando conexões  entre as escrituras abstratas, corpo e dança, e espiritualidade, tendo participado com suas pinturas corporais, no espetáculo “Jardim Oriental dos Primeiros Desejos", assinado pelo coreógrafo Ismael Ivo e pelo músico Rodolfo Stroeter, junto ao Balé da Cidade de São Paulo, realizado em 2019 no Instituto Tomie Ohtake.

    15 min
  2. Moara

    01/07/2020

    Moara

    Sou Moara Brasil, artista visual e curadora ativista. Nasci em Belém do Pará e resido em São Paulo. Minha Família paterna e materna vem de Santarém. A paterna vem da comunidade de Cucurunã  e a materna da Vila de Boim (Rio Tapajós). Faço parte do coletivo @colabirinto. Atualmente estou me dedicando à pesquisa sobre o apagamento e resistência da memória indígena de minha família de Cucurunã e na criação de um "Museu" itinerante, o “Museu da Silva”, que, além de tratar da pesquisa sobre minha genealogia familiar,  procura revelar as consequências contemporâneas dos processos violentos da colonização. Meus últimos trabalhos incluem uma performance no Festival Internacional da Imagem Valongo, em 2019, com curadoria de Diane Lima. Como também no Seminário de Histórias Indígenas do MASP, fui uma das convidadas para falar sobre o “Museu da Silva”, ao lado do curador Brook Andrew ; fui curadora e participei do “Agosto indígena”  (2019/São Paulo - @colabirinto); fui convidada par o evento Teko Porã, na Expo coletiva “Re-antropofagia” com curadoria de Denilson Baniwa e Pedro Gradella (2019/Niterói- Centro de Artes da UFF). Recentemente fui convidada para a Bienal de Sydney de 2020 (curador Brook Andrew) com um vídeo inédito que fiz da Marcha das Mulheres Indígenas em 2019. Já fui indicada ao Prêmio de Arte e Educação da Revista Select, em 2018, pelo projeto II Bienal do Ouvidor 63, ocorrido na maior ocupação artística de São Paulo. Faz parte dos coletivos "MAR (mulheres artistas paraenses)".

    6 min
  3. Miguel Kwarahy Tenetehar Tembé.

    01/07/2020

    Miguel Kwarahy Tenetehar Tembé.

    Em 1861, em uma revolta do povo Tenetehar Tembé Gurupywar contra os exploradores comerciantes denominados "regatões", os Tenetehar mataram 12 pessoas entre os chefes de posto, seus auxiliares e regatões. Policiais do município Viseu no Estado Pará foram até a aldeia Areal para as devidas investigações, e quando lá chegaram espacaram os parentes sem ouvir as razões. Por conta disto, os indig nas fugiram pelas matas e onde chegavam iam se relocam e ficando morada. Os policiais na ocasião trouxeram para Viseu, três indígenas que uma delas era Raimunda que veio a fixar morada em uma comunidade de Viseu chamada Fermiana. Lá se casou com Eustáquio, um cearense que fugia da seca. Por conta deste incidente a aldeia Tembé Areal ficou vazia e somente em 1964 foi repovoada por conta de um outro chefe de posto chamada Faustino, que saiu pelas comunidades vizinhas procurando Tenetehar Tembé e manda-los para a aldeia. Eustáquio e Raimunda já haviam morrido. Seus netos: Raimundo e Avelina casados (primos), não quiseram voltar por já estarem em outra terra e coma a vida estabilizada e também com medo do chefe de posto que era um branco e sabendo do que seus ancestrais passaram resolveram não atender os apelos do chefe de posto Faustino, preferindo ficar nas terras às margens do rio Pyriá (pyrá). Em 1964, mesmo ano que a aldeia Kanindé foi reativada, a estrada Bragança - Viseu foi aberta. Raimunda e Avelina e todo o clã foram enganados por um homem apelidado de Bragança, enganosame te levou a todos assinarem um papel para regularizar a terra. Cerca de um ano depois,chegou Jader Barbalho afirmando ser dono da terra que havia comprado do então Bragança. Daí todos migraram para Viseu, depois em 1985 migram para Belém com toda a família onde estamos até hoje. Em 2002, Raimundo e Avelina, já perto de morrerem reuniram os netos que foi possível e contaram está história que até então era desconhecida. Depois de ouvida os netos Miguel e Misael decidiram buscar a ancestralidade, seu povo e conhecer detalhes desta história e a identificar outros que viviam nas mesmas condições nas cidades. Esta luta levou a fundação da Associação Multimídia Wyka Kwara com o objetivo de construir uma aldeia para acolhimento de indigenas que vivem em contexto urbano, que esta venha ser transformada em uma universidade indígena para todos os povos e apoiar os povos nas aldeias para evitar que outros saiam das aldeias como antes. Kwarahy Tenetehar Tembé.

    5 min

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Grupo criado para apoiar aos indígenas que estão voltando para a sua casa, para conversar, mostrar os nossos anseios, dúvidas, de como participar mais da luta, compartilhar alguma de nossas histórias, como também compartilhar assuntos recorrentes do movimento indígena que possam acrescentar na nossa luta.

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