Novas Falas Jfortunato

No primeiro trimestre, o PIB do Brasil cresceu ridículos 1%, número insuficiente para mudar a realidade daqueles brasileiros que mais precisam. Houve ligeira melhora no número de empregos, mas nada de impressionar, pois a massa de salários é inferior ao que ganhavam estes trabalhadores. O cenário é complexo, pois com uma inflação anual de 12% e sem qualquer estratégia para reversão deste quadro, as perspectivas são de muitas dificuldades, sobretudo para a ala majoritária da nossa sociedade, que é a mais pobre e vulnerável. Este quadro de desespero - inflação alta, salário baixo e desemprego - já afeta a educação de nível superior, principalmente. Jovens de universidades públicas estão sendo obrigados a largar seus estudos para trabalhar, ajudar a família a colocar comida no prato. Não bastasse estas dificuldades, ainda tramitam no Congresso projetos visando cobrar mensalidades das Universidades públicas. Este governo tem ódio dos pobres, impressionante! E o governador de São Paulo, que ocupa o lugar de Dória e é candidato ao mesmo posto, já disse que é favorável a cobrança de mensalidades da USP, que é estadual. A população brasileira paga hoje a fatura de ter votado errado em 2018, de ter caído nas mentiras endossadas pela mídia. Agora vê o seu mundo sendo corroído e sem perspectiva de melhora no curto prazo    

Esta semana, mais uma criança morreu no Rio de Janeiro vitima de balas disparadas a esmo, jamais bala perdida. A bala, depois de disparada da arma de fogo, vai atrás de um alvo e não importa se aquele para o qual a arma foi apontada. O alvo é e sempre será aquela que ela acerta, pois é esta a sua missão! Dessa vez foi uma criança recém saída da escola e que parou para comprar um saco de pipoca. Morreu na hora, assim como uma dona de casa, que lavava roupa no quintal, vitima da semana passada. A polícia tem sim que combater aqueles que infringem a lei, não importa onde, mas suas ações devem ser bem planejadas, não apenas para evitar mortes desnecessárias, de inocentes, seus agentes e até mesmo daqueles que se combate. A obrigação primeira da polícia é prender e entregar o preso à Justiça, que é quem deve determinar o destino do preso. Matar somente em última instância, quando a vida do agente da lei estiver em risco. A polícia, entendo eu, que sou leigo, não pode disparar suas armas em locais densamente povoados, como as favelas. As estratégias, imagino, devem ser outras, para diminuir a letalidade de suas operações. A população deve respeitar a polícia, jamais ter medo. 

Os desastres naturais são naturais, sem controle, porém hoje tecnicamente previsíveis. O número de mortes no Brasil, em razão desses eventos, só cresce. Nos últimos 5 meses, foram quase 500. Faltam políticas públicas e ações de prevenção. Os governos só atentam para o problema despois que o mal está feito. Até quando? Se gasta tanto dinheiro público em bobagens e para as prioridades, como a construção de casas populares, nunca existe. 

Os números de casos de covid estão crescendo em todo o Brasil. Em São Paulo, o maior Estado da Federação, o números de contaminação e internação, inclusive em UTIs, crescem aceleradamente. No entanto, o governo estadual, ao invés de decretar a obrigatoriedade do uso de máscara, fez apenas uma sugestão, à população e aos prefeitos. Ou seja, não decretou a obrigatoriedade como deveria, segundo especialistas não vinculados ao governo do Estado. E qual a razão? A eleição para o governo de São Paulo. O governador que está no posto era vice do eleito, João Dória, que foi obrigado a deixar o governo quando tentou se candidatar à presidência da República. O governador tampão, que busca se manter no cargo, agora por meio dos votos, tem medo de desagradar o povo ao protegê-lo com a obrigatoriedade do uso da máscara. Resumo da ópera, eleição não combina com prevenção, nem voltada para a saúde. 

Alguns sertanejos andaram criticando a lei Rouanet, endossando o discurso dos apoiadores do Bolsonaro, que acusa artistas de usarem dinheiro público para financiar suas produções, o que não é verdade. E como toda mentira tem perna curta, como diz o dito popular, descobriu-se que prefeituras, de municípios que mal conseguem sobrevivem com a arrecadação de seus tributos e da ajuda oficial - Estado e Federal - pagam milhões por shows de muitos desses sertanejos. Nada contra a Lei Rouanet, que para conseguir o seu apoio tem que apresentar projeto, ser fiscalizado e o término, justificar as contas, diferentemente dos contratos feitos pelas prefeituras municipais, cuja contratação, que dispensa licitação, depende apenas da assinatura do prefeito. Acho que vale uma CPI para investigar melhor estes casos, não pelos cantores, mas pelos políticos que gastam recursos importantes, que deveriam ser direcionados para questões mais urgentes destas cidades, como educação, saúde, dentre outros. É lamentável esta situação, sobretudo num País com 30 milhões de miseráveis, brasileiros que nada tem para comer, e mais de 12 milhões de desempregados  

Como se a cidade de São Paulo estivesse vivendo às mil maravilhas, com tudo em seus devidos lugares, dois vereadores de São Paulo, vereadores Isac Félix (PL) e Sandra Santana (PSDB), apresentaram projeto, que foi aprovados sob gargalhadas dos colegas, que cria o Dia da Harmonização Facial. Os vereadores da cidade estão desconectados da realidade, só poder ser isso para apresentarem um projeto como este. Na maior e mais populosa cidade da América Latina, vivem hoje em situação de rua mais de 60 mil pessoas, que dormem ao relento, muitas famílias, vítimas do desemprego que atinge mais de 12 milhões de pessoas no país. Estas pessoas é que deveriam está tomando a atenção dos senhores vereadores, deveriam estar apresentando projetos que mitigassem estes problemas. A Câmara dos vereadores virou um circo e no centro do picadeiro está o povo, que paga o salários, despesas e benefícios destes senhores para fazerem nada, absolutamente nada! São raros os vereadores e vereadores que se ocupam da cidade, verdadeiramente, os demais vivem de projetos para poucos e, importante, dar nomes de ruas e praças para agradar A ou B. Chega, São Paulo não merece a pior legislatura da história de sua Câmara de vereadores.