A Propaganda Na Segunda Guerra Mundial
Durante os anos da II Guerra Mundial a melhor criatividade foi utilizada em benefício da propaganda e do recrutamento de jovens para as forças militares. Conheça aqui os melhores cartazes americanos e saiba como os aliados viam o mundo no início dos anos 40. Existem imagens mais institucionais que mostram jovens militares a olhar o horizonte com uma arma na mão, mas também imagens mais irreverentes, como aquela que mostra Hitler de boxers com a legenda "Apanhe-o desprevenido". De entre as mensagens veiculadas, destacam-se aquelas que incitavam à compra de vales de guerra (war bonds), que ajudavam ao financiamento das armas e ao sustento dos soldados. Há também diversos cartazes dirigidos ao público feminino, mensagens de contenção e de cuidados a ter com conversas em público. A propaganda era diversificada e, como em qualquer estratégica de marketing, eram usadas várias formas para apelar à população, incluindo o humor. Quando se estuda o Nazismo e o processo de instituição do Terceiro Reich por Adolf Hitler, uma das características mais evidentes é a retórica antissemita, isto é, o conjunto de discursos elaborados contra a população judaica europeia. Entretanto, é necessário ressaltar que a esses discursos estavam associados outros, que se referiam propriamente ao “sequestro” da consciência da própria população alemã, que foi progressivamente “inflamada” pela linguagem do nazismo, ou, como dizem alguns autores, a linguagem do Terceiro Reich. A função da propaganda e o uso dos meios de comunicação de massa foram cruciais nesse processo. Antes de tudo, é necessário compreender que não apenas o nazismo, mas também o Fascismo e as demais variações políticas totalitárias do início do século XX só foram possíveis em face da formação da sociedade de massas, advinda do processo de industrialização da Europa, completado no século XIX. Meios de comunicação como o rádio tornaram-se muito populares nesse contexto e sua utilização para transmissão de discursos políticos de líderes como Hitler foi peça chave para a cooptação das massas que viam em tal líder uma figura “redentora”, “messiânica”. O pesquisador Luiz Sérgio Krausz assinalou que: “A gradativa entrega ao fanatismo que se observa na Alemanha dos anos 1933-1945 revela-se como o triunfo de uma retórica e de uma língua cujo objetivo é conduzir à criação de hordas e não de um corpo de consciências individuais. (KRAUSZ, Luis Sérgio. Consciência e inconsciência do nazismo. Pandaemonium ger., São Paulo. n. 15, 2010. p 194.) No caso específico da propaganda nazista, a máquina de fabricação de discursos políticos que enalteciam os feitos do Terceiro Reich, a figura do Füher e a figura da raça ariana e, ao mesmo tempo, demonizavam os judeus, os poloneses, os comunistas, os cristãos, ciganos, deficientes físicos, etc., era habilmente controlada por Joseph Goebbels (1897-1945), ministro da propaganda de Hitler. Goebbels ficou conhecido pela frase “uma mentira dita cem vezes torna-se verdade”, que sintetiza a proposta de implicação psicológica da propaganda nazista. A elaboração da máquina de propaganda nazista contava com a instrumentalização de intelectuais e pessoas ligadas às artes (arquitetos, escultores, pintores, músicos, cineastas etc.).Um dos exemplos mais notórios foi o da cineasta Leni Riefenstahl (1902-2003), que produziu o famoso documentário O Triunfo da Vontade, em 1934. Nesse filme, Riefenstal buscou retratar a formação da sociedade disciplinada e militarizada criada pelo III Reich. Dessa forma, além da gravação dos discursos de Hitler e seus ministros proferidos para centenas de milhares de pessoas em praça pública, em O Triunfo da Vontade, pode-se observar ainda soldados em treinamento exibindo os corpos atléticos que, segundo a linguagem visual do nazismo, encarnavam a essência da raça ariana.