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Clínica filosófica em dialógica com outras áreas do conhecimento e expressões humanas. Momentos de atravessamentos e conexões, onde minhas inquietudes talvez encontrem as de vocês e possamos avançar juntos... Por Ana Rita de Calazans Perine / Instituto ORIOR

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FILOSOFIA CLÍNICA - Diálogos Transversais Ana Rita de Calazans Perine / Instituto ORIOR

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Clínica filosófica em dialógica com outras áreas do conhecimento e expressões humanas. Momentos de atravessamentos e conexões, onde minhas inquietudes talvez encontrem as de vocês e possamos avançar juntos... Por Ana Rita de Calazans Perine / Instituto ORIOR

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    DESCONCERTO

    DESCONCERTO

    Um alerta para todos nós, diante de calamidades e desconcertos de toda ordem...

    Ana Rita de Calazans Perine
    orior.com.br/ana-rita

    • 7 min
    A ILUSÃO DO OUTRO

    A ILUSÃO DO OUTRO

    Uma história sufi em dialógica com os desequilíbrios da contemporaneidade: psíquicos, ecológicos, sociais e econômicos.

    Ana Rita de Calazans Perine

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    • 4 min
    MASCARAMENTOS

    MASCARAMENTOS

    "Aproximamo-nos do tema considerando os eixos do
    autoconhecimento e da alteridade, dimensão do outro que habita dentro e fora de mim. Assim, o calçar máscaras nos remete a níveis distintos de absorção da
    realidade, onde a ação se molda a partir da leitura que faço do interno e do externo, mapeando territórios, aferindo temperaturas e buscando a têmpera:
    consistência / equilíbrio que possibilite o movimento, o livre circular. 

    Conscientes ou não, mascaramentos nos conduzem ao longo da vida; mais do que máscaras e/ou escudos, são ferramentas que expressam faces e fases de nós mesmos.

    A vida nos impele a constantemente rever leituras, colhendo respostas e aprofundando perguntas em pleno viver. Uma leitura rasa tende a desinformação e a hipocrisia, além de ser presa fácil para manipulações
    de toda ordem.  Na medida em que navegamos pela existência, melhor observamos tempos e modos próprios, de circunstâncias e de relações. Questão de equacionarmos liberdade e compaixão na expressão de quem somos, para não violentarmos nem a nós nem aos outros. 

    "Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém" - noção de liberdade, expressa por São Paulo, o apóstolo. "Nada do que é humano me é estranho" - noção de compaixão, de Terêncio, dramaturgo romano. Para isso assimilar há que termos bagagem não só teórica, também prática! A diferença se assemelha ao embaraçoso contraste entre quem perambula com uma pesada mala sem alça e outro com uma mala de rodinhas ergonômica.

    Há que mapearmos os buracos ao longo do caminho para,
    se não pudermos pavimentá-los (e nem todos os consertos são de nossa responsabilidade), buscarmos rotas de fuga, evitando desgastes desnecessários
    e, o que é ainda pior, que essa máquina maravilhosa que momentaneamente nos pertence (nosso corpo) sucumba antes de concluirmos o que aqui viemos realizar.

    Máximas como "não há vento bom pra barco sem rumo" e "porto é um lugar seguro, mas navio foi feito para navegar" estimulam processos de autodescobertas.

    Nesse contexto o mascaramento passa a ter um papel
    pedagógico, como uma espécie de filtro que nos aproxima de nós mesmos e dos demais na proporção exata da nossa capacidade de sustentação (nos
    sustentarmos em ação) e necessidade de nutrição. Ocasião em que enxergamos, refletimos e atuamos sobre o que já estamos preparados para perceber. Que essa ação, dirigida a gente e aos que nos cercam seja capaz de apresentar liberdade e compaixão, justo por trazer registrada a nossa história sem apequenar ou apagar a história do meio onde ela se insere. "



    Ana Rita de Calazans Perine

    orior.com.br/ana-rita

    • 4 min
    O RISCO DA FILOSOFIA

    O RISCO DA FILOSOFIA

    " A filosofia (e o filosofar) está em tudo que nos toca e atravessa, é disposição originária e própria do humano, permeia o universo do ser. 

    A filosofia não nasce na Academia, ela é pela Academia absorvida e por vezes por ela engessada em teorias e correntes de pensamento que aprisionam ideias alheias, nascidas do livre circular, sem libertar suas próprias. 

    O filosofar é da vida e do viver, ainda que possa estar no meio acadêmico, não é ditado por títulos, insígnias e chancelas. 

    Filosofia é pathos (paixão, afeto, empatia, emoção, persuasão), ethos (ética, autoridade moral) e logos (lógica, razão): os três pilares da retórica, segundo Aristóteles. Um discurso, ainda que persuasivo, pode não trazer verdade nem permitir sua checagem, não trazendo nem permitindo, seria um discurso vazio.

    Verdade é busca. Checagem, indícios que dela encontramos no processo de estar aqui e agora, em relação com a vida, inseridos no pulso da existência, experimentando e experienciando. Daí a prática do laboratório grego, filosofia promovendo ajustes necessários no processo do viver. Não há transcendência sem experiência, nem avanço sem fronteira. 

    Percorremos o território da existência impondo e ampliando limites. Na zona fronteiriça, divisa entre eles, carimbamos o passaporte do aprendizado. Ele é o salvo conduto, nosso passe livre, convertido em bagagem, repertório, histórias para contar, inquietudes para compartilhar, conhecimentos para disseminar... 


    O risco da filosofia?! Talvez o inerente a um bem conduzido processo terapêutico: nos colocar diante de nós mesmos!"



    Ana Rita de Calazans Perine
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    • 2 min
    O CARÁTER VOLÁTIL DAS RELAÇÕES

    O CARÁTER VOLÁTIL DAS RELAÇÕES

    "...Acordei refletindo sobre a efemeridade dos laços, incomodada com a pouca profundidade, olhar reduzido e honestidade das relações, seja da gente com a gente mesmo ou da gente com a vida. O que não deixa de ser curiosa redundância quando pensamos na palavra Vida ser capaz de englobar a nós mesmos e todo nosso entorno, desde fora até dentro. De certo modo esse termo, equívoco / ambíguo por natureza, comporta sentidos tão diversos quanto às subjetividades que o movimentam. E aí, de onde meu olhar alcança, confunde-se com o que em Filosofia Clínica nomina-se Estrutura de Pensamento: o que nos preenche, habita, suporta, possibilita e abriga.

    O volátil nem sempre se desfaz. Ainda que modifique seu estado de apresentação, altere tempos e espaços, introduzindo variáveis até então não percebidas no corriqueiro cotidiano do mundo circunstancial... Outro jeito, nova forma de nos percebermos e de nos localizarmos existencialmente, como se pressão e temperatura ambiente vaporizassem certezas, relativizassem saberes e questionassem verdades tidas como inabaláveis.

    A vida nos movimenta, nós nos movimentamos pela vida ou nós que movimentamos a vida? O que dá liga entre viventes e a vida, o que possibilita interseções positivas e duradouras?

    Pessoas se aproximam e afastam, emitem opiniões e desferem juízos, muitas vezes antecipados, sem perceberem alterados seus ângulos de visão e a si próprios. O efêmero é passageiro, temporário e transitório a partir da coisa em si ou do olhar de quem olha?!

    A vida nos movimenta, nós nos movimentamos pela vida ou nós que movimentamos a vida? Presas em meio à pressa de imediatismos e utilitarismos exacerbados, quase sucumbimos como seres relacionais capazes de autocrítica e correções de rota.

    No fio da navalha entre fantasia e realidade, bifurcação que descortina outros horizontes possíveis, realidade fantástica: corda bamba para uns, chão firme para outros. Criação humana em leitura divina e/ou criação divina em leitura humana?!

    Nesse jogo de forças - buscando resultados rápidos, massageando egos e insuflando paixões - muitos se apresentam como portadores da Verdade, como se ela estanque fosse e não decorresse de inúmeras coconstruções efetivadas vida a fora. Por vezes não se percebem ventríloquos de onipotência e presença emudecedora, por outras intencionalmente manipulam, enfeitiçam e adormecem.

    Vocês talvez possam estar se perguntando, assim como eu faço agora, por que cargas d´água trago um tema tão espinhoso, ainda que trivial, logo às vésperas da folia de carnaval? Ora Minha Gente, como se isso não fizesse parte da nossa experiência humana, temporariamente
    circunscrita na matéria. Não nos avexemos não... Seja na entrega aos blocos ou no retiro das festas, nas cidades ou matas, serra ou litoral, que a catarse venha com consciência e que Baco nos acompanhe, mas não ouse nos entorpecer para roubar a cena... Nossa história, bem ou mal, entre erros e acertos, somos nós que escrevemos... Que o aprendizado prossiga!"



    (Ana Rita de Calazans Perine)

    orior.com.br/ana-rita

    • 4 min
    RECORRÊNCIAS QUE LIBERTAM

    RECORRÊNCIAS QUE LIBERTAM

    "...Sábado à tarde, máquina de lavar-roupas funcionando
    e eu meio que de molho, em suspensão, procurando aterrissar com um pouco mais de consistência e pertinência em meio às recorrências cotidianas... 

    Haveria um posicionamento justo, correto, nesse
    turbilhão de acontecimentos que soterra e destampona o ser gente... Quais os modos, tempos e idades que ditam frescor, que insuflam ardor as humanidades? Quantos JÁ ERA comportariam o que antes ERA certo? Se ERA foi, permanece de outra maneira a substância que agora e outra vez toma forma...

    Reconfigurado no presente, flutuando em amplos espectros de afirmação e negação, onde o lenitivo das certezas nos espreita...
    Haveria nelas eixo, chão?! Algo de não conformista em cada arrebentação que desnuda a ilusão... Seria original ou roupagem surrada a NOVA ERA?

    O que sopra a poeira dos dias... O que desengordura o arremedo de ser gente na gente?! É demasiado o que faz de nós humanos... Ou atrofia a rede que tolhe e não acolhe e recolhe o que há de mais vivo no moribundo que pesa, satura e encapsula o brilho da gente?!

    Faz um bom tempo que abri mão de amaciantes, se o excesso de perfume pode confundir as fibras das roupas, atraindo resíduos... o que fazem holofotes sociais e seus vernizes?! Os discursos se autoflagelam ao admitirem um só curso... Curvas são abolidas em prol das retas. Dissonâncias não detectadas, melhor, estrategicamente invisibilizadas, alimentam a normose do violento gozo, aquele que silencia prazeres...

    A roupa segue batendo na máquina, eu busquei o
    sol... Estou aqui, sentada no jardim do prédio, sentindo a brisa, observando a mobilidade dos veículos e transeuntes em
    contraste com a aparente imobilidade da Catedral... Nela ainda há a cadência surda do relógio que teima em ditar o caminhar... E em mim, o que há?!

    O céu, o vento e as nuvens sempre me apaziguaram: trino que faz da dualidade um... Enquanto há luz e o programa não finda a
    máquina persiste: molho, lava, enxagua, centrifuga... Como o corpo encantado respira e transpira o pulso que sopra para além e ritmadamente se mantém.

    Percorremos noites e dias, mapeamos ciclos, contornamos começos e fins, desdobramos eras... Que algum dia possamos nos perceber humanos como Vida espraiada sobre si mesma, à semelhança de roupas estendidas no varal, ao sabor dos tempos...

    A máquina parou de funcionar, a programação automática concluiu seu curso, agora é comigo! Ela me chama... Ainda que
    concreta a elegância ou deselegância, somos mutantes e isso me anima... Sopra uma brisa suave, aproveitemos os momentos! Há quem diga ser nossa vã liberdade."

     

    Ana Rita de Calazans Perine

    orior.com.br/ana-rita

    • 5 min

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