O Poema Ensina a Cair Raquel Marinho
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- Arte
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Perseguindo a ideia de Lawrence Ferlinghetti - "a poesia é a distância mais curta entre duas pessoas" - esperamos, através das escolhas poéticas dos nossos convidados, ficar mais perto deles e conhecê-los melhor. Usamos o verso de Luiza Neto Jorge “O Poema Ensina a Cair” para dar título a este podcast sobre os poemas da vida dos nossos convidados.
Um projecto da autoria de Raquel Marinho.
"Melhor podcast de Arte e Cultura" pelo Podes 2021 - Festival de Podcasts.
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Francisca Camelo (I): "Poesia para mim sempre foi um exercício de fruição de liberdade"
Francisca Camelo nasceu no Porto em 1990: é poeta e diseuse.
Tem poemas espalhados em diversas antologias e revistas, sobretudo em Portugal e na América Latina, tendo sido traduzida em espanhol, grego, francês e alemão.
Os seus poemas podem também ser lidos na revistas Enfermaria 6, Pulsar, Tutano, Nervo e PRIMA (Portugal), Círculo de Poesía e Barca de Palabras (México), Palavra Comum (Galiza), Ruído Manifesto e Gueto (Brasil), entre outras.
Autora de “Cassiopeia” (Apuro Edições, 2018); “Photoautomat” (Enfermaria 6, 2019); “O Quarto Rosa” (semi-finalista do Prémio Oceanos 2019, Corsário-Satã (Brasil)), “A Importância do Pequeno-almoço” (Fresca Edições, 2020) e “Quem me comeu a carne” (Nova Mymosa, 2022).
Organiza performances de Spoken Word e conversas mensais com outros poetas, no seu projecto Sin.cera. Gosta de tomar o pequeno-almoço devagar e com calma e de ouvir Chavela Vargas.
Poemas:
1 - Elizabeth Bishop, One Art
2 - Alexandre O’Neill, Um Adeus Português
3 - Adília Lopes, A propósito de estrelas
4 - Frank O’Hara, Poem
5 - Zeca Afonso, Era um redondo vocábulo
6 - Herberto Helder, Poemacto II
7 - Mário Cesariny, de profundis amamus
8 - Maria Teresa Horta, Segredo
9 - Marília Garcia, no dia 7 de março de 2019
10 - Sharon Olds, Sex Without Love
Livro de não poesia:
“Your silence will not protect you, Essays and Poems” da Audre Lorde (Silver Press, 2017) -
Direito de Resposta - poetas nascidos depois do 25 de Abril conversam com poetas do passado
Assinalamos os 50anos do 25 de Abril com uma conversa com Ricardo Marques sobre o livro "Direito de Resposta", Flan de Tal, 2024.
Poeta e tradutor, é de Ricardo Marques a selecção, prefácio e revisão deste livro editado pela Flan de Tal, com grafismo e paginação lina&nando, publicado no mês em que se assinalam os 50 anos da revolução.
No prefácio, que tem como título "TODO O POETA É PUNK", Ricardo Marques faz a pergunta: e se, de repente, pudéssemos responder com um poema a outro poema do passado?
É isso que fazem 25 autores contemporâneos nascidos depois de 25 de Abril de 74, que escolheram poemas do passado para lhes escreverem uma resposta.
Os autores que integram esta antologia, por ordem alfabética, são: Álvaro Seiça, André Tecedeiro, Beatriz de Almeida Rodrigues, Catarina Nunes de Almeida, Catarina Santiago Costa, Ederval Fernandes, Fernanda Drumond, Filipa Leal, Francisca Camelo, Henrique Manuela Bento Fialho, Inês Dias, Inês Francisco Jacob, João Bosco da Silva, José Pedro Moreira, Mariana Varela, Miguel Cardoso, Miguel-Manso, Paola D´Agostino, Pedro Korres, Rafael Mantovani, Rafa (Rafaela Jacinto), Raquel Serejo Martins, Ricardo Marques, Ricardo Tiago Moura e Tatiana Faia.
Entre os poetas do passado com quem dialogam encontram-se autores como Mário de Sá-Carneiro, Ângelo de Lima, Emily Dickinson, Alberto Caeiro, Francisco Sá de Miranda, Gertrude Stein, Matsuo Bashô Soror Juana Inés de la Cruz, Safo ou Mariana Alcoforado. -
Luísa Sobral (II): “Gosto da ideia de ser outra pessoa, de ter outra vida dentro da minha”
Segunda parte do podcast com a cantautora e compositora Luísa Sobral.
Poemas:
José Régio, Cântico Negro
Márcia, Hoje apetece-me
ser eu mesma
Álvaro de Campos, Todas as
Cartas de Amor são Ridículas
Miguel Torga, Sísifo
José Luís Peixoto, O passado tem de provar constantemente que existiu
Livro – Jon Fosse, Manhã e Noite, tradução de Manuel Alberto Vieira, edição Cavalo de Ferro -
Luísa Sobral (I): “Valsinha: Esta é a canção que eu mais gostava de ter escrito na minha vida.”
A nossa convidada de hoje escreve canções desde os 12 anos e a primeira canção que cantou sozinha “com um radiozinho pequeno” foi escrita por Carlos Tê e chama-se “Não Há Estrelas no Céu”.
Luísa Sobral nasceu a 18 de setembro de 1987. Cantautora e compositora, sempre quis ser cantora ou atriz (de teatro) e, para tentar chegar a esse objetivo (Luísa é dada a organizar e planear), além de participar num programa de talentos da televisão, tentou entrar no conservatório. Uma professora disse-lhe que nunca iria ser cantora na vida porque tinha nós nas cordas vocais. Enganou-se, e ainda bem.
6 discos de originais, onde se incluem canções para todas as idades e até canções de embalar, colaborações com nomes importantes da música cá dentro e lá fora, tanto como compositora como como letrista ou produtora.
Poemas primeira parte:
1 - Matilde Campilho, O último poema do último príncipe
2 - Maria do Rosário Pedreira, Lábios
3 - Maria do Rosário Pedreira, Costas
4 - Sophia de Mello Breyner Andresen, Quando
5 - Tim Burton, Robot Toy
6 - Vinícius de Moraes, Valsinha -
Leonardo Gandolfi (II): "As coisas que me comovem são as transformações que me fazem encontrar pessoas, coisas, linguagem."
Segunda parte do podcast com Leonardo Gandolfi, poeta, crítico literário e professor universitário em São Paulo.
Poemas:
Não mais sob a árvore de Bô, de Enterrem meu coração no Ramelau (1982), Jorge Lauten;
A gleba me transfigura, de Vintém de cobre (1983), Cora Coralina;
Mulher VIII, Dizes-me coisas amargas como os frutos (2001), Paula Tavares;
Bibliotecas, Ilhéus (2013), Edson Cruz;
“O António Ramos Rosa estava deitado na cama”, de Poemas canhotos (2015), Herberto Helder.
Livro de não poesia:
Ursinho Pooh, de A.A. Milne, tradução de Monica Stahel. -
Leonardo Gandolfi (I): "Eu não escrevo em língua portuguesa, eu escrevo na língua Drummond"
Leonardo Gandolfi nasceu em 1981, no Rio de Janeiro, e mora em São Paulo desde 2013, onde trabalha como professor de Literatura Portuguesa na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
É autor, entre outros, de "Robinson Crusoé e seus amigos" (Editora 34, 2023, finalista do prêmio Jabuti de poesia). Organizou a antologia de Manuel António Pina "O coração pronto para o roubo" (Editora 34, 2018) e
publicou o ensaio "Manuel António Pina" (Eduerj, 2020), livro da coleção Ciranda de Poesia.
Manuel António Pina é um dos autores portugueses que estudou e conheceu pessoalmente cá em Portugal, mas encontramos no seu currículo outras abordagens à poesia
portuguesa.
Poemas primeira parte:
1. Porquinho-da-índia, de Libertinagem (1930), Manuel Bandeira;
2. Resíduo, de Rosa do povo (1945), Carlos Drummond de Andrade;
3. O sim contra o sim, de Serial (1961), João Cabral de Melo Neto;
4. O texto de Joan Zorro, de O texto de Joan Zorro (1974), Fiama Hasse Pais
Brandão;
5. Fala de um homem afogado ao largo da senhora da guia no dia 31 de agosto de 1971, de Toda a terra (1976), Ruy Belo;
Críticas de clientes
Pela estrada fora
Tem sido uma aventura extraordinária ler este livro e ir a todos os sítios dele. Leio devagar porque preciso de conhecer a Route 6 (e o resto). E o resto é muito. Voltei a ouvir Tó Trips, li o longo Uivo, estudei pormenores das biografias dos da Geração Beat. Até já sei o é um vinho Tokai. Porém, a edição do meu livro não é fiel ao maravilhoso trecho que o Tó Trips leu (tão bem). Será que o livro dele é uma tradução do rolo inicial? É que me parece ser tão melhor. Sou absolutamente fã de cair com um podcast. E este é um poema. Agora não é uma crítica, é uma sugestão: já que é um verso da Luiza Neto Jorge que dá o nome ao podcast, porque não convidar o pintor do Ciclópico Acto para desenhar também aqui, os poemas da sua vida?
Redescoberta
Ao ouvir o Seu podcast, redescobri a poesia, andava cá dentro com uma vontade imensa de voltar a ela.
Muito obrigado e aguardo novos episódios
Porquê?
Ninguém usa tão bem a palavra porquê, nas entrevistas com a Raquel. Agradeço lhe ter devolvido a poesia aos meus dias , andamos perdidas. Devia pensar em reunir num livro as respostas dos convidados à sua pergunta “para que serve a poesia”