O Macaco Elétrico

@PauloSilvestre
O Macaco Elétrico

Jornalista (preferencialmente digital), educador (preferencialmente digital), trabalhando para tornar o mundo um lugar melhor

  1. IA dá passos lentos na educação

    5 DAYS AGO

    IA dá passos lentos na educação

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 Por que a inteligência artificial ainda dá passos lentos na educação? Com essa tecnologia avançando exponencialmente e de maneira transversal em nossas vidas, a volta às aulas reabriu o debate sobre a digitalização da escola. Apesar da rápida evolução, seu uso ainda é limitado nas salas de aula brasileiras, principalmente porque muitos professores não sabem como incorporá-la em seus planos de aula. Enquanto isso, os alunos a abraçam, deixando para os educadores a tarefa espinhosa de encontrar formas de avaliar os estudantes de forma justa e eficaz nessa realidade. Mas o debate vai muito além disso. Em abril passado, o governo paulista anunciou que passaria a usar a IA na produção do conteúdo didático distribuído na rede estadual de ensino. A proposta foi alvo de muitas críticas, pois a IA generativa ainda erra muito em suas produções. Professores responsáveis por verificá-las argumentaram que é mais trabalhoso fazer isso do que produzir um conteúdo totalmente novo. Mesmo assim, o projeto foi implantado. Resistir a essa tecnologia não faz sentido: ela efetivamente pode ajudar os professores de diferentes formas. Mas incorporá-la de maneira descuidada ou inconsequente pode trazer muitos prejuízos à educação. A IA permite adaptar o conteúdo às necessidades individuais dos alunos, enquanto a automação de tarefas administrativas libera tempo precioso para interações ricas e atividades criativas. Ela também pode ajudar na inclusão, oferecendo recursos adaptados para alunos com necessidades especiais. O problema é que a formação continuada dos professores no tema é insuficiente ou nula! Isso aumenta a desconfiança de muitos deles e atrasa a adoção da tecnologia. O diálogo aberto e a capacitação contínua são essenciais para se compreender que a IA pode ser uma poderosa aliada, mas também que a educação não se restringe a uma transmissão de conteúdos que possa ser automatizada. Ela envolve empatia, mediação de conflitos, formação do pensamento crítico e desenvolvimento social, habilidades que nenhuma IA tem para substituir a interação humana na sala de aula. E você, está aprendendo com a IA no seu cotidiano pessoal ou profissional? Ou quem sabe a usa para ensinar sua equipe ou mesmo alunos? Conte nos comentários suas experiências! E veja nesse episódio com essa tecnologia deve ser bem usada nisso.

    8 min
  2. A galinha dos ovos de ouro e a IA

    24 FEB

    A galinha dos ovos de ouro e a IA

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 Quem tem pressa come cru, e ainda pode ficar com dor de barriga no seu negócio! A fábula atribuída a Esopo é uma velha conhecida! Era uma vez um fazendeiro que possuía uma galinha que, todos os dias, botava um ovo de ouro. Com isso, ele ficou muito rico, mas, com o tempo, sucumbiu à ganância. E assim pensou que, se a galinha botava ovos de ouro, dentro dela deveria haver uma grande quantidade do metal. Decidiu matá-la para pegar todo o ouro de uma vez, mas descobriu, ao cortá-la, que, por dentro, era como qualquer outra galinha. A história demonstra os perigos de se querer resultados imediatos sem pensar nas consequências. E há tempos a relaciono a usos inadequados da inteligência artificial generativa, que deslumbra muitos gestores. Eles a veem como a tecnologia dos “ovos de ouro”: inovação, produtividade e redução de custos! Mas ao usá-la sem planejamento, ética ou compreensão, esses gestores podem “matar sua galinha”. Ao implantar a IA sem considerar os impactos sociais, regulatórios ou organizacionais, como a perda de empregos, vieses algorítmicos ou uso irresponsável de dados, eles minam a confiança dos clientes, pioram a experiência deles com a marca, prejudicam a sua reputação e até enfrentam consequências legais. Pensei nisso na semana passada em uma conversa com Tiago Paiva, fundador e CEO da Talkdesk, quando disse que “há muitas empresas que não conseguem perceber que a experiência do cliente é das coisas mais importantes que há.” E ele fala com propriedade, pois seus produtos automatizam o atendimento a clientes com um bom uso da IA, em uma missão declarada de “livrar o mundo da experiência do cliente ruim”. De fato, o atendimento é uma das áreas mais impactadas pela IA. Usada corretamente, essa tecnologia pode mesmo levar a experiência do cliente a um novo patamar. Porém, muitos gestores ainda “matam suas galinhas” ao usá-la irresponsavelmente para inflar resultados. Então como fazer do jeito certo? É sobre isso que falo nesse episódiocustomer experience. E você, acha que está usando adequadamente a IA?

    9 min
  3. Como não perder seu emprego para a IA

    15 FEB

    Como não perder seu emprego para a IA

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 Como não perder o seu emprego para a inteligência artificial? Entre as ações bombásticas de Donald Trump em seu primeiro mês como presidente dos EUA, uma das mais emblemáticas visa demitir 2 milhões de servidores federais. Parte dessas vagas será reposta com pessoas mais alinhadas a suas ideias, mas muitas funções passarão a ser desempenhadas por sistemas de inteligência artificial. Esse movimento vem se acelerando também na iniciativa privada, mas a magnitude sem precedentes daquela iniciativa reacende o debate global sobre o impacto da IA no mercado de trabalho. A substituição de profissionais por máquinas afeta de funções básicas a cargos de alta qualificação, o que é inédito. E isso gera questionamentos sobre o futuro, incluindo o que acontecerá com uma crescente massa de desempregados que não conseguirá se recolocar. Para muita gente, o que importa é como “não entrar para a estatística das vítimas da automação”. Tarefas que exigem, por exemplo, criatividade, empatia, pensamento crítico e julgamento moral são difíceis de automatizar. Migrar o trabalho para atividades que exijam essas habilidades pode garantir o salário. Mas, em qualquer caso, a IA já está transformando as mais diversas funções. Sendo assim, a sociedade deve não apenas preservar empregos, como também garantir que os benefícios da automação sejam distribuídos de forma mais equitativa, para que as pessoas desempenhem suas tarefas com IA, para não serem substituídas por ela. Resistir a essa tecnologia já não faz sentido. O desafio de todos é se apropriar de seu poder com inteligência, criatividade, ética e segurança. A questão é como chegar lá! É sobre isso que falo nesse meu episódio. Confira! E você, sente que seu emprego está seguro com a IA? Já a está usando para aumentar a sua produtividade?

    9 min
  4. IA abraça o desenvolvimento de armas

    9 FEB

    IA abraça o desenvolvimento de armas

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 Será que corremos o risco de enfrentar robôs assassinos em breve? Em mais um caso de big tech que trai seus princípios, na terça passada, o Google alterou suas regras éticas para que a inteligência artificial da empresa possa ser usada no desenvolvimento de armas, na vigilância de pessoas, em produtos que possam causar danos severos à sociedade ou que violem direitos humanos. Não quer dizer que a companhia entrou no negócio de armas de destruição em massa. Mas sua posição agora é de “mitigar resultados não intencionais ou prejudiciais” e buscar “princípios amplamente aceitos do direito internacional e dos direitos humanos”. Mas na prática, isso significa pouco ou nada. É uma mudança profunda, que pode ter impacto global no uso da IA. Pela posição de enorme destaque do Google, ela pode inspirar empresas do mundo todo a fazer o mesmo, provavelmente com ainda menos cuidado. É inevitável perguntar por que decidiram fazer isso agora, e por que se recusavam até então. Além disso, se a IA poderá ser usada largamente em produtos criados com o objetivo de matar pessoas, qual garantia existe de que essa tecnologia não sairá do controle, com consequências devastadoras? Vale lembrar o antigo lema do Google: “don’t be evil” (“não seja mau”), um pacto com práticas empresariais éticas e responsáveis. Mas em 2015, a Alphabet, conglomerado que incorporou o Google, trocou o mote por “faça a coisa certa”, bem mais genérico. E cá estamos discutindo como a recente decisão pode ser tão má! Por que isso está acontecendo? Isso pode trazer riscos reais? É sobre isso que falo nesse episódio. E você, o que acha desse novo posicionamento do Google?

    8 min
  5. Como a IA dominou a geopolítica

    3 FEB

    Como a IA dominou a geopolítica

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 Há uma semana, só se fala da inteligência artificial da chinesa DeepSeek! Mas pouca gente está prestando atenção nos severos contornos geopolíticos desse anúncio. Países com liderança tecnológica estendem seu poder econômico, político e cultural pelo planeta. A bola da vez é a IA, e os EUA estão fazendo de tudo para manter essa liderança. Não é para menos: ela tem um poder sem precedentes de moldar o mundo seguindo os interesses de seus criadores. Os EUA pareciam tranquilos nisso, mas a DeepSeek surpreendeu o mercado, políticos e pesquisadores. Apesar de seus resultados se equipararem aos das plataformas ocidentais, o mais surpreendente dos chineses é o seu custo: enquanto elas já consumiram bilhões de dólares e querem ainda mais, a DeepSeek precisou de “apenas” US$ 5,6 milhões para seu produto. Isso fez as ações das big techs derreterem! Mas o grande “serviço” da DeepSeek é escancarar como governos podem manipular tecnologias em seu favor. Nos EUA, Donald Trump subjugou as plataformas digitais, que abraçaram até mesmo suas ideias mais extremas. Com isso, dá para confiar nessas soluções chinesas ou americanas, capazes de moldar o pensamento de multidões? Tudo isso aconteceu apenas uma semana depois de o governo americano anunciar um megainvestimento de US$ 500 bilhões para construir datacenters para impulsionar sua IA contra os chineses. Isso certamente chama a atenção, mas os fatos estão demonstrando que inteligência e resiliência podem valer mais que dinheiro e boicotes. Como escolher então uma plataforma confiável? Como podemos nos proteger de uma dominação cultural subliminar? É sobre isso que falo nesse episódio. E você, está usando o DeepSeek? Teme que essa ou qualquer outra IA manipule você em longo prazo?

    10 min
  6. Por que devemos combater os trolls da Internet

    26 JAN

    Por que devemos combater os trolls da Internet

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 Por que todos nós devemos combater os “trolls” da Internet? Com a posse para seu segundo mandato como presidente dos EUA, Donald Trump, um notório valentão que faz de agressões, desqualificações e fake news ferramentas do cotidiano, iniciou uma nova fase de deterioração da convivência online. Com a adesão explícita das big techs a essa agenda, o processo deve se ampliar exponencialmente. Isso seria grave o suficiente por si só. Mas em um mundo dominado por redes sociais, o maior risco vem do exército voluntário que amplia seus métodos para além dos limites do digital, esgarçando a própria trama da sociedade. Há aqueles que se alinham a esse movimento e participam ativamente dele. Existem os que acham tudo “normal”, e acabam espalhando o conteúdo nocivo alegremente, com um entendimento distorcido da liberdade de expressão. E tem os que parecem não se importar com nada e acabam fazendo isso de forma inconsciente. Não há nada de “normal” ou inocente nisso! Promover o ódio, cercear pensamentos diferentes, atacar grupos sociais, roubar identidades, expor pessoas estão entre os piores comportamentos de nosso tempo. Além da brutal violência psíquica e até física contra as vítimas, isso pode acabar com o debate público: em um meio inseguro e agressivo, as pessoas ficam desencorajadas a expor suas ideias construtivamente. E assim a democracia se enfraquece e os valentões ganham poder. Pelo seu grande público e influência, jornalistas e criadores de conteúdo digital têm obrigação de combater essas práticas. Mas não são suficientes para eliminar esse mal. A sociedade só reencontrará um caminho sustentável de desenvolvimento quando cada um se empenhar em promover um ambiente digital civilizado. Esse não é um debate ideológico, mas uma necessidade crítica para a manutenção dos benefícios que cada um de nós por viver em uma sociedade organizada. Para você, é possível resgatar um ambiente saudável e trocas construtivas no meio digital? É sobre isso que falo nesse episódio.

    10 min
  7. O fim dos celulares nas escolas

    19 JAN

    O fim dos celulares nas escolas

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 O que acontecerá agora que os celulares foram proibidos nas escolas? Desde o dia 13, alunos não podem mais usar celulares e tablets pessoais nas escolas brasileiras de Ensino Fundamental e Ensino Médio. A lei 15.100/2025, que visa “salvaguardar a saúde mental, física e psíquica das crianças e adolescentes”, também é positiva frente às enormes perdas pedagógicas que esses equipamentos produzem. Mas ela não resolve o problema da superexposição dos mais jovens às telas, pois isso acontece principalmente em casa. É um desafio complexo, pois vivemos em um mundo profundamente digitalizado, desde tenra idade. A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024, publicada em outubro pelo Cetic.br, órgão de pesquisas do Comitê Gestor da Internet no Brasil, indicou que 93% dos brasileiros entre 9 e 17 anos usam a Internet, quase sempre pelo celular. Praticamente todas as crianças ficam online em casa, e cerca de metade fazem isso na escola. E o primeiro contato se dá até os 6 anos para 23% e entre 7 e 9 anos para 26%, contrariando especialistas, que indicam que isso só comece na adolescência. A lei reforça a autoridade do professor, que hoje tem que lutar contra as distrações do celular na sala de aula. Mas pais e mães precisam trabalhar com as escolas para combater os efeitos das telas sobre seus filhos, que vão muito além de piora no desempenho escolar. Elas podem causar sérios problemas de saúde mental, sono ruim, dificuldade de sociabilização, exposição a assédios, distúrbios alimentares e até de postura. A tarefa cresce porque, por outro lado, os mais jovens precisam ser educados a usarem esses equipamentos de maneira segura e positiva. A proteção às crianças e aos adolescentes não pode ser confundida com alienação tecnológica. Como se vê, a exposição dos mais jovens às telas é um tema complexo, mas que precisa ser tratado com seriedade e urgência, e todos devem se envolver. Você sabe como fazer isso ou pelo menos ajudar? É sobre isso que trato nesse episódio.

    9 min
  8. A tragédia social criada por Zuckerberg

    12 JAN

    A tragédia social criada por Zuckerberg

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 O que acontecerá agora com as redes sociais, começando pelo Facebook e pelo Instagram? A grande notícia no mundo digital na semana passada foi o cavalo de pau que Mark Zuckerberg deu na política de moderação de conteúdo da Meta, afetando Facebook, Instagram e Threads. Com um intenso alinhamento às ideias do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, as medidas levantam preocupações legítimas sobre como isso impactará a qualidade das entregas das redes sociais e a própria democracia. Para gravar esse episódio, conversei com diferentes especialistas, e eles afirmam que o nível das publicações e dos debates nessas redes deve cair dramaticamente, empobrecendo seu papel social e corroendo a credibilidade da empresa. Pela sua descomunal penetração, isso deve agravar a polarização na sociedade. E a disposição manifestada pelo seu CEO de ativamente afrontar governos que contrariarem seus interesses pode desestabilizar nações. Esse é o ponto mais grave desse movimento. Executivos das big techs cada vez mais se dão o direito de se colocar acima da lei e de valores, não apenas dos EUA, mas de países muito diferentes. Com uma grotesca distorção do conceito de liberdade de expressão, ameaçam a estabilidade social, uma influência nefasta e indevida nunca vista na história, que impõe seus interesses pessoais sobre populações inteiras. Essa é uma perigosíssima nova ordem mundial que precisa ser combatida, sob o risco de desaguarmos em uma barbárie onde ninguém mais se respeite, colocando o próprio conceito de sociedade em risco. Será que é tudo isso? Sim! Entenda por que nesse episódio.

    9 min

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