O Macaco Elétrico

@PauloSilvestre
O Macaco Elétrico

Jornalista (preferencialmente digital), educador (preferencialmente digital), trabalhando para tornar o mundo um lugar melhor

  1. Direitos autorais pegam fogo na era da IA

    22 HR AGO

    Direitos autorais pegam fogo na era da IA

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 A inteligência artificial está botando fogo nos limites dos direitos autorais. O lançamento do ChatGPT no fim de 2022 plantou uma incômoda dúvida se as novas plataformas de IA generativa estariam construindo seus impérios sobre obras alheias, sem autorização ou remuneração. Dois anos e meio depois, ela persiste e se intensificou. A controvérsia ganhou novos capítulos recentemente. De um lado, a OpenAI firmou uma parceria com o The Washington Post para que seu ChatGPT publique resumos de notícias do jornalão. Do outro, figuras importantes do mundo digital defenderam abertamente a eliminação das leis de propriedade intelectual, uma postura radical e potencialmente destrutiva. Essa divergência expõe uma fratura profunda no entendimento sobre como o futuro da tecnologia deve se relacionar com a criação humana. Enquanto os defensores da IA argumentam pelo uso irrestrito de conteúdos sob a bandeira do “uso justo”, produtores de conteúdo, desde artistas independentes até organizações como o The New York Times, movem processos alegando apropriação indébita. A própria OpenAI, que defende seu direito de usar conteúdos alheios sem compensação ou mesmo autorização, não hesitou em acusar a empresa chinesa DeepSeek de violar sua propriedade intelectual quando a última lançou sua plataforma de IA. Essa contradição evidencia a complexidade e a hipocrisia desse debate. Não se sabe como compensar financeiramente todos os criadores de conteúdo usados no treinamento da IA, e mesmo se isso é devido. Mas está cada vez mais difícil “empurrar com a barriga” a conclusão dessa disputa, que pode impactar profundamente o mundo, graças à penetração que a IA já construiu em nossas vidas. Mas por que é tão difícil chegar a um consenso no tema? E quais são os sérios riscos associados a isso? É sobre isso que falo nesse episódio. E você, acha que os direitos autorais estão sendo desrespeitados pelas plataformas de IA?

    8 min
  2. Descuido com a IA pode arruinar seu dia

    21 APR

    Descuido com a IA pode arruinar seu dia

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 Atenção: a IA pode colocar seu negócio em risco! A explosão do uso da inteligência artificial nas empresas tem gerado uma corrida por eficiência e inovação. Mas junto com os benefícios, crescem as falhas de segurança. Segundo o relatório “Riscos da IA na Nuvem 2025”, recém-publicado pela empresa de segurança digital Tenable, 70% das aplicações com IA em servidores online têm pelo menos uma vulnerabilidade crítica, frente aos 50% em ambientes sem IA. O problema não vem da tecnologia, e sim de descuidos. Em uma pesquisa realizada pela consultoria Forrester em 2023, 76% dos responsáveis pela implantação de IA afirmaram estar mais preocupados com disponibilidade que com segurança. Essa busca frenética por lançamentos e resultados atropela processos fundamentais, como testes de robustez e revisão de código e de dados. Segundo a pesquisa global da consultoria McKinsey sobre o uso de IA publicada no mês passado, 78% das organizações já a utilizavam em pelo menos uma atividade de seu negócio em julho de 2024, um salto expressivo sobre os 55% no fim de 2023. O uso de IA generativa passou de 33% para 71% no mesmo período. Já o relatório “Custo das violações de dados de 2024”, publicado pela IBM, mostra que o custo médio de um vazamento de dados saltou 10% em um ano, chegando a US$ 4,88 milhões (no Brasil, esse valor é de US$ 1,36 milhão). O prejuízo não é apenas financeiro, envolvendo paralisação de operações, multas regulatórias, perda de confiança e danos de reputação que podem levar anos para serem reparados. Tudo isso acende um grande alerta vermelho: empresas de todos os setores estão massivamente abraçando a inteligência artificial sem os cuidados necessários para que essa tecnologia traga resultados confiáveis sem ameaçar suas operações. Então o que deve ser feito? É sobre isso que falo nesse episódio. E você, sente que está usando a IA bem no seu cotidiano?

    9 min
  3. Educação no meio de algoritmos e de políticas

    14 APR

    Educação no meio de algoritmos e de políticas

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 A educação anda espremida entre a tecnologia e a política. E está sofrendo! De um lado, o governo celebra avanços questionáveis na alfabetização. De outro, crianças cada vez mais imersas no universo digital enfrentam desafios cognitivos inéditos. A dúvida sobre quantos brasileiros estavam alfabetizados no 2º ano do Ensino Fundamental em 2023 simboliza um impasse educacional contemporâneo. Depois de críticas pela demora, o Ministério da Educação (MEC) finalmente divulgou, no dia 3, dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), com esse índice em 49,3%. Ele é significativamente menor do que os 56% anteriormente anunciados pelo mesmo MEC no programa Criança Alfabetizada. O governo afirma que o último é mais preciso, mas especialistas desconfiam disso, pela diferença nada desprezível de 7%. Ao mesmo tempo, educadores encaram uma geração com menos capacidade de concentração e autonomia. Por isso, entre demagogos que distorcem diagnósticos e a revolução digital que transforma mentes, o Brasil precisa de uma política educacional onde transparência nos dados e uso consciente da tecnologia se tornam não apenas desafios técnicos, mas imperativos éticos para o futuro das crianças. O celular na mão de um estudante pode ser tanto uma janela para o conhecimento quanto uma distração constante que prejudica seu aprendizado. O problema não está na tecnologia em si, mas em como a utilizamos. O uso passivo e exagerado de telas fragmenta a atenção, justamente quando precisamos fortalecer as bases cognitivas de uma geração com graves déficits educacionais. Esse não é um problema exclusivamente brasileiro, claro. O impacto do meio digital no desenvolvimento cognitivo e na educação vem sendo discutido há anos no mundo todo, resultando em iniciativas mais ou menos acertadas em vários países. A grande dúvida então é por qual caminho devemos seguir? É sobre isso que falo nesse episódio. E você, que ideias dá para melhorarmos a educação no país?

    9 min
  4. Quando a mentira pode matar

    7 APR

    Quando a mentira pode matar

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 A desinformação pode matar! No dia 16, Any Awuada, pseudônimo de Nayara Macedo, ganhou grande destaque nas redes sociais por um vídeo em que disse que não engravidaria do jogador Neymar, com quem afirmou ter tido relações sexuais no Carnaval, por ter urinado logo após o sexo. Adultos se relacionam como e com quem quiserem. Mas afirmar, em um vídeo visto por milhões, de pessoas que a urina impede uma gravidez é uma irresponsabilidade inominável, pois muita gente acreditará nisso e passará a usar o próprio xixi como método anticoncepcional, o que evidentemente é falso. Esse é só um exemplo recente da pilha interminável de mentiras que se acumulam nas redes sociais, mas que podem passar a ser encaradas como verdadeiras, pela visibilidade digital de seus autores. Alguns promovem os engodos por convicção, outros fazem por ignorância. Mas há também aqueles que pisoteiam a verdade porque têm interesses por trás daquilo, normalmente econômicos ou políticos. O maior exemplo de embusteiro compulsivo beneficiado pelo meio digital é o atual presidente dos EUA, Donald Trump, amplamente conhecido por mentir despudoradamente para atingir seus objetivos. Apesar de, como líder da nação mais poderosa do mundo, estampar as manchetes de veículos de comunicação o tempo todo, ele continua usando o meio digital para espalhar suas desinformações mais absurdas, escapando do crivo dos jornalistas. A enorme penetração das redes sociais, a falta de responsabilização dessas plataformas por ativamente promoverem mentiras, e os maus exemplos de governantes e celebridades continuam esgarçando o tecido social e criando novas gerações de propagadores de desinformação, que veem nisso uma forma de ascensão pela fama e pelo dinheiro. E as consequências sociais são gravíssimas. Não se trata só de gravidez ou política. A desinformação pode afetar severamente a saúde da população e até matar, como eu explico nesse episódio. E você, o que faz para se proteger das mentiras digitais?

    10 min
  5. Como resgatar a confiança do seu público

    31 MAR

    Como resgatar a confiança do seu público

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 Como um dilema do jornalismo pode ajudar seu negócio ou carreira? A confiança sempre foi essencial para o sucesso de qualquer relacionamento. Mas em uma época em que a desinformação se tornou uma ferramenta cotidiana, o contato genuíno com o público pode reforçar laços e construir um vínculo duradouro. Isso vale para qualquer atividade, mas é crítico para o jornalismo. Por isso, a confiança foi um tema central no 26º Simpósio Internacional de Jornalismo Online, promovido na semana passada pela Universidade do Texas em Austin. Mas as conclusões do evento podem ser aproveitadas por profissionais de setores da economia bem diversos. Apesar de ser um dos pilares da democracia, o jornalismo sofre como negócio. O “Digital News Report 2024”, publicado pelo Reuters Institute em junho, revelou que apenas 40% da população mundial acredita no noticiário, enquanto 39% admitem evitar deliberadamente o noticiário, uma perigosa escolha pela alienação. No Brasil, a situação é ainda mais grave: 47% da população evita se informar. Parte dessa desolação está sendo construída há duas décadas, por grupos de poder que veem na fiscalização jornalística um obstáculo a seus interesses escusos. Mas outro tanto cabe à própria mídia, que se distanciou do seu público. Muitas pessoas a sentem como elitizada, longe de seus cotidianos, com linguagem antiga, e “vendida”. E esses profissionais não conseguem reverter essa percepção, enquanto seus detratores se esbaldam nas redes sociais. Ninguém pode decidir se é confiável ou sequer útil para a sociedade: são as pessoas que escolhem. Esse é um ingrediente essencial na confiança e uma verdade incômoda de que a credibilidade não é autoproclamada. Por isso, jornalistas e qualquer outro profissional precisam encontrar o caminho para que seus públicos se sintam próximos, compreendidos e cuidados. Você está fazendo isso com o seu público? Nesse episódio, falo sobre isso e muito mais. Confira! E depois compartilhe suas ideias nos comentários.

    10 min
  6. “Cultura do cancelamento” enfrenta a Justiça

    23 MAR

    “Cultura do cancelamento” enfrenta a Justiça

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 Até onde as reputações de cada um nós estão protegidas contra um linchamento nas redes sociais? Fãs da série “Belas Maldições” ficaram desolados com o anúncio de que sua terceira temporada seria reduzida a um único episódio de 90 minutos, encerrando prematuramente esse sucesso do Amazon Prime Video. A decisão veio devido a graves acusações de abuso sexual contra Neil Gaiman, produtor e coautor da obra original, trazendo à tona questões sobre a “cultura do cancelamento”, um dos efeitos mais nefastos das redes sociais. É importante que fique claro que isto não é uma defesa de Gaiman. As denúncias contra ele são graves e os indícios, consistentes. Se comprovadas, devem resultar na condenação apropriada. Por outro lado, o caso ainda está em investigação e o autor sequer foi indiciado. Mesmo assim, já foi julgado e condenado pelo “Tribunal da Internet”. Como pena, sua reputação ficou seriamente comprometida, e vários projetos seus, como as séries “Belas Maldições” e “Sandman”, foram interrompidos ou abreviados. A “cultura do cancelamento” contraria a presunção de inocência, um princípio fundamental em muitos sistemas legais. No Brasil, a Constituição estabelece, no artigo 5º, que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Isso garante que um acusado seja tratado como inocente até que sua culpa seja comprovada em um julgamento justo e definitivo. Engana-se quem pensa que apenas celebridades passam por isso. Como as redes sociais se beneficiam da polarização e do ódio, sem assumir responsabilidades pelo que distribuem, o fenômeno cresce e pode afetar qualquer pessoa. Entender esse mecanismo tornou-se essencial para autopreservação no ambiente digital. Mas afinal, como podemos nos proteger da “cultura do cancelamento”? É sobre isso que falo nesse episódio. E você, conhece algum caso de “cancelamento”?

    9 min
  7. Os obstáculos da IA no Brasil

    17 MAR

    Os obstáculos da IA no Brasil

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 O Brasil precisa resolver algumas sérias pendências internas para tirar proveito máximo da inteligência artificial. Nós temos fama de abraçar novas tecnologias rapidamente, especialmente as digitais. Isso se vê, por exemplo, no amplo uso de smartphones e redes sociais no país, que sempre lidera rankings internacionais nisso. Também vem sendo observado no nosso uso entusiasmado da IA. Mas essa euforia enfrenta severos obstáculos que podem prejudicar resultados, especialmente nos negócios. A pesquisa “Inteligência artificial no mundo corporativo”, divulgada no dia 11 pela gigante de software alemã SAP, mostra que 52% dos gestores brasileiros têm percepção muito positiva sobre essa tecnologia e outros 27% a encaram de forma favorável, mas com ressalvas. Para 29% desses gestores, o maior desafio é não saber como incorporar a IA no negócio, enquanto 28% afirmam que não há profissionais qualificados para isso. Mas o Brasil enfrenta outra grande barreira nesse setor: dependemos demais de tecnologias importadas. A princípio, isso não pareceria tão grave. O Brasil historicamente consome tecnologia digital de fora, graças ao sucateamento de nossa indústria e de nossa ciência, principalmente a de base. Continuaremos fazendo isso com a IA. Mas suas características tornam essa dependência mais perigosa. O quadro piora com o posicionamento errático da administração Donald Trump, que já usa a IA como arma geopolítica. No dia 13, a OpenAI, criadora do ChatGPT, apresentou uma série de propostas ao governo americano para supostamente manter a liderança dos EUA no setor. Entre elas, sugere uma restrição de exportações da IA a países “democráticos”. Isso cria uma divisão geopolítica artificial, condicionando o acesso à IA à subordinação de nações a interesses americanos, perpetuando desigualdades globais. Esse é um risco que o Brasil não pode manter. Mas como superar esses obstáculos? É sobre isso que falo nesse episódio. Confira, e depois deixe suas ideias nos comentários.

    9 min
  8. Os riscos de desumanização pela tecnologia

    9 MAR

    Os riscos de desumanização pela tecnologia

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊 No domingo de Carnaval, com os brasileiros comemorando o Oscar de Melhor Filme Internacional para “Ainda Estou Aqui” e lamentando que sua protagonista, Fernanda Torres, não levou o de Melhor Atriz, a vitória do holandês “Eu Não Sou um Robô” no prêmio de Melhor Curta-Metragem, passou praticamente despercebido. Mas ele promove uma importantíssima reflexão sobre o nosso tempo: estamos nos tornando muito dependentes da tecnologia, e isso pode ameaçar nossa humanidade. Há décadas, a ficção nos alerta sobre esse risco, mas nunca imaginaríamos que uma validação automática pudesse nos fazer questionar quem somos. É exatamente esse o dilema vivido por Lara (Ellen Parren), a produtora musical protagonista da obra, que mergulha em uma crise existencial após falhar repetidamente em testes CAPTCHA, aqueles desafios online usados para distinguir humanos de robôs, nos quais é preciso clicar, por exemplo, nas “imagens com hidrantes”. A sociedade vem sendo profundamente influenciada pelas big techs para abraçar a tecnologia como algo quase mágico, sem medir as consequências. Poucas vozes questionam esse movimento. Quem ousa fazer isso recebe rótulos de antiquado ou resistente ao progresso, normalmente injustos. Apesar de ser uma ficção, o curta toca em questões muito reais. Vivemos em uma era em que sistemas cada vez mais eficazes e surpreendentes nos ajudam muito, mas também trazem consequências nocivas que às vezes ignoramos. Se nada for feito para corrigir essa dependência excessiva, podemos ultrapassar um limiar perigoso, onde a tecnologia não mais nos serve, mas nos define. Você já assistiu a esse curta? Nos comentários, deixei o link para ele (com legendas em inglês). Qual é o risco dessa enorme dependência da tecnologia realmente nos desumanizar? É sobre isso que trato nesse episódio. Compartilhe conosco suas ideias sobre o tema nos comentários.

    9 min

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