20/30 20/30
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Escolhemos vários temas que nos ajudam a pensar os próximos dez anos. Da inteligência artificial à televisão, passando pelo humor, envelhecimento ou imigração. No 20/30 trazemos para a conversa as perguntas que nos vão dar que pensar esta década.
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Pedro Saleiro | Inteligência Artificial
Tem havido "muito burburinho à volta da inteligência artificial", mas estamos longe de uma "supremacia robótica" em que o humano corre o risco de ser dominado pela máquina. Mas as preocupações estão lá — e ainda bem. Esta é a primeira revolução que somos chamados a discutir em tempo real e as possibilidades comparam bem com os medos e anseios. É essa reflexão que Pedro Saleiro traz ao 20/30. Diz-se otimista (como não?), mas assume que o risco de manipulação é real porque o algoritmo só escala aquilo que lhe ensinam e os humanos são... humanos. E quando olha para a frente a pergunta que não o deixa dormir descansado é esta: o que vamos fazer quando a Inteligência Artificial não for capaz de nos explicar as decisões que toma?
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Sebastiao Lancastre | Dinheiro
"Os bancos tradicionais estão ensanduíchados entre as fintech e as bigtech", que é como quem diz entre as novas plataformas de serviços financeiros — mais leves, mais ágeis, que depressa conquistam (grandes) nichos, como aconteceu com a Revolut — e as gigantes tecnologias como a Apple, a Google ou o Facebook. Se pensarmos que notas e moedas serão tão distantes quanto os telefones de disco, é imperativo pensar o dinheiro a dez anos. Ou não fizesse ele o mundo girar.
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Manuel Cardoso | Humor
Simples. O humor pode mudar mentalidades, mas não é o seu primeiro objetivo. Tem graça? É para avançar. Mas vale tudo? "Acho que se pode procurar ter uma sociedade mais justa sem que o humor deixe de existir", responde Manuel Cardoso. Isso não é censura? "A comédia é tudo menos uma torrente direta do subconsciente para o exterior", replica. Uma conversa sobre humor, sobre liberdade de expressão e sobre essa coisa de ser woke (sem cair no exagero).
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Pedro Boucherie Mendes | Televisão
As pessoas veem muito mais televisão tradicional do pensam (ou assumem). Há uma "trepidação, uma alegria" que a Netflix não consegue replicar. Esse é o segredo da sobrevivência, diz-nos Pedro Boucherie Mendes. Sim, há novos players no mercado e o futuro pode passar também por um "abasteça aqui o seu depósito e ganhe um mês grátis de HBO". Certo é que nunca teremos tempo de ver todas as séries fantásticas que o futuro trará, mas que isso não seja motivo de angústia. E quanto a uma grande série internacional com selo português? É uma questão de tempo e de sorte.
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Ivone Patrão | Saúde Mental
Aos cinco anos eles já dominam as plataformas tecnológicas como ninguém, mas "ainda tenho pais a dizer que o computador e o telemóvel são para estudar. Isso é um mito”, sentencia Ivone Patrão, psicóloga, especialista em dependências online. A tecnologia não nos faz mal à cabeça: entretém, aproxima, mas também pode isolar, ferir. E não é só um problema dos mais novos. Quando falamos de saúde mental a dez anos, temos de mudar o chip e ver a sua promoção como algo tão normal quanto manter uma boa alimentação ou fazer exercício físico. Mente sã, corpo são.
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Pedro Pinto | Futebol
Imaginar o futuro do futebol sem "o melhor jogador de todos os tempos" não será fácil, mas não falta talento em Portugal e — por maiores que sejam os sapatos a calçar (ou as chuteiras) — João Félix está em linha para ser a próxima grande marca, diz Pedro Pinto. Mas não chega, os clubes "têm de parar de destruir o seu próprio produto” e discutir à séria a centralização dos direitos desportivos. E sobre o VAR? “Não faz sentido tu em casa poderes ver a verdade do jogo e o árbitro não”.