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"Podcast da Semana" e episódios especiais em áudio da Gama Revista.

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"Podcast da Semana" e episódios especiais em áudio da Gama Revista.

    Tatiana Roque: "O governo está emparedado, com restrições, mas a comunidade científica está precisando de alguns gestos a mais"

    Tatiana Roque: "O governo está emparedado, com restrições, mas a comunidade científica está precisando de alguns gestos a mais"

    A ciência no Brasil vive um momento desafiador. Além do negacionismo, que se revelou especialmente durante a pandemia da covid-19, a carreira de cientista enfrenta uma crise marcada por restrições orçamentárias e falta de estímulo à essa comunidade. O que, como consequência, compromete o seu avanço em diferentes frentes e também o desenvolvimento do país.

    Neste episódio do Podcast da Semana, Tatiana Roque, professora titular do Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-secretária de Ciencia e Tecnologia da cidade do Rio de Janeiro trata desse momento.

    A convidada é autora de "História da Matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas" (Zahar, 2012), que foi um dos vencedores do Prêmio Jabuti 2013; e de "O Dia em que Voltamos de Marte: As relações entre ciência e política em quatro séculos de história" (Crítica, 2021), que foi finalista do Prêmio Jabuti 2022.

    Na conversa com Gama, Roque fala dos desafios da ciência hoje e também das possibilidades de transformação da sociedade por meio da pesquisa e da tecnologia. "A ciência e a tecnologia tem um papel estratégico para um projeto de desenvolvimento do país", diz.

    A professora também trata das críticas ao programa do Governo Federal apresentado recentemente e que pretende repatriar pesquisadores brasileiros que vivem e trabalham em outros países, uma resposta a chamada "fuga de cérebros", relacionada a falta de oportunidades e investimento em ciência do país. A maioria das críticas parte de profissionais da área e está relacionada ao fato desse programa não colaborar diretamente para melhorar os problemas que a pesquisa enfrenta hoje.

    "Entendo perfeitamente todas as restrições, o governo está muito emparedado, tem uma série de restrições do Congresso, tem o arcabouço fiscal, mas eu acho que a gente está precisando de alguns gestos a mais para a comunidade científica, para as universidades", diz a Gama.

    Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

    • 32 min
    Ana Lima Cecilio: "É um momento muito rico para a poesia, eu consigo ver uma geração de poetas"

    Ana Lima Cecilio: "É um momento muito rico para a poesia, eu consigo ver uma geração de poetas"

    A curadora da 22ª edição da Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, Ana Lima Cecilio tem 20 anos de experiência no mercado editorial de ponta a ponta, de editora a livreira. Foi ela, por exemplo, quem trouxe a tetralogia italiana de Elena Ferrante ao Brasil, editou obras importantes de Balzac e selecionou os títulos a serem lidos pelos clubes de livros mais pops dos últimos tempos.

    Mas, acima de tudo, Cecilio sempre foi uma grande leitora. Ainda muito pequena, na infância, descobriu o mundo dos livros ao ver os pais, médicos, usarem qualquer tempinho de folga para mergulhar na leitura. E foi assim, em casa, aos 11 anos, que se encantou de vez e totalmente pela poesia. Ela conta essa história na edição do Podcast da Semana desta semana em que o assunto é poesia.

    "Eu tinha uns 11 anos, foi mais ou menos quando Leminski morreu, e eu me apaixonei de um jeito louco ao entender essa facilidade da poesia. A gente tem um preconceito de achar que a poesia são as redondilhas, os sonetos e aquela ordem trocada, que é difícil entender poesia, mas depois do modernismo brasileiro — e principalmente depois que você passa por essa geração da poesia marginal — a poesia é um estalo. A rima só vem confirmar uma coisa que você já estava vendo", afirma na conversa.

    Conhecedora profunda da obra da Hilda Hilst, ela mostra entusiasmo pela poesia feita no Brasil hoje. "É um momento muito rico, eu consigo ver uma geração de poetas", afirma e cita nomes como Ana Martins Marques, Marília Garcia, Bruna Mitrano, Fabiano Calixto e Rodrigo Lobo Damasceno. Segundo a curadora, essa geração tem em comum uma visão para o cotidiano mas também consegue falar de grandes temas políticos.

    Na entrevista, Cecilio fala ainda sobre a relação da poesia brasileira com a MPB, "Quando alguém fala para mim que não gosta de poesia, eu pergunto você não ouve Chico, Caetano?", diz —, sobre a ponte que pode fazer com o humor, e sobre como é uma boa porta de entrada para a literatura. "As pessoas têm um preconceito com poesia, é mais inalcançável que é muito difícil, mas ela é um bom começo para quem quer ler e não sabe por onde começar", afirma. "Procure esse poetas contemporâneos, são pessoas que vão te dar a mão."

    Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

    • 40 min
    Jerá Guarani: "Tem Guarani muito seguro de que tem que viver todos os dias como se fosse o último, com um agradecimento"

    Jerá Guarani: "Tem Guarani muito seguro de que tem que viver todos os dias como se fosse o último, com um agradecimento"

    Quando Jerá Guarani tinha onze anos ela não falava o português. Mas sua mãe a mandou para uma escola para que ela pudesse aprender se comunicar com as pessoas de fora da aldeia, com os não indígenas. Foi aí que começou uma trajetória que envolve uma relação também com os juruá -- os brancos, em Guarani -- além de seu povo. Por saber falar mais o português, ela se torna uma mediadora entre essas duas realidades. "Nasce também a necessidade de falar, de divulgar a cultura Guarani, as culturas indígenas e o modo de vida, [dizer] que é absolutamente possível, normal, saudável e necessário viver junto dentro da natureza", diz ao Podcast da Semana, da Gama.

    Após ter se formado pedagoga pela Universidade de São Paulo (Usp), e trabalhado como professora e diretora da Escola Estadual Indígena Gwyra Pepó, Jerá voltou seus esforços especialmente para a sua aldeia. Aos 42 anos, ela se tornou uma liderança que tem uma presença importante na defesa dos direitos e da cultura de seu povo. Mas é especialmente uma voz ativa na sua aldeia, que fica na Terra Indígena Tenondé Porã, no extremo sul de São Paulo.

    Esse trabalho inclui, por exemplo, a recuperação do trato com a terra e da alimentação tradicional. Jerá e membros de sua aldeira viajaram para diferentes partes da Argentina, Brasil e por outras aldeias Guarani para buscar sementes tradicionais e retomar essa relação com o que vem da terra. "O alimento tem que alimentar seu corpo e fortalecer o seu espírito, consequentemente vai trazer várias outras coisas boas para você. Como ser inteligente, ser generoso, ter capacidade para saber lidar em situações adversas. Comida com veneno, comida ruim, não vai fazer isso com com as pessoas", diz.

    Ela também participou da implementação de uma liderança mais coletiva e feminina, o que, como afirma, melhorou significativamente a vida de mulheres e crianças e trouxe mais harmonia à aldeia. Em breve, Jerá deve lançar um livro pela editora Jorge Zahar.

    Na conversa com Gama, a liderança fala de sua trajetória e dos valores e da cultura do seu povo.

    Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

    • 34 min
    André Alves: "É a insatisfação que nos move"

    André Alves: "É a insatisfação que nos move"

    Estar satisfeito com a vida, com o trabalho, com os relacionamentos é privilégio de poucos. Até porque, hoje é possível passar o dia se comparando com outras pessoas, rolar o feed do Instagram e do Tik Tok e achar que a vida, o corpo, a família do outro é mais interessante do que a nossa realidade.

    Quando nos comparamos fica difícil encontrar a satisfação. Mas será que existe essa possibilidade? O psicanalista André Alves, entrevistado do novo episódio do Podcast da Semana acha que não. Pra ele, ninguém está 100% bem. "A satisfação e a insatisfação fazem parte de um jogo que é travado dentro de nós todos os dias", diz a Gama.

    Alves é psicanalista, pesquisador e cofundador do Floatvibes — um instituto que faz pesquisa comportamental e cultural. É também coapresentador do "Vibes em Análise", podcast que faz uso da psicanálise para trazer reflexões sobre o estado atual do mundo, sobre os temas do nosso tempo. E também é coautor do livro "Vibes em Análise: psicanálise para escutar as vibrações da cultura contemporânea" (Editora Nacional, 2023).

    Na conversa com Gama, o psicanalista trata do sentimento de satisfação em diferentes frentes da vida e discute até que ponto é saudável tê-lo como objetivo. "É a insatisfação que nos move. Atender questões que são colocadas dentro de nós ou que brotam dentro de nós é um dos desafios que a gente tem na vida", diz.

    Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

    • 33 min
    Luiza Villaméa: "A Torre foi o espaço prisional que mais abrigou presas políticas do Brasil"

    Luiza Villaméa: "A Torre foi o espaço prisional que mais abrigou presas políticas do Brasil"

    Entre 1969 e 1973, uma construção centenária conhecida como “a torre das donzelas” abrigou pelo menos 132 presas políticas da ditadura militar brasileira. A construção ficava no centro de São Paulo e, para lá, eram encaminhadas mulheres consideradas subversivas que em sua maioria tinham sobrevivido a terríveis torturas. Com idade entre 18 e 55 anos e vindas das mais diversas origens, de operárias a esposas de industriais, essas mulheres construíram uma comunidade com regras próprias que foram se desenhando ao longo dos meses.

    Após uma extensa pesquisa documental e entrevistas a mais de cem fontes, a jornalista e escritora Luiza Villaméa contou a história do dia a dia desse cárcere, apresentando as personagens que ali passaram em seu livro “A Torre — O cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura” (Companhia das Letras, 2023). "A Torre foi o espaço prisional que mais abrigou presas políticas do Brasil", diz Villaméa em entrevista ao Podcast da Semana, da edição sobre 60 anos do Golpe Militar.

    Entre as encarceradas da Torre, estava a ex-presidente Dilma Rousseff, então estudante de economia. De acordo com o livro, Rousseff foi responsável por muitos apelidos das detentas, algumas usam os apelidos até hoje, inclusive em seus emails.

    Além de estudantes, havia professoras e muitas intelectuais no cárcere, algo que, segundo Villaméa, espelhava um pouco o que era a militância da época. “Não podia pensar muito que você era preso. Se pensasse e ajudasse alguém, você estaria lascado”, conta.

    Nesta edição do Podcast da Semana, a autora conta algumas das histórias das presas e fala sobre como foi entrevistar (e reentrevistar) mais de cem pessoas que ajudaram a montar o quebra-cabeças que forma "A Torre". “Em algumas dessas entrevistas, houve momentos que foram de silêncio profundo”, afirma no Podcast da Semana.

    Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

    • 37 min
    Liliana Emparan: "O problema não é a separação, mas o que as pessoas dizem nesse momento"

    Liliana Emparan: "O problema não é a separação, mas o que as pessoas dizem nesse momento"

    Como reduzir o sofrimento de um fim de uma história de amor? Com toda a mágoa que envolve esse momento de um relacionamento, seja um casamento ou um namoro, não importa só o conteúdo do que se fala, mas a forma também. “O problema não é só a separação, mas o que as pessoas dizem nesses momentos de crise. Às vezes, elas se magoam profundamente, tiram assunto do baú, um conteúdo e de uma forma não cuidada. Isso pode magoar demais o outro, você mexe na ferida outro, que fica ali com uma ferida aberta”, afirma a psicanalista, doutora em psicologia clínica e coordenadora do projeto Ponte, de atendimento psicanalítico para imigrantes, Liliana Emparan.

    Convidada do Podcast da Semana da edição sobre término e com 20 anos de experiência clínica com atendimento a casais, ela fala que a boa comunicação não pode ser subestimada em um relacionamento. Ao mesmo tempo, de acordo com ela, a principal queixa dos casais é justamente a comunicação, porque não se sentem ouvidos e reclamam cada vez mais da solidão.

    "É um paradoxo: você está com alguém que você escolheu. Mas você se sente só. As pessoas têm falado muito sobre isso, cada um fica no computador, no laptop, no celular, reuniões intermináveis, trabalhos exaustivos, muita demanda das redes sociais e, às vezes, pouco contato. Isso provoca um estranhamento absurdo", afirma a Gama.

    No episódio, Emparan fala sobre como a solidão tem levado mais e mais gente à terapia de casal, como se a solidão fosse até maior quando se está junto. A psicanalista comenta sobre o estigma em torno da terapia de casal, mas comenta também como a mediação pode ser fundamental para viver o luto em alguns casos e fala ainda sobre as diferentes fases do processo de uma separação.

    Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

    • 32 min

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