O Tal Podcast

Big Lisbon
O Tal Podcast

Um espaço onde cabem todas as vidas, emocionalmente ligadas por experiências de provação e histórias de humanização. Para percorrer sem guião, com uma pessoa convidada a cada semana, sob condução de Georgina Angélica e Paula Cardoso.

  1. Sofia Medina Andrade⁠

    11 DÉC.

    Sofia Medina Andrade⁠

    “Na vida há uma beleza muito grande em vermos as coisas acontecerem”. Sofia Medina Andrade ouviu esta frase em Moçambique, da boca do ex-colega Fernando, e nunca mais a esqueceu. “Fui um livro aberto e voltei preenchida”, conta, plena de tanta cultura que teve a oportunidade de absorver. Na altura ao serviço da organização Médicos do Mundo, a hoje especialista em aquisição de talentos revisita a temporada em Maputo como quem percorre um manancial de aprendizagens. A determinada altura dessa viagem, recorda Sofia, o controlo emocional desapareceu: “Saio do carro, e começo a chorar imenso”. O momento de catarse, na sequência da exposição a testemunhos sobre violência contra mulheres, favoreceu o início de uma busca consciente de autocuidado. Onde a coragem para dizer não, e o merecimento, significam trabalho em construção. -- Bélgica, Brasil, Moçambique e Portugal sinalizam direções na rota profissional de Sofia Medina Andrade, iniciada a partir da licenciatura em Comunicação e Jornalismo.  Depois de sete anos nessa área, com experiência em assessoria de imprensa, gestão de eventos e desenvolvimento estratégico, Sofia encontrou, em 2021, um novo rumo nos Recursos Humanos. Hoje especialista em aquisição de talentos, empenha-se em promover e defender os valores da Diversidade e Inclusão. Não apenas nas empresas por onde passa, mas também aos microfones do podcast “Colour at Work”, projeto que criou para amplificar vozes sub-representadas no mercado de trabalho.

    1 h 9 min
  2. Maria Gorjão Henriques

    4 DÉC.

    Maria Gorjão Henriques

    Assistimos a guerras e genocídios como se fossem obras de ficção, das quais nos desligamos quando mudamos de canal ou fechamos o jornal. Acompanhamos a crescente polarização dos debates, e habituamo-nos a repetir a palavra ódio, colada a discursos e campanhas. “Estamos num cruzamento essencial”, nota Maria Gorjão Henriques, para quem “nunca foi tão urgente honrarmos o nome da raça humana”. Facilitadora de consciência sistémica, Maria sublinha: “Ou nos permitimos despertar para a humanidade em Nós, ou nos vamos perder”.  Ao encontro de Nós, a também terapeuta, escritora e psicóloga de formação empenha-se em mobilizar a força do “Amor puro e genuíno”, lembrando que a Consciência aliada ao Amor promove Cura. Mas como alimentar este movimento de humanização da vida, quando, conforme aponta, “vivemos num mundo de embalagem, e não de conteúdo?”. Buscamos respostas neste episódio, e todas elas convocam a nossa unidade. -- Formada em Psicologia, Maria Gorjão Henriques consolidou carreira no mundo financeiro, até ao dia em que decidiu agir de acordo com o que sentia e intuía. Despediu-se, mergulhou numa série de formações na área do desenvolvimento humano e espiritual, e tornou-se facilitadora de consciência sistémica. Cerca de 20 anos depois, dedica a vida a ajudar outras pessoas a encontrarem o seu propósito, e “a fazerem o seu processo de cura emocional e da sua ancestralidade, rumo a um despertar da consciência individual e coletiva”. Para isso fundou o Espaço Amar, a Consciência Sistémica em Portugal, o Campus de Consciência Sistémica e o Lagar das Almas, além de ter criado o movimento internacional “Unidos num só Coração”. Em 2023 publicou o livro “O despertar da consciência com as constelações familiares” e, já neste ano, lançou “Relacionamentos Amorosos - O espelho das histórias e dos traumas familiares”.

    1 h 36 min
  3. Solange Hilário

    27 NOV.

    Solange Hilário

    Tinha apenas 15 anos quando se tornou um rosto conhecido do grande público, através da participação no concurso televisivo Ídolos, para descoberta de novos talentos musicais. Hoje, aos 31 anos, Solange Hilário recorda os altos e baixos dessa experiência, com o entendimento de que todas as pessoas deveriam ter a oportunidade de viver os desafios de um programa de TV do género. “Ajudou-me a crescer”, conta, sem mascarar dores nem desilusões. “Nos meus sonhos era de uma maneira”, admite, defendendo que conhecer a realidade permitiu-lhe compreender, livre de deslumbramentos, alguns processos de ruptura por que passam os artistas. Apesar das inúmeras pressões para caber numa caixa artística mais vendável, a hoje designer de interiores não se deixou "embrulhar" num destino que não sentia seu. Dona e senhora das suas escolhas, Sol considera que, a par do apoio familiar, sempre teve muita sorte com as pessoas que a acompanharam. Como Manuel Moura dos Santos, que, aos 16 anos, a protegeu do assédio de uma revista masculina para posar nua. -- Mestre na arte da reinvenção, Solange Hilário iniciou-se na música, ainda adolescente, mas a sua força criativa não permitiu que ficasse presa ao frenesim da agenda de espectáculos, inaugurada a partir da  participação no concurso televisivo Ídolos. Multifacetada, Sol – como é carinhosamente tratada por familiares e amigos – também deu cartas na apresentação televisiva e na representação. Aliás, ainda hoje é reconhecida pelo papel que interpretou na novela angolana “Windeck”, experiência que lhe permitiu mergulhar fundo nas suas raízes angolanas. Hoje dedica-se inteiramente ao design de interiores, área na qual se especializa, através da marca Solange Interiors. Tem 31 anos, é natural de Matosinhos, casada e mãe da Sara, uma menina de 8 anos.

    1 h 19 min
  4. Jonathan Ferr

    20 NOV.

    Jonathan Ferr

    Sem filtros, Jonathan fala sobre como a espiritualidade ajudou a dissipar o ceticismo e trouxe uma nova compreensão da vida, focada no processo, e não na ansiedade de resultados. Com uma visão única, Jonathan Ferr desconstrói ideias pré-concebidas sobre prosperidade e revela a importância de estar rodeado de pessoas que também vibram em abundância. “Quanto mais me desconheço, mais quero aprofundar no ser chamado EU”, afirma, num diálogo que nos convida a repensar o que significa realmente prosperar. Jonathan reflete ainda sobre a prática diária da gratidão, não apenas pelo presente, mas pelo que ainda está por vir, como um exercício essencial para viver em prosperidade. Para ele, prosperar é encontrar alegria no processo, abraçar o inesperado e reconhecer a sacralidade da jornada. Com a influência do budismo, aprendeu a agradecer em vez de pedir, assumindo a abundância como um estado de consciência. Esta conversa inspiradora é um convite a mergulhar na profundidade do autodesconhecimento e a abraçar uma visão mais ampla e plena de prosperidade. Nascido em Madureira, no Rio de Janeiro, Jonathan Ferr cresceu rodeado pela riqueza cultural urbana que moldou a sua paixão pela música. Foi nesse ambiente que, ainda jovem, encontrou no piano a ferramenta para transformar o jazz, fundindo-o com hip-hop, R&B e música eletrónica, criando o conceito de urban jazz. Determinado a democratizar o género, destacou-se com álbuns como Cura e Liberdade, marcando a sua ousadia e inovação no panorama musical. Hoje, Jonathan é reconhecido não apenas pelo talento ao piano, mas também pelo impacto cultural que promove. Divide-se entre grandes palcos, como o Rock in Rio, e palestras sobre espiritualidade e inclusão, mantendo a essência das suas raízes em Madureira, enquanto inspira novas gerações a romper barreiras através da música.

    45 min
  5. Mónica Soares

    6 NOV.

    Mónica Soares

    Um problema de saúde forçou a saída da família Soares de Cabo Verde para Portugal, onde Mónica acabou por nascer. O parto aconteceu em casa, entre as sete colinas de uma Lisboa que, com o tempo, se tornou irreconhecível. Habituada a brincar nas ruas de Alfama e do Castelo, Mónica cresceu na única família negra que, naqueles tempos, habitava aquele que hoje é um dos epicentros turísticos da cidade. A experiência, vivida sob o signo do “bom exemplo” e da excelência, que não pode deixar todo uma comunidade ficar mal, é revisitada neste episódio, onde se confronta o peso das barreiras raciais. Contra todas elas, Mónica não pára de se desafiar e de nos desafiar. “O que é o meu legado?”, ou “Como vou escrever o meu nome na história?”, são algumas das questões que a acompanham. Seguimos com elas. --- Idealizadora do projecto “Black Inspiration Talks”, recém-inaugurado em Lisboa, Mónica Soares quer incentivar e capacitar “profissionais negros a alcançar posições de destaque e liderança máxima”, nas mais variadas áreas da sociedade, preparando-os para “alavancar outros quando chegarem lá em cima”. O propósito nasce a partir da sua própria experiência profissional, “minada” de obstáculos, que faz questão de derrubar, conforme atesta o seu currículo.  Co-fundadora da Chumeco e da Soares & Daia, Lda, empresa que pesquisa, contrata e agencia marcas internacionais de luxo, Mónica apoia a implementação e internacionalização de marcas nacionais e estrangeiras, com foco na estratégia, no conceito e na comunicação.

    1 h 43 min
  6. Juninho Loes

    31 OCT.

    Juninho Loes

    O que o cabelo afro nos diz sobre a construção da identidade negra? Como nos podemos aprisionar ou libertar através das nossas raízes capilares? Quanto do nosso amor-próprio e autoestima cabe num penteado? Neste episódio, Juninho Loes, especialista em cabelos crespos, cacheados e ondulados, partilha experiências de renascimento e crescimento, vividas a partir de processos de aceitação, transformação e celebração capilar. A começar pela sua própria jornada de transmutação, onde a música ocupou um lugar central. Retirado dos palcos, que lhe sobrecarregavam a agenda de concertos, Juninho recorda como o ritmo das noites se tornou incompatível com os cuidados capilares que, de dia, se comprometia a prestar à sua clientela.  A necessidade de uma mudança, que trouxe uma nova consciência de vida – nomeadamente no relacionamento com as mulheres – impôs-se a partir de uma interpelação do filho, que continua a reverberar. -- Proprietário do Salão Loes Saúde e Beleza, localizado na cidade brasileira de São Paulo, Juninho Loes faz do cuidado de cabelos crespos, cacheados e ondulados uma missão de vida. Formado pela Dudley Cosmetology University pelo Método Philip Hallawell, com especialização em Cosmetologia e Visagismo, o mentor e educador capilar criou o movimento “Nunca Foi Só Cabelo”, que promove o conhecimento e a valorização do afro, sem nunca perder de vista as raízes históricas e culturais. Esta é uma atuação já premiada pelo contributo para a igualdade racial, distinção que reconhece o impacto da discriminação capilar na vida das pessoas negras. Consciente da importância desta intervenção, Juninho não só criou o próprio método, denominado Loes, como faz questão de partilhar a sua experiência, através do projeto “Diversidades”, que oferece workshops e palestras.

    1 h 14 min
  7. Ana Marta Faial

    23 OCT.

    Ana Marta Faial

    O bem-estar da família veio sempre em primeiro lugar. Por isso, quando a sua carreira de manequim estava bem encaminhada para seguir um rumo internacional, Ana Marta Faial priorizou a maternidade. “Tinha pessoas mais importantes; coisas mais importantes do que ir para fora”, conta neste episódio, em que revisita a infância e adolescência em Angola, e desconstrói padrões familiares de relacionamento. Sem tabus, a antiga modelo partilha a violência que sofreu na última relação, tão abusiva que chegou a temer pela vida. No início, porém, revela Ana Marta, múltiplos sinais contrários foram mascarando a realidade, e bloqueando a consciência das agressões psicológicas. Entre altos e baixos vividos ao lado de um narcisista, num dia-a-dia em que gestos de afecto contrastavam com ciclos de humilhação, a presença e apoio dos filhos revelou-se – e revela-se – fundamental. “Ninguém é forte o tempo todo”, sublinha nesta conversa, em que antecipa o lançamento de um livro, e percorre os tempos de manequim, quando ‘desfilava’ num mundo só de meninas brancas, com o rótulo’ de “Ana Preta”. -- Nascida no Cubal, município da província angolana de Benguela, Ana Marta Faial viveu aí a infância e adolescência até se mudar, aos 18 anos, para Portugal. Na altura já casada e mãe, fixou-se em Trás-os-Montes, onde o frio agravou o impacto da mudança, mas não lhe congelou os movimentos. Pelo contrário, foi em território luso que a angolana “descongelou” o velho sonho de se tornar manequim, cumprido sem descurar as exigências da educação de dois filhos menores. Apesar da entrada tardia no mundo da moda, foi distinguida como “Manequim do Ano”, em 1986. Até hoje reconhecida pelos dotes de passerelle, a ex-modelo tem colocado a sua experiência ao serviço da formação de novas gerações. Hoje com 66 anos, além de formar manequins, e juntar a sua assinatura profissional às marcas Elite Model Look Angola, Cabo Verde e Moçambique, Ana Marta conjuga talentos de artista plástica com os de designer de moda.

    1 h 59 min
  8. REWIND - Don Kikas

    4 SEPT.

    REWIND - Don Kikas

    Perdeu o pai aos 12 anos, e, com 13, já estava a viver fora de casa, na cidade do Lubango. A emancipação precoce sugere um qualquer corte familiar, mas, na história de Don Kikas, essa leitura não poderia estar mais equivocada. Ancorado na família, o músico aponta como a mesma tem sido um apoio fundamental na sua trajetória. A ligação é de tal forma especial, que numa viagem de trabalho ao Brasil, o artista recuperou – como que por milagre – “peças” paternas perdidas na infância.A experiência, digna de encontros e reencontros de novela, é relatada pelo cantor com memórias de choro, que lhe recordam a sua dificuldade de se emocionar até às lágrimas. Tudo isso e muito mais deverá sobressair na sua autobiografia, projeto que, segundo conta, o obrigou a embarcar numa pesquisa dentro de si próprio. Hoje com 50 anos, o angolano é bastante elogiado pela jovialidade, que, diz, é conservada a partir da consciência de que o envelhecimento apanha quem já não se encanta como nada, e está sempre a desvalorizar as coisas. Longe disso, Kikas vive com a curiosidade de quem abre um coco pela primeira vez. Literalmente. -- Com 30 anos de carreira em cinquenta de vida, Emílio Costa, mais conhecido por Don Kikas, encontrou na música caminho e, ao mesmo tempo, destino. Nascido em 1974 na cidade do Sumbe, em Angola, cedo revelou veia artística, especialmente estimulada no Brasil, onde passou parte da infância. A sua história foi musicalmente impulsionada a partir do álbum “Pura Sedução”, de 1997, conforme Kikas assinala numa mensagem de divulgação do concerto que, a 25 de outubro vai celebrar, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, as suas primeiras três décadas de espetáculos.“A música ‘Pura sedução [inserida no disco homónimo] tornou-se imediatamente um hit absoluto em todos os países dos PALOP, e suas diásporas espalhadas pelo mundo”, publicou o cantor no Facebook, lembrando que em Portugal o trabalho foi “disco de prata”. Já em Angola, Kikas nota que o tema “Esperança Moribunda” converteu-se num “hino na boca do povo”, tendo sido eleito “Música do Ano” pela Rádio Nacional de Angola. De sucesso em sucesso, as portas de vários mercados abriram-se – nomeadamente de Cabo Verde, Moçambique, EUA, Holanda, França, Macau, Luxemburgo e Suíça –, e, com elas, Don Kikas ganhou mundo.

    5 min

À propos

Um espaço onde cabem todas as vidas, emocionalmente ligadas por experiências de provação e histórias de humanização. Para percorrer sem guião, com uma pessoa convidada a cada semana, sob condução de Georgina Angélica e Paula Cardoso.

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