O Tal Podcast

Big Lisbon
O Tal Podcast

Um espaço onde cabem todas as vidas, emocionalmente ligadas por experiências de provação e histórias de humanização. Para percorrer sem guião, com uma pessoa convidada a cada semana, sob condução de Georgina Angélica e Paula Cardoso.

  1. Cátia Semedo Ramos

    -3 J

    Cátia Semedo Ramos

    Chegou a estar na iminência de um esgotamento, porque “tinha muita dificuldade em dizer não”. Sempre disponível para os outros, Cátia Semedo Ramos foi-se esquecendo das suas necessidades, até viver uma depressão. Os sintomas da doença, silenciosamente incorporados, não escaparam à mãe, que, ao testemunhar algumas explosões de choro da filha, a aconselhou a procurar ajuda médica. As lágrimas continuaram a correr, mas, com medicação, sessões de terapia e tempo, ‘desaguaram’ numa nova consciência. A vivência, que Cátia partilha neste episódio, e sobre a qual fala abertamente, em palestras, entrevistas e workshops, surpreendeu muitas pessoas à sua volta, evidenciando a importância de conversarmos, sem tabus, sobre saúde mental, e de sermos capazes de reconhecer o problema e de pedir ajuda. -- Cátia Semedo Ramos considera que a sua melhor história “é contada na primeira pessoa”, e, sem hesitar, apresenta-nos o título: “From the Hood to Hollywood”, ou, em versão portuguesa “do bairro para Hollywood”. Filha de cabo-verdianos, criada no entretanto demolido bairro da Pedreira dos Húngaros, Cátia chegou a Hollywood como uma das batukaderas de Madonna. A viagem aconteceu em 2019, na tour de apresentação do álbum “Madame X”. No regresso a Portugal, esta orgulhosa “Doméstica Rara”, como também se apresenta, formou-se como Coach. Hoje, além de prestar serviço doméstico, trabalha como coach de hábitos e rotinas, é formadora, palestrante, atleta e autora do e-book “20 Receitas Práticas, Económicas e Saudáveis”. Mais recentemente, publicou o diário de autocuidado “My Journal, Hoje eu Afirmo!”.

    1 h 3 min
  2. Paula Almeida

    8 JANV.

    Paula Almeida

    “Estejamos mais abertos para acolher as nossas crianças!”. Mais do que a expressão da sua experiência profissional e da vivência pessoal, as palavras de Paula Almeida refletem a sua consciência sobre a necessidade de um despertar comunitário. “A mulher negra sempre acolheu”, assinala nesta conversa, entre partilhas sobre a sua própria viagem pela maternidade. Mãe de uma menina que, até ao seu acolhimento, vivia numa instituição, Paula conta como o seu trabalho de intervenção social a alertou para uma realidade que pretende ver alterada: a falta de famílias negras disponíveis para acolher e adoptar as “nossas” crianças. Consciente da força que poderá surgir de um maior envolvimento negro nestes processos, a filha da Dona Martina, neta da D. Guilhermina e bisneta da D. Mariana, partilha um dos ensinamentos recebidos da sua linhagem feminina: “Quem tem um filho, tem todos os outros filhos”. -- Dona de uma longa e vasta experiência em intervenção social e comunitária com crianças e jovens em situação de risco, Paula Almeida soma formações ao serviço da igualdade, e contra a exclusão social. Sempre em busca de novas ferramentas para aproximar grupos, Paula optou pela licenciatura em Estudos Africanos, na variante História e Desenvolvimento, porque viu nessa formação uma via para sustentar o trabalho que desenvolve junto da comunidade negra. A par da ligação aos mais novos, inclusivamente em instituições de acolhimento, Paula atua como técnica de intervenção familiar, facilitando a reparação e regeneração de contextos disfuncionais. Por uma sociedade mais humana.

    1 h 13 min
  3. Sofia Medina Andrade⁠

    11/12/2024

    Sofia Medina Andrade⁠

    “Na vida há uma beleza muito grande em vermos as coisas acontecerem”. Sofia Medina Andrade ouviu esta frase em Moçambique, da boca do ex-colega Fernando, e nunca mais a esqueceu. “Fui um livro aberto e voltei preenchida”, conta, plena de tanta cultura que teve a oportunidade de absorver. Na altura ao serviço da organização Médicos do Mundo, a hoje especialista em aquisição de talentos revisita a temporada em Maputo como quem percorre um manancial de aprendizagens. A determinada altura dessa viagem, recorda Sofia, o controlo emocional desapareceu: “Saio do carro, e começo a chorar imenso”. O momento de catarse, na sequência da exposição a testemunhos sobre violência contra mulheres, favoreceu o início de uma busca consciente de autocuidado. Onde a coragem para dizer não, e o merecimento, significam trabalho em construção. -- Bélgica, Brasil, Moçambique e Portugal sinalizam direções na rota profissional de Sofia Medina Andrade, iniciada a partir da licenciatura em Comunicação e Jornalismo.  Depois de sete anos nessa área, com experiência em assessoria de imprensa, gestão de eventos e desenvolvimento estratégico, Sofia encontrou, em 2021, um novo rumo nos Recursos Humanos. Hoje especialista em aquisição de talentos, empenha-se em promover e defender os valores da Diversidade e Inclusão. Não apenas nas empresas por onde passa, mas também aos microfones do podcast “Colour at Work”, projeto que criou para amplificar vozes sub-representadas no mercado de trabalho.

    1 h 9 min
  4. Maria Gorjão Henriques

    04/12/2024

    Maria Gorjão Henriques

    Assistimos a guerras e genocídios como se fossem obras de ficção, das quais nos desligamos quando mudamos de canal ou fechamos o jornal. Acompanhamos a crescente polarização dos debates, e habituamo-nos a repetir a palavra ódio, colada a discursos e campanhas. “Estamos num cruzamento essencial”, nota Maria Gorjão Henriques, para quem “nunca foi tão urgente honrarmos o nome da raça humana”. Facilitadora de consciência sistémica, Maria sublinha: “Ou nos permitimos despertar para a humanidade em Nós, ou nos vamos perder”.  Ao encontro de Nós, a também terapeuta, escritora e psicóloga de formação empenha-se em mobilizar a força do “Amor puro e genuíno”, lembrando que a Consciência aliada ao Amor promove Cura. Mas como alimentar este movimento de humanização da vida, quando, conforme aponta, “vivemos num mundo de embalagem, e não de conteúdo?”. Buscamos respostas neste episódio, e todas elas convocam a nossa unidade. -- Formada em Psicologia, Maria Gorjão Henriques consolidou carreira no mundo financeiro, até ao dia em que decidiu agir de acordo com o que sentia e intuía. Despediu-se, mergulhou numa série de formações na área do desenvolvimento humano e espiritual, e tornou-se facilitadora de consciência sistémica. Cerca de 20 anos depois, dedica a vida a ajudar outras pessoas a encontrarem o seu propósito, e “a fazerem o seu processo de cura emocional e da sua ancestralidade, rumo a um despertar da consciência individual e coletiva”. Para isso fundou o Espaço Amar, a Consciência Sistémica em Portugal, o Campus de Consciência Sistémica e o Lagar das Almas, além de ter criado o movimento internacional “Unidos num só Coração”. Em 2023 publicou o livro “O despertar da consciência com as constelações familiares” e, já neste ano, lançou “Relacionamentos Amorosos - O espelho das histórias e dos traumas familiares”.

    1 h 36 min
  5. Solange Hilário

    27/11/2024

    Solange Hilário

    Tinha apenas 15 anos quando se tornou um rosto conhecido do grande público, através da participação no concurso televisivo Ídolos, para descoberta de novos talentos musicais. Hoje, aos 31 anos, Solange Hilário recorda os altos e baixos dessa experiência, com o entendimento de que todas as pessoas deveriam ter a oportunidade de viver os desafios de um programa de TV do género. “Ajudou-me a crescer”, conta, sem mascarar dores nem desilusões. “Nos meus sonhos era de uma maneira”, admite, defendendo que conhecer a realidade permitiu-lhe compreender, livre de deslumbramentos, alguns processos de ruptura por que passam os artistas. Apesar das inúmeras pressões para caber numa caixa artística mais vendável, a hoje designer de interiores não se deixou "embrulhar" num destino que não sentia seu. Dona e senhora das suas escolhas, Sol considera que, a par do apoio familiar, sempre teve muita sorte com as pessoas que a acompanharam. Como Manuel Moura dos Santos, que, aos 16 anos, a protegeu do assédio de uma revista masculina para posar nua. -- Mestre na arte da reinvenção, Solange Hilário iniciou-se na música, ainda adolescente, mas a sua força criativa não permitiu que ficasse presa ao frenesim da agenda de espectáculos, inaugurada a partir da  participação no concurso televisivo Ídolos. Multifacetada, Sol – como é carinhosamente tratada por familiares e amigos – também deu cartas na apresentação televisiva e na representação. Aliás, ainda hoje é reconhecida pelo papel que interpretou na novela angolana “Windeck”, experiência que lhe permitiu mergulhar fundo nas suas raízes angolanas. Hoje dedica-se inteiramente ao design de interiores, área na qual se especializa, através da marca Solange Interiors. Tem 31 anos, é natural de Matosinhos, casada e mãe da Sara, uma menina de 8 anos.

    1 h 19 min
  6. Jonathan Ferr

    20/11/2024

    Jonathan Ferr

    Sem filtros, Jonathan fala sobre como a espiritualidade ajudou a dissipar o ceticismo e trouxe uma nova compreensão da vida, focada no processo, e não na ansiedade de resultados. Com uma visão única, Jonathan Ferr desconstrói ideias pré-concebidas sobre prosperidade e revela a importância de estar rodeado de pessoas que também vibram em abundância. “Quanto mais me desconheço, mais quero aprofundar no ser chamado EU”, afirma, num diálogo que nos convida a repensar o que significa realmente prosperar. Jonathan reflete ainda sobre a prática diária da gratidão, não apenas pelo presente, mas pelo que ainda está por vir, como um exercício essencial para viver em prosperidade. Para ele, prosperar é encontrar alegria no processo, abraçar o inesperado e reconhecer a sacralidade da jornada. Com a influência do budismo, aprendeu a agradecer em vez de pedir, assumindo a abundância como um estado de consciência. Esta conversa inspiradora é um convite a mergulhar na profundidade do autodesconhecimento e a abraçar uma visão mais ampla e plena de prosperidade. Nascido em Madureira, no Rio de Janeiro, Jonathan Ferr cresceu rodeado pela riqueza cultural urbana que moldou a sua paixão pela música. Foi nesse ambiente que, ainda jovem, encontrou no piano a ferramenta para transformar o jazz, fundindo-o com hip-hop, R&B e música eletrónica, criando o conceito de urban jazz. Determinado a democratizar o género, destacou-se com álbuns como Cura e Liberdade, marcando a sua ousadia e inovação no panorama musical. Hoje, Jonathan é reconhecido não apenas pelo talento ao piano, mas também pelo impacto cultural que promove. Divide-se entre grandes palcos, como o Rock in Rio, e palestras sobre espiritualidade e inclusão, mantendo a essência das suas raízes em Madureira, enquanto inspira novas gerações a romper barreiras através da música.

    45 min
  7. Mónica Soares

    06/11/2024

    Mónica Soares

    Um problema de saúde forçou a saída da família Soares de Cabo Verde para Portugal, onde Mónica acabou por nascer. O parto aconteceu em casa, entre as sete colinas de uma Lisboa que, com o tempo, se tornou irreconhecível. Habituada a brincar nas ruas de Alfama e do Castelo, Mónica cresceu na única família negra que, naqueles tempos, habitava aquele que hoje é um dos epicentros turísticos da cidade. A experiência, vivida sob o signo do “bom exemplo” e da excelência, que não pode deixar todo uma comunidade ficar mal, é revisitada neste episódio, onde se confronta o peso das barreiras raciais. Contra todas elas, Mónica não pára de se desafiar e de nos desafiar. “O que é o meu legado?”, ou “Como vou escrever o meu nome na história?”, são algumas das questões que a acompanham. Seguimos com elas. --- Idealizadora do projecto “Black Inspiration Talks”, recém-inaugurado em Lisboa, Mónica Soares quer incentivar e capacitar “profissionais negros a alcançar posições de destaque e liderança máxima”, nas mais variadas áreas da sociedade, preparando-os para “alavancar outros quando chegarem lá em cima”. O propósito nasce a partir da sua própria experiência profissional, “minada” de obstáculos, que faz questão de derrubar, conforme atesta o seu currículo.  Co-fundadora da Chumeco e da Soares & Daia, Lda, empresa que pesquisa, contrata e agencia marcas internacionais de luxo, Mónica apoia a implementação e internacionalização de marcas nacionais e estrangeiras, com foco na estratégia, no conceito e na comunicação.

    1 h 43 min
  8. Juninho Loes

    31/10/2024

    Juninho Loes

    O que o cabelo afro nos diz sobre a construção da identidade negra? Como nos podemos aprisionar ou libertar através das nossas raízes capilares? Quanto do nosso amor-próprio e autoestima cabe num penteado? Neste episódio, Juninho Loes, especialista em cabelos crespos, cacheados e ondulados, partilha experiências de renascimento e crescimento, vividas a partir de processos de aceitação, transformação e celebração capilar. A começar pela sua própria jornada de transmutação, onde a música ocupou um lugar central. Retirado dos palcos, que lhe sobrecarregavam a agenda de concertos, Juninho recorda como o ritmo das noites se tornou incompatível com os cuidados capilares que, de dia, se comprometia a prestar à sua clientela.  A necessidade de uma mudança, que trouxe uma nova consciência de vida – nomeadamente no relacionamento com as mulheres – impôs-se a partir de uma interpelação do filho, que continua a reverberar. -- Proprietário do Salão Loes Saúde e Beleza, localizado na cidade brasileira de São Paulo, Juninho Loes faz do cuidado de cabelos crespos, cacheados e ondulados uma missão de vida. Formado pela Dudley Cosmetology University pelo Método Philip Hallawell, com especialização em Cosmetologia e Visagismo, o mentor e educador capilar criou o movimento “Nunca Foi Só Cabelo”, que promove o conhecimento e a valorização do afro, sem nunca perder de vista as raízes históricas e culturais. Esta é uma atuação já premiada pelo contributo para a igualdade racial, distinção que reconhece o impacto da discriminação capilar na vida das pessoas negras. Consciente da importância desta intervenção, Juninho não só criou o próprio método, denominado Loes, como faz questão de partilhar a sua experiência, através do projeto “Diversidades”, que oferece workshops e palestras.

    1 h 14 min

À propos

Um espaço onde cabem todas as vidas, emocionalmente ligadas por experiências de provação e histórias de humanização. Para percorrer sem guião, com uma pessoa convidada a cada semana, sob condução de Georgina Angélica e Paula Cardoso.

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