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  1. O BCE volta a decidir em favor dos que têm empréstimos na banca

    -3 H

    O BCE volta a decidir em favor dos que têm empréstimos na banca

    No dia 12 de Dezembro, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, anunciou mais um novo corte nas taxas de juro de referência do BCE. Foi a quarta descida consecutiva, que de alguma forma provava o sucesso da estratégia europeia de combate à inflação. Com o índice dos preços a descer mês após mês, apesar de alguns sinais contrários no sector dos serviços, o custo do dinheiro podia baixar. A taxa de referência do BCE é aquele instrumento que determina quanto pagamos pelo empréstimo da casa ou que contribui para que a economia tenha uma maior ou menor dinâmica de investimento. É uma decisão que, como se costuma dizer, nos entra pelo bolso. Hoje o conselho de governadores do Banco Central Europeu reúne-se de novo e todos os analistas afirmam que a tendência de corte na taxa de juro de referência será mantida. Ou seja, tudo indica que essa taxa caia 25 pontos base, passando de 3 para 2.75%. Com o custo do dinheiro mais barato, pode ser que os gastos dos consumidores aumentem e façam disparar o índice de preços. Ou seja, que forcem a subida da inflação. Mas os governadores dos bancos centrais parecem confiantes no futuro e acreditam que isso não vai acontecer. O que afinal eles, os agentes económicos e os governos querem é que haja mais investimento e criação de emprego. O BCE está pronto a fazer-lhes a vontade. De acordo com algumas previsões, o BCE vai continuar a baixar as suas taxas até meados do ano. Lá para o verão, a taxa de referência poderá estar na casa dos 2%. Boas notícias, portanto. A Europa está a crescer pouco, casos como o da Alemanha preocupam e um estímulo da política monetária é uma ajuda preciosa. Mas, o que pode acontecer se os Estados Unidos aumentaram tarifas de importação e desencadearem uma guerra comercial? Na economia, as incertezas fazem parte do jogo. Na maior parte das situações, há que esperar para ver o que vem a seguir. Por agora, o que interessa é que os juros estão a baixar de novo. Fiquemos com essa celebração e juntemos à conversa Pedro Brinca, para nos ajudar a perceber até onde, como e quanto podemos festejar esta tendência. Pedro Brinca é investigador associado da Nova SBE e investigador do centro de Economia e Finanças da faculdade de Economia da Universidade do Porto. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    18 min
  2. O dia em que a China mudou o mundo da inteligência artificial

    -22 H

    O dia em que a China mudou o mundo da inteligência artificial

    Na manhã desta segunda-feira, os mercados financeiros dos Estados Unidos entraram num estado de nervosismo estranho e surpreendente. Uma start-up chinesa de que ninguém ouvira falar, a DeepSeek, tinha desenvolvido uma ferramenta de inteligência artificial que prometia mudar uma área da ciência e da tecnologia até agora dominada pelos gigantes norte-americanos. De repente, as acções da mais valiosa empresa do mundo, a NVIDIA, que fabrica chips para a inteligência artificial, entraram em queda e, no final do dia, o valor da companhia tinha perdido o equivalente ao dobro do produto interno bruto de Portugal. O choque e o pavor passaram pela banca, pelos mercados, pelos fóruns da ciência e chegou à Casa Branca. O sempre arrogante Donald Trump lá teve de interpretar o tremor de terra como uma chamada de despertar para a América: a China estava a dar cartas numa indústria do futuro. Já se sabia há muito que, em áreas que vão dos automóveis eléctricos às energias verdes ou ao computer clouding, a China deixara de ser a fábrica de pechisbeque das lojas dos 300. Mas dificilmente um leigo poderia prever a pequena revolução da DeepSeek. Uma empresa iniciada há cinco anos investiu na contratação de jovens chineses talentosos e apostou na investigação de raiz até chegar a uma solução para a inteligência artificial que dispensa os padrões dos norte-americanos. O que eles fizeram foi espantoso: num estudo de 22 páginas divulgado para todo o mundo, mostraram que com pouco mais de 2000 chips, e um investimento de cinco milhões de euros conseguiam produzir um modelo de inteligência artificial capaz de competir com os modelos das gigantes tecnológicas americanas. A inteligência artificial foi dessacralizada. Depois da surpresa, o espanto. Aquilo que a DeepSeek afirmava era verdade, não era propaganda. A tentativa do Washington de atrasar os chineses, proibindo a exportação dos chips da NVIDIA, tornara-se risível. A companhia tinha desenvolvido um código que permitia a aprendizagem da linguagem, que gerava inteligência artificial, de uma forma muito mais barata e eficiente. A China tinha entrado para a vanguarda das tecnologias do futuro. Nada será como antes, mesmo que haja dúvidas legítimas sobre o papel que uma ferramenta de AI tutelada pelo estado chinês possa ter ao nível da desinformação e da manipulação das opiniões públicas. Como o The Guardian constatou, para a DeepSeek, Taiwan é território inalienável da China. Para analisarmos o que está em causa, convidámos para este episódio do P24 o professor Arlindo Oliveira, do Instituto Superior Técnico, que é também presidente do INESC e autor, entre muitos outros, do livro Inteligência Artificial Generativa publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    17 min
  3. Ricardo Marchi: o Chega parece perdido com o caso das malas de Arruda

    -5 J

    Ricardo Marchi: o Chega parece perdido com o caso das malas de Arruda

    Na campanha eleitoral para as eleições legislativas do ano passado, Miguel Arruda, candidato pelas listas do Chega nos Açores, defendia o aumento da capacidade de cadeia para que a “limpeza” do país prometida pelo seu partido pudesse acontecer. Passado um ano, a exigência feita pelo agora deputado açoriano parece ter acontecido em defesa de um interesse pessoal. Vejamos porquê: se as suspeitas da polícia se confirmarem, Miguel Arruda terá cometido vários roubos de malas, ao longo de meses, nos tapetes do aeroporto de Lisboa. O PÚBLICO noticiava até que, depois de as buscas das polícias terem encontrado as malas roubadas, bem como parte dos seus recheios na sua casa de Lisboa, o deputado terá até confessado a autoria do crime. Assim sendo, sempre terá uma cadeia com espaço para o acolher, do que outra sem grandes condições de conforto. O caso de Arruda não é novo, mas serve sempre para expor os limites do discurso moralista de partidos, como o Chega, que tendem a dividir as sociedades entre eles, os bons, e os maus, todos os que não pensam ou defendem os mesmos valores que eles, sejam militantes ou dirigentes da esquerda, intelectuais ou imigrantes. A diferença entre o discurso da limpeza de um país supostamente contaminado de corruptos e a bancada que faz esse discurso, onde cerca de 20% dos deputados têm ou tiveram problemas com a justiça, é reveladora. Um deputado de um partido com este discurso ser apanhado num crime tipo pilha-galinhas, é tanto uma prova de hipocrisia como de inconsistência. André Ventura percebeu depressa o perigo que o caso das malas representa para o Chega e tratou de atacar o foco da potencial infecção, prometendo agir em nome da defesa do partido. Em teoria, casos como este têm potencial para desgastar a credibilidade e o poder de atracção de políticos e de partidos. Mas, a prática, nos casos da extrema-direita, está longe de o confirmar. A eleição de um homem sem qualidades como Donald Trump nos Estados Unidos, a associação de Salvini ou de Marine Le Pen a casos de uso indevido de dinheiros públicos ou de financiamentos suspeitos da Rússia não bastaram para reduzir o seu poder eleitoral. E entre nós, que implicações pode ter este caso? Será que vai ser um problema para Ventura? Convidámos para este episódio do P24 o cientista político, investigador do ISCTE e professor na Universidade Lusófona Ricardo Marchi, um italiano que se doutorou em História em Lisboa e escreveu vários livros sobre a Direita em Portugal, entre os quais "A Nova Direita Anti Sistema - O caso do Chega". See omnystudio.com/listener for privacy information.

    18 min
  4. Três grandes do futebol empatados no despedimento de treinadores

    21 JANV.

    Três grandes do futebol empatados no despedimento de treinadores

    É assim desde que o futebol se transformou na mais poderosa e rica indústria de entretenimento da Europa: sempre que uma equipa treme ou perde, pede-se a cabeça do treinador. Este ano, a fórmula com que dirigentes de clubes tentam apagar os seus erros ou a falta de sorte já foi aplicada no Benfica, no Sporting, no Porto e em pelo menos mais nove clubes da divisão principal do futebol português. Para lá da discussão apaixonada que o clubismo promove sobre estas chicotadas psicológicas, há a eterna questão de se saber se a receita faz sentido num ponto de vista de gestão. O que a experiência no diz é que há treinadores com um currículo tão blindado que escapam a todas as pressões – veja-se o que acontece este ano com o treinador do Manchester City, o prestigiado Josep Guardiola. Ou vejam-se os desaires que o anterior treinador do Porto, Sérgio Conceição, sofreu, sem que alguém ousasse pedir a sua cabeça. Mas se há treinadores blindados, os outros, os que têm menos curricula ou carisma, estão sempre vulneráveis à bola que bate no ferro ou aos humores dos adeptos. Quer isto dizer que eles saem, ou podem sair, sem culpas? O caso de Roger Schmidt, de João Pereira ou de Vítor Bruno mostram que não. Que as suas equipas jogavam mal e, pior, não ganhavam jogos. Mas será que uma substituição do líder resolve os problemas? Não serão as demissões também uma parte inalienável do espectáculo emocional do futebol? Será que a receita do sucesso ou do insucesso paga com a continuidade ou a demissão faz sentido, por exemplo, na política? Nuno Sousa é editor do Desporto do PÚBLICO e vai-nos ajudar a responder a estas perguntas. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    15 min

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