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Utópicos é o novo podcast da escritora Luísa Costa Gomes. João Pedro Leão, físico, filósofo e patafísico é residente nas conversas sobre tudo.

UTÓPICOS Podcast de Filosofia Luisa Costa Gomes

    • Gesellschaft und Kultur

Utópicos é o novo podcast da escritora Luísa Costa Gomes. João Pedro Leão, físico, filósofo e patafísico é residente nas conversas sobre tudo.

    OS DEBATES EINSTEIN-NIELS BOHR

    OS DEBATES EINSTEIN-NIELS BOHR

    Em 1949 o físico Niels Bohr escreveu um artigo que documenta as várias discussões tidas com Einstein sobre os problemas colocados pela nova imagem da realidade proposta pela física quântica. Escreve Bohr:

    “As nossas conversas acerca da atitude a tomar face a uma situação tão nova no que se refere à análise e à síntese da experiência tocou naturalmente muitos aspectos do pensamento filosófico mas apesar de todas as divergências de abordagem e de opinião animou as nossas discussões um espírito cheio de bom humor. Por seu lado, Einstein, troçando, perguntou-nos se podíamos realmente acreditar que as autoridades providenciais, ele disse “o Bom Deus”, estaria  a jogar aos dados, ao que eu respondi apontando a enorme prudência com que já os pensadores antigos assignavam atributos à Providência na linguagem comum. E lembro-me também de que, no auge da discussão, Ehrenfest, no seu modo afectuoso de brincar com os amigos, num tom de brincadeira sugeriu a aparente semelhança entre a atitude de Einstein (em relação à física quântica) e a dos seus opositores à teoria da relatividade; mas logo acrescentou que não conseguiria ter alguma paz de espírito enquanto não se chegasse à concórdia com Einstein. A preocupação e a crítica de Einstein deu-nos um incentivo precioso para reexaminarmos todos, os vários aspectos da situação no que se refere à descrição dos fenómenos atómicos”.

    Conversa com João Pedro Leão.

    Música: ária da ópera de Gluck, Orfeo ed Euridice, cantada por Philippe Jaroussky.

    • 45 Min.
    O ELEVADOR de EINSTEIN

    O ELEVADOR de EINSTEIN

    Diz a lenda que a Teoria da Relatividade Geral surgiu a Einstein a partir de uma observação fortuita. Viu um lavador de janelas num prédio e imaginou-o a cair em queda livre. Esta imagem de um corpo em queda livre foi o início de mais um das suas experiências mentais. Imaginou que se ele estivesse a cair dentro de uma caixa, não haveria diferença entre cair na Terra ou cair dentro da caixa. Este "Elevador de Einstein" é o ponto de partida para a conversa de hoje com João Pedro Leão.  

    A música continua a ser de Carl Stalling e chama-se ANXIETY MONTAGE.

    • 42 Min.
    EM DIRECÇÃO AOS BURACOS NEGROS

    EM DIRECÇÃO AOS BURACOS NEGROS

    Continuamos hoje a conversa sobre o paradoxo que nunca foi para talvez esclarecer melhor o que lhe falta para ser um paradoxo…Eis um pequeno resumo do que ficou para trás: na sequência do artigo de Einstein que introduzia os princípios da Relatividade Restrita, Langevin proferiu em 1911 uma conferência em Bolonha em que nunca fala de gémeos, nem de paradoxo, mas sim de um projéctil, uma bala de canhão, tirada do Júlio Verne. “De facto, escreve During no seu artigo Le Paradoxe Introuvable, “o paradoxo só aparece quando a situação põe em cena o carácter falsamente permutável dos dois observadores em movimento relativo. Se o movimento é, de facto, relativo, não se percebe porque é que o gémeo viajante não havia de se considerar imóvel em relação à Terra em movimento, de modo que tudo o que fosse válido para o seu gémeo, seria também válido para si próprio.” É justamente esta falácia que Langevin denuncia, afirmando uma assimetria essencial entre os dois observadores e promovendo a noção einsteiniana de tempo local. Assistindo à conferência de Langevin estava Bergson, que havia de ler a sua conferência “A intuição filosófica” daí a umas horas. Preocupou-o nessa altura a questão da “unidade do tempo material no seio de um universo caracterizado por uma pluralidade de ritmos de duração”. No mesmo ano de 1911 e para acentuar o engraçado da coisa, numa conferência em Zurique, Einstein imagina “um animal fechado numa caixa e cujos movimentos fisiológicos cumprissem a função de um relógio”, acrescentando, com a melhor das intenções, mais achas à confusão reinante. É só em 1918 que Herman Weyl introduz os gémeos em Espaço, Tempo, Matéria e Max Born fará menção de gémeos em 1920 num livro sobre a Teoria da Relatividade. Quanto ao paradoxo, é Von Laue que o introduz, logo em 1911, atribuindo-o a Langevin. O matemático francês Paul Painlevé formula-o por ocasião da visita de Einstein ao Colège de France em 1922, motivando uma discussão acesa, que acabará pelo acordo entre os dois físicos. Aí, Painlevé substitui o astronauta viajante pelo condutor de um comboio e os gémeos por dois comboios rápidos. Bergson, no entanto, não se convence e não se conforma e volta ao paradoxo, sem tomar em linha de conta a assimetria fundamental proposta por Einstein. Em Duração e Simultaneidade, Bergson adopta a formulação já caduca de Painlevé, e volta aos gémeos, que agora se chamam Pierre e Paul.

    A música é do Carl Stalling Project e chama-se CARL STALLING SELF-PARODY

    • 41 Min.
    O PARADOXO DOS GÉMEOS

    O PARADOXO DOS GÉMEOS

    Em Junho de 1905 Einstein publicou um artigo intitulado “Sobre a electrodinâmica dos corpos em movimento”, em que introduz a Teoria da Relatividade Restrita e a sua aplicação à electrodinâmica. Nesse artigo, Einstein dá um exemplo para ilustrar o conceito de dilatação do tempo, imaginando que se dois relógios tivessem sido sincronizados e um deles se afastasse e depois regressasse, descobrir-se-ia que o relógio que tivesse viajado estaria atrasado em relação ao que tivesse ficado no mesmo sítio. Einstein considerava tal conclusão uma consequência natural da relatividade restrita. Este artigo fundador deu origem, entre outras coisas, a rios de tinta de reflexão, debate e controvérsia sobre o enigma dos relógios que depois se veio a chamar Paradoxo de Langevin e a partir de 1922, Paradoxo dos Gémeos. Einstein nunca falou em gémeos, apenas comentou, numa conferência de 1911, que “se puséssemos um ser vivo numa caixa, poderia acontecer que esse ser vivo, depois de uma duração qualquer arbitrária de voo, poderia ser devolvido ao local de origem em condições quase inalteradas, enquanto os organismos correspondentes que tivessem ficado nas suas posições originais já há muito teriam dado lugar a novas gerações. Para o organismo que se move, a duração da viagem seria um mero instante, desde que o movimento se tivesse dado a uma velocidade próxima da velocidade da luz".

    Conversa entre Luísa Costa Gomes e João Pedro Leão.

    A música usada no início deste episódio é do CARL STALLING PROJECT (Music from Warner Brothers Cartoons 1936-1958) e chama-se There They Go Go Go.

    • 37 Min.
    MÁQUINAS ÉTICAS, conversa com Luís Moniz Pereira

    MÁQUINAS ÉTICAS, conversa com Luís Moniz Pereira

    Luís Moniz Pereira tem uma já longa carreira dedicada à investigação em Inteligência Artificial, é Professor Emérito de Ciência da Computação da Universidade Nova de Lisboa entre muitas outras coisas e um dos seus interesses mais recentes é a Moral Computacional. Escreveu em parceria com António Lopes uma colecção de artigos em Máquinas Éticas, cujo intrigante subtítulo é Da Moral da Máquina à Maquinaria Moral. Este é o link para o livro:

    https://novafcteditorial.pt/shop/outros-horizontes/maquinas-eticas-da-moral-da-maquina-a-maquinaria-moral/

    • 59 Min.
    Teatro sem Actores, com Pedro Manuel

    Teatro sem Actores, com Pedro Manuel

    Pedro Manuel é artista e professor de teatro e performance. Vive em Amesterdão há dez anos. Foi para a Holanda estudar teatro e acabou por fazer o doutoramento na Universidade de Utrecht com o título “Teatro sem Actores - Ensaiando Modos de Co-Presença”. Na apresentação deste trabalho, Pedro Manuel escreve: "Costumo dizer que comecei a pesquisa com o título, “Teatro sem Actores”, mas que acabei o doutoramento no subtítulo, “Ensaiando Modos de Co-Presença”. A premissa da tese é: considerando que há exemplos relevantes de discursos históricos e de espectáculos contemporâneos sem actores profissionais e sem presença humana, como é que estes casos desestabilizam uma ideia que temos do teatro e da performance como sendo uma arte definida pela co-presença entre humanos, actores e espectadores? Esta é a perspectiva da tese que fala do teatro “sem” actores, mas senti também necessidade de ultrapassar esta falta, esta ausência, e reflectir sobre como é que este tipo de teatro também é “com” outros agentes, nomeadamente, com espectadores, não-actores, animais, máquinas."

    • 30 Min.

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