Ao Ponto (podcast do jornal O Globo)

Ao Ponto (podcast do jornal O Globo)

Aqui ninguém perde tempo, é direto ao ponto. O podcast do GLOBO, publicado de segunda a sexta-feira às 6h, aborda os principais temas do Brasil e do mundo, para que você compreenda tanto os desafios da economia e os trâmites da política, quanto as inovações tecnológicas e a efervescência cultural. É muito? Os jornalistas Carolina Morand e Filipe Barini, apresentadores do AO PONTO, encaram o desafio. A cada episódio eles recebem convidados para uma conversa sobre os acontecimentos mais relevantes do dia.

  1. As 'caravanas federativas' e as eleições municipais de 2024

    08/11/2023

    As 'caravanas federativas' e as eleições municipais de 2024

    A menos de um ano das eleições municipais, governo e oposição deixam à mostra suas estratégias para garantir o maior número possível de governos locais e comandos de Câmaras Municipais. No caso do governo federal, o Palácio do Planalto tem usado os meses finais de 2023 para estreitar suas relações pelo país. Um instrumento para isso é a chamada "caravana federativa", formada por representantes de ministérios e órgãos públicos, que tenta levar serviços e orientações aos municípios e, em consequências, pavimentar a relação com os políticos locais. A resposta da oposição, capitaneada pelo PL, partido de Jair Bolsonaro, foi imediata. O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, barrou a participação de filiados nos atos do governo federal, depois que vários de seus aliados foram vistos nos comícios. O Planalto, por sua vez, nega que a iniciativa tenha caráter eleitoral, apontando que o objetivo oficial é facilitar o trabalho da burocracia local e destravar projetos. O objetivo do PL é ambicioso para 2024: conquistar mais de mil prefeituras pelo país, mas ainda não se sabe qual papel o ex-presidente Bolsonaro terá na campanha. Ele é alvo de uma série de processos, incluindo os relacionados aos ataques de 8 de janeiro em Brasília, e ainda não se sabe a extensão dos danos à imagem dele e da própria oposição. Já o PT tentará se recuperar do mau desempenho em 2020, quando não elegeu nenhum prefeito de capital e conseguiu apenas 183 municípios, ficando atrás de dez outros partidos. A prioridade é ter candidatos próprios em municípios com mais de 100 mil habitantes, porém também sinalizou que vai apoiar aliados em capitais como Rio, onde o apoio deve ser a Eduardo Paes (PSD), São Paulo, com apoio a Guilherme Boulos (PSOL), e Recife, com o atual prefeito, João Campos (PSB). Nesta quarta-feira, o último Ao Ponto analisa as ações de Lula na tentativa de ampliar sua base de apoio entre os municípios, e também como a oposição pretende reagir. No episódio, o repórter Bruno Góes, da sucursal de Brasília, explica o que são as caravanas federativas, e o cientista político e professor do Insper, Carlos Melo, destaca a importância das votações municipais, especialmente para o chamado Centrão.

    26min
  2. A guerra Israel x Hamas e os impactos na eleição nos EUA

    07/11/2023

    A guerra Israel x Hamas e os impactos na eleição nos EUA

    Já se passou um mês desde o início do conflito entre Hamas e Israel, uma guerra que provocou mais de dez mil mortos, dezenas de milhares de feridos e que, além de ameaçar a segurança regional do Oriente Médio, deve produzir seus impactos também na eleição presidencial nos Estados Unidos. A votação acontece daqui a um ano, e, neste momento, o cenário mais provável é de uma disputa entre o presidente Joe Biden, democrata, e o republicano (e ex-presidente) Donald Trump, repetindo o cenário da última eleição. para uma revanche da última eleição. Israel é um dos poucos temas de política externa que rende ou tira votos nos Estados Unidos, e Biden vem demonstrando apoio aos israelenses, seja através de declarações públicas, envio de armas e a fuga de uma pauta que vem ganhando corpo mundo afora: um cessar-fogo na Faixa de Gaza. E ao mesmo tempo em que ele consolida essa posição pró-Israel, o discurso da Casa Branca não agrada eleitores progressistas e de algumas parcelas da população, como os árabes-americanos, que deram apoio maciço a Biden em 2020. A guerra é mais uma questão em uma longa lista de alertas dentro da campanha do democrata, a começar pela economia. O Bidenomics, como o presidente vem se referindo às suas ações, não entusiasma os americanos, e é fator crucial no derretimento de sua candidatura nas pesquisas. No fim de semana, uma pesquisa do New York Times mostrou Biden atrás de Trump em cinco dos seis estados mais decisivos na disputa pela Presidência dos EUA — em 2020, ele venceu nestes estados. Do lado republicano, Trump, que deve ser o indicado do partido, se apresenta como o candidato "mais pró-Israel", e frequentemente destaca suas ações quando presidente, como a mudança da embaixada para Jerusalém. Contudo, algumas falas depois do início do conflito, como as críticas ao Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel, levantaram algumas questões entre seus apoiadores. Isso sem contar a longa lista de problemas dele com a Justiça. O Ao Ponto desta terça-feira discute os impactos da guerra entre Israel e Hamas nas eleições do ano que vem nos EUA. E quem detalha até que ponto o conflito pode ser decisivo na hora do voto, um ano antes da eleição, é Carlos Gustavo Poggio professor do departamento de ciência política, do Berea College, nos Estados Unidos.

    25min
  3. 06/11/2023

    Os bastidores da entrevista exclusiva de Janja ao Globo

    Diante de um governo em que as mulheres são minoria nos cargos de destaque, Rosângela Lula da Silva, a Janja, tem tentado ressignificar o papel da primeira-dama. A paranaense de União da Vitória com frequência se pronuncia sobre temas prioritários do Planalto, e chegou a ser apontada pelo jornal frânces Le Monde como uma "vice-presidente" informal" de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mas essa influência e presença na vida pública também resultaram em críticas, vindas de adversários de Lula, das redes sociais e até de integrantes do próprio governo. Mas isso não parece intimidá-la, tampouco interfere nas suas próprias pautas sociais e políticas. Uma dessas iniciativas é a luta contra o feminicídio — no dia 31 de outubro, Lula sancionou uma lei lei que cria uma pensão especial para filhos e dependentes, menores de 18 anos, de mulheres vítimas desse crime. Apesar de ser uma figura pública de destaque, Janja não costuma dar entrevistas à imprensa — uma das poucas exceções foi para a repórter Jeniffer Gularte, para a revista ELA, do GLOBO. Uma conversa na qual ela contou alguns dos detalhes desses pouco mais de dez meses no Palácio da Alvorada, dos desafios enfrentados nesse período e revela alguns detalhes de sua vida particular com Lula. No Ao Ponto desta segunda-feira, Jeniffer Gularte conta os bastidores da conversa com Janja, ocorrida no Palácio da Alvorada e que teve um ensaio fotográfico assinado por Bob Wolfenson. Ela fala ainda sobre como Janja encara temas espinhosos, como a divulgação de fake news em redes sociais, o papel das mulheres no governo Lula e também como usa a moda como forma de transmitir mensagens sobre causas por ela defendidas. Publicado de segunda a sexta-feira, às 6h, nas principais plataformas de podcast e no site do GLOBO, o Ao Ponto é apresentado pelos jornalistas Carolina Morand e Filipe Barini, sempre abordando acontecimentos relevantes da atualidade.

    31min
  4. A regulamentação (ou não) do cigarro eletrônico no Brasil

    03/11/2023

    A regulamentação (ou não) do cigarro eletrônico no Brasil

    Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes ou pods, voltaram a protagonizar debates de saúde pública e até de política tributária: a venda está proibida no Brasil desde 2009 pela Anvisa, mas não é difícil encontrar equipamentos e insumos em lojas especializadas, e seu consumo está em alta no país. A Anvisa já discute uma reavaliação da decisão de 14 anos atrás, e escuta argumentos de todos os lados, incluindo da indústria do tabaco e associações médicas. No ano passado, o corpo técnico da Anvisa orientou manter a proibição, e existe a expectativa de que seja realizada uma consulta pública até o fim deste ano Pelo lado político, tramita no Senado um projeto de lei (PL), de autoria da senadora Soraya Thronicke (Podemos - MS), que propõe o estabelecimento de regras para produzir, vender, importar e exportar os vapes — um argumento para a defesa do texto é o impacto nas contas públicas, uma vez que seria uma importante fonte de arrecadação. Segundo estimativas, o valor anual poderia superar os R$ 2 bilhões. Os defensores da regulamentação dos vapes alegam que ele é menos nocivo do que os cigarros tradicionais, e até usam decisões de agências de outros países, como do Reino Unido, para defender essa posição. Contudo, esse argumento é refutado por especialistas e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Entidades médicas também se posicionam contra o texto — a Associação Médica Brasileira (AMB), declarou que a proposta é um "desserviço aos cidadãos". No Ao Ponto desta sexta-feira, o repórter Bernardo Yoneshigue faz uma análise dos planos para regulamentar (ou manter a proibição) os cigarros eletrônicos no Brasil, e traz os principais argumentos dos especialistas da Anvisa, de organizações médicas e do setor tabagista.

    22min
  5. O debate sobre a meta fiscal do governo federal em 2024

    01/11/2023

    O debate sobre a meta fiscal do governo federal em 2024

    Em um café da manhã com jornalistas na última sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que seria "muito difícil" zerar o déficit das contas públicas em 2024, uma meta estabelecida pela equipe econômica e que mesmo antes das declarações de Lula vinha causando um debate intenso dentro do governo. A equipe econômica, liderada por Haddad, havia proposto zerar o déficit em 2024 — com uma margem de tolerância de 0,25% do PIB, para mais ou para menos. Um dos grandes desafios para a Fazenda é a elevação da arrecadação federal, que vem registrando queda no final do ano, apesar da economia estar crescendo em um ritmo acima do esperado. Segundo estimativas do mercado, o déficit esperado para 2023 é de R$ 110 bilhões, cerca de 1,1% do PIB, e há expectativa de que o número fique em R$ 84 bilhões no ano que vem, cerca de 0,8% do PIB, valor bem acima da margem prevista pela equipe econômica. Contudo, alguns setores do governo defendem que a meta seja modificada, e preveja um déficit maior do que a margem da tolerância, de até 0,75% do PIB. Os argumentos para tal decisão, que precisaria ser enviada e referendadas pelo Congresso, incluem a necessidade de gastos públicos, como os do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), cujas promessas de investimento chegam a R$ 1,3 trilhão até 2026. Ontem, uma reunião chegou a ser marcada entre Lula, Haddad e lideranças do Congresso, mas segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o tema não esteve sobre a mesa no Planalto. Nos bastidores, alguns aliados e integrantes do governo afirmam que a mudança das metas é dada como certa, a grande questão é saber como ela irá mudar. O Ao Ponto desta quarta-feira fala das muitas pontas soltas no debate sobre a meta fiscal do ano que vem, e quais são as posições que estão ganhando mais força dentro do Planalto e da Esplanada dos Ministérios. Neste episódio, o repórter especial Alvaro Gribel detalha os argumentos de lado a lado, o que dizem as lideranças no Legislativo e como o ministro Fernando Haddad está relativamente isolado na defesa do déficit zero em 2024.

    19min
  6. A 'segunda etapa' da guerra entre Israel e Hamas

    31/10/2023

    A 'segunda etapa' da guerra entre Israel e Hamas

    A guerra entre Hamas e Israel entrou na quarta semana com a maior série de bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza, e com a expansão das operações terrestres dentro do território palestino. Com o conflito longe do fim, o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alertou que os combates estão entrando em uma "segunda fase", e que serão "longos de difíceis". Mesmo diante de pedidos globais para um cessar-fogo, para tentar avançar na libertação dos mais de 200 reféns em poder do Hamas, para garantir a segurança dos civis e a entrega da ajuda humanitária, Netanyahu, com o aval dos Estados Unidos, vem rejeitando a suspensão dos combates. Ontem, ele alegou que o pedido de um cessar-fogo "é um pedido para que Israel se renda à barbárie, ao terrorismo" e que "isto não vai acontecer". Contudo, uma ofensiva terrestre em Gaza não deve ser simples. O território é uma das áreas mais densamente povoadas do planeta, e os combates devem ocorrer em um cenário urbano e parcialmente destruído pelos centenas de ataques aéreos israelenses desde o começo do mês. O Hamas e seus aliados ainda contam com uma ampla rede de túneis subterrâneos, construída ao longo de décadas. Segundo o Ministério da Saúde deGaza, comandado pelo Hamas, 8.306 pessoas morreram no enclave palestino até o dia 30 de outubro, entre eles, 3.457 crianças e 2.136 mulheres. Mais de 21 mil pessoas feridas. Do lado israelense, o número de mortos, em grande parte vítimas dos ataques do dia 7 de outubro, passa de 1,4 mil O episódio do Ao Ponto de hoje faz uma análise do estado da guerra entre Israel e Hamas, e quais os riscos presentes nessa etapa de combates. Nosso convidado é Gunther Rudzit, cientista político e professor de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), e ele discute as peculiaridades de um combate em ambiente urbano, e discute os riscos de que novas frentes de combate surjam na Cisjordânia e no Líbano.

    24min
  7. Os tentáculos econômicos das milícias no Rio de Janeiro

    30/10/2023

    Os tentáculos econômicos das milícias no Rio de Janeiro

    Há uma semana, o caos foi instaurado pelas ruas do Rio de Janeiro em uma demonstração de força das milícias que atuam na cidade. Foram 35 ônibus incendiados, quatro caminhões e um trem da Supervia, afetando mais de um milhão de pessoas. Os atos, em represália à morte de um dos integrantes — Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão, apontado como número 2 da hierarquia —, em uma operação da Polícia Civil, jogaram luz sobre a extensão dos domínios das organzações criminosas na cidade, e sobre seus muitos braços econômicos. Um cenário que foi detalhado em uma série especial de reportagens do GLOBO. Nas matérias, os repórteres Rafael Galdo, Rafael Soares e Selma Schmidt detalham algumas das histórias de moradores e comerciantes que vivem na áreas dominadas pelos milicianos. Serviços básicos, como água, luz e internet, são controlados pelos criminosos, que obrigam os moradores a pagar taxas por vezes exorbitantes. O comércio de itens como água e gás também é regulamentado pelos milicianos, e as extorsões — incluindo vendedores de balas nos sinais — cobram valores que afetam diretamente a capacidade de subsistência das pessoas. Como mostrou o episódio do Ao Ponto do dia 25 de outubro, a organização criminosa vem passando por turbulências desde a morte de seu ex-chefe, Wellington da Silva Braga, o Ecko — outro tio de Faustão —, em 2021. Atualmente, existem dois grandes grupos de milicianos em guerra, além da maior organização do tráfico no estado, com disputas abertas pelo controle de áreas da cidade. De acordo com levantamento realizado pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF), são 284,3 quilômetros quadrados da Região Metropolitana fluminense dominados pelas milícias. O estudo mostra que somente na Zona Oeste da cidade do Rio, onde a presença é mais agressiva, moram cerca de um terço dos 6,2 milhões de cariocas. O Ao Ponto começa a semana falando sobre os tentáculos econômicos das milícias no Rio de Janeiro. Neste episódio, o repórter Rafael Galdo dá detalhes sobre a capilaridade das organizações criminosas, que controlam desde o transporte de vans até obras do poder público, sempre com cobrança de taxas abusivas e o uso recorrente da violência.

    24min
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Aqui ninguém perde tempo, é direto ao ponto. O podcast do GLOBO, publicado de segunda a sexta-feira às 6h, aborda os principais temas do Brasil e do mundo, para que você compreenda tanto os desafios da economia e os trâmites da política, quanto as inovações tecnológicas e a efervescência cultural. É muito? Os jornalistas Carolina Morand e Filipe Barini, apresentadores do AO PONTO, encaram o desafio. A cada episódio eles recebem convidados para uma conversa sobre os acontecimentos mais relevantes do dia.

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