Eu vou ao psicólogo Teresa Faria

Durante muito tempo, o meu foco foram as outras pessoas. Sabia de cor a música de que gostavam, os livros que liam, todas as suas actividades de lazer preferidas. No entanto, desconhecia por completo o que eu gostava de fazer por mim. A ideia de explorar e ir à descoberta era assustadora.


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As outras pessoas sempre puderam fazer de mim o que quisessem, dizer-lhes "não" estava completamente fora de questão ou era apenas temporário. O deslumbramento pelos outros era tão grande que não me passava pela cabeça que alguém pudesse ter más intenções para comigo, ainda que a realidade (quase) me fizesse duvidar disso.

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As pessoas de quem eu gostava eram facilmente idolatradas, tudo lhes era permitido e vivia para as agradar. As decisões que tomava não me pertenciam, o peso da responsabilidade era suportado única e exclusivamente pelos outros.

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Uma perturbação de personalidade não é uma mera constipação, é uma patologia séria que precisa de tempo para ser tratada. Para mim, viver com perturbação de personalidade dependente significava que eu vivia para agradar os outros, sem nunca pensar em mim própria.


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A consulta de diagnóstico foi uma das consultas que mais me marcou durante o processo psicoterapêutico. Senti-me assustada e também muito aliviada. Finalmente havia algo que explicava muitos dos meus comportamentos até então.



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Um resumo breve sobre os temas desta temporada, abrindo caminho para a 3ª temporada que será dedicada a falar sobre a perturbação de personalidade com a qual fui diagnosticada. Voltarei com mais episódios no dia 23 de Abril :)

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