에피소드 10개

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Letter to a Young Poet Rodrigo Brand

    • 예술

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    Flower | Poetry

    Flower | Poetry

    Look at the flower

    How beautiful it sits

    (with no use)

    Still, while moving

    Patiently living

    Graciously dying

    A perfect example of being.


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    • 22초
    Olhos Marrons | Poesia

    Olhos Marrons | Poesia

    A menininha dos olhos marrons

    Tinha olhos assim, marrons

    Todo marrons

    Nem uma pitadinha de azul ou verde para clarear, não

    Não eram mel

    Eram marrons!

    Castanhos! Escuros!

    Não eram como o céu ou como mar

    Não!

    Eram cor de jegue! De jumento! De burro!

    Mas a menininha de olhos marrons era linda, a menina

    Mais lindos ainda eram seus olhos

    Marrons

    Castanhos-escuros

    Tão lindos, como ela

    Um par, amêndoado

    Cor de castanha [ do Pará ]

    Sua pele mudava de cor

    Mas nunca seus olhos

    Seus olhos não

    Que eram assim, marrons

    Tão lindos que marrom virou predicado [ apelido ]

    Marrom como olhos castanhos, lindos

    Quem os tem os guarda em segredo

    A beleza de ter olhos escuros [ infinitos ]

    Como a menina de olhos... côr-de-bur.


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    • 1분
    Seio Nu | Poesia

    Seio Nu | Poesia

    Meu estilo é poesia

    Finco a terra – planto a semente

    O que vai crescer não sei

    Talvez um seio nu

    Rego: uma gota de sangue

    Mais, se for necessário

    Às vezes jorra

    Mas meu pé não da manga

    A veia que cresce não é cajueiro

    Todavia tem o vermelho do morango

    Tem verde e tem azul

    Amarelo, vai lá saber

    A água que corre é de beber

    Este é meu sentido.


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    • 36초
    Primavera | Poesia

    Primavera | Poesia

    Quero sombra e água fresca

    Quiça uma rede para deitar

    Frutos doces para saciar minha sede

    Um córrego para banhar meus pés

    Quero o conforto de um dia de sol

    É provável que chova

    (as flores agradecem)

    Mas hoje não

    Quero o calor em minha pele

    Olhar o tempo passar

    Talvez eu me torne uma árvore

    Crie raízes

    Fique em um só lugar

    Adoraria ter galhos frondosos, braços

    Extendidos em direção ao céu

    Quem sabe um dia,

    Alguém sente à minha sombra

    Admire as minhas flores

    Coma dos meus frutos

    E sinta algo bom.


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    • 1분
    Esperança | Poesia

    Esperança | Poesia

    Pela janela vejo um sinal de esperança

    O mar, refletido no azul do céu,

    E quando digo “o mar”

    Eu quero dizer “a vida”

    (Hoje em dia, poesia tem que se explicar)

    Sim, um pouco mais triste

    Ao menos para nós

    Foi-se Martinho, foi-se a Fernanda

    A Dona Adelaide, o seu Alcyr!

    Que, só a família, e

    Alguns amigos, conheciam

    Não importa, o mundo fica mais triste

    No momento de uma partida

    Quem dera ainda tivêssemos viagens à navio

    Acenar com um lenço o barco sumindo na distância

    Poder dizer adeus ao menos uma vez mais

    Memórias, de um passado distante

    Um dia, seremos nós

    Mas nesse momento

    (Enquanto você lê esse texto)

    Está nascendo a Samira

    Um dia vai virar professora, poetisa

    Talvez médica, espero que seja mãe

    Continuar o ciclo da vida

    Contribuir para o azul do céu

    Faz bem fazer o bem

    E enquanto existir algo a se plantar

    Há Esperança.


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    • 1분
    A Menina Sem Estrela | Poesia

    A Menina Sem Estrela | Poesia

    Olha você. Eu. Não era pra ser. Nasci prematura. Infintamente miúda. Sem movimento. Sequer podia respirar. Incapacitada. Um alma. Dentro de um casca quebrada. Escorrendo.

    Meu pai perguntou: “Há esperança? Quero a verdade, nada mais”. “Não”, disse o médico.

    Essa era a minha vida. Nada para dar. Além de minha presença. Um peso. Um fardo. Numa cadeira de rodas... pra facilitar a movimentação. “Carrega a Daniela.”

    Meus olhos azuis não tinham vida. Olhos negros. Como os de cegos. Numa história escrita pelo meu pai.

    A morte numa família é um peso para todos. Quem morre, se vai. Mas o que fica é dividido. Entre todos os restantes. Somente em alguns casos, quando já se está perto do fim, é um alívio.

    Carregam o corpo. Os familiares. Talvez alguns amigos. Depositam em cova profunda. Uma oração e algumas palavras. Por cima, terra solada. Uma bonita lápide. Depois, é com o tempo. Quiça um dia, conseguem esquecer.

    Eu fiz Nelson chorar. Eu fiz Nelson Rodrigues chorar. Sabe você o que é isso? Sabe você o que é vexar o “anjo pornográfico”? E não foi lágrima escondida não. Lágrima transviada por lenço posto de volta no paletó. Eu fiz ele chorar copiosamente. Soluços ouvidos por todo o edifício. Lágrimas sem retorno. Como um rio que deságua no mar. Ele não sabe. Mas eu sei.

    Eu. Um corpo numa cadeira. Transformei a vida ao meu redor. Fiz minha avó. Uma senhora. Personagem de colunas sociais. Subir de joelhos. Os 365 degraus, da Igreja da Penha.

    Minha mãe. Todas as noites. Também ajoelhada. Massageando minhas pernas sempre geladas. Devido à má circulação. Meu pai. Todas as noites. À observar.

    Jantar na minha casa era à luz de velas. Um funeral adiantado. Todos aguardavam. Ansiosos. O dia de minha prematura partida.

    Mas nem tudo era tão triste. A oposição e a adversidade também tem a sua verdade. Elas uniram meu pai e minha mãe.

    União. Fundada na solidão de quem enfrenta uma batalha. Eu era uma causa. Um propósito. Uma missão. Comigo por perto, minha mãe pôs meu pai na linha. O convênceu a usar óculos. Tentou que ele abolisse os suspensórios. O ensinou a tomar banho direito. E às vezes, ela entrava no chuveiro, para que eles se lavassem juntos. Purgavam seus pecados. Uma forma... de amor.


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    • 4분

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