P24

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De segunda a sexta às 7h. Antes de tudo: P24. O dia começa aqui

  1. Insegurança: temos medo do que vem de fora

    1D AGO

    Insegurança: temos medo do que vem de fora

    A associação entre população imigrante e o aumento da criminalidade ou do sentimento de insegurança tem sido frequente. As estatísticas nacionais desmentem a correlação entre imigração e criminalidade e responsáveis como Luís Neves, director nacional da PJ, que escutamos na abertura deste episódio, explicam por a+b que o sentimento de insegurança é gerado pela desinformação e não é confirmado pelos dados. O novo Relatório Anual de Segurança Interna, mais conhecido como RASI, assegura que a criminalidade geral baixou no distrito de Lisboa, contrariando o discurso de Carlos Moedas, presidente da autarquia, e confirma uma descida do crime a nível nacional. Todavia, o RASI acrescenta que houve um aumento da criminalidade violenta, devido à delinquência juvenil, violência doméstica e violação. Na semana em que a AIMA informou que o número de cidadãos imigrantes residentes em Portugal, com processos de regularização em dia, já passou a fasquia do milhão e meio de pessoas, convidamos o investigador Luís Fernandes para nos falar sobre insegurança psicológica, percepções e medo. O professor catedrático da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, que estuda estes temas há mais de 30 anos, diz que “os nossos medos são contaminados pelo que vem de fora” e quem vem de fora, hoje, é o migrante. No fundo, “compramos os medos dos outros”. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    17 min
  2. Os rankings das escolas são uma ferramenta, não uma punição

    APR 4

    Os rankings das escolas são uma ferramenta, não uma punição

    Todos os anos por esta altura, divulgam-se os rankings das escolas e regressa um velho debate que divide professores, pais ou políticos. Ouvindo o influencer André Oliveira, do canal Brasileiro na Europa, percebe-se a irritação ou o desprezo com que muitos condenam os rankings. Porque transformar os seus dados numa competição que elege as 10, 20 ou 30 melhores escolas e condena as que ficam cá em baixo não é apenas um erro de análise: é também uma forma de destruir toda a utilidade que os rankings nos proporcionam. Mais do que seriar, elogiar ou punir, os dados dos rankings permitem-nos perceber onde as coisas correm bem e menos bem, onde há escolas e professores cujas práticas devem ser analisadas ou seguidas. Ou, por outras palavras, permitem-nos sair daquela zona de comodismo que tende a acreditar que todas as escolas e todos os professores fazem tudo o que devem, que fazem tudo bem feito, que o seu desempenho é o que é à custa de uma qualquer ordem natural das coisas. A vida não é assim. Os rankings, como os leitores sabem, dizem muito ao nosso jornal. Foi o PÚBLICO que travou uma batalha com as instâncias administrativas para obrigar o Governo a libertar os dados. E durante anos o Público empenhou-se em criar parcerias e em procurar soluções que nos permitam extrair o máximo dos rankings. O índice de superação que este ano o Público estreia, procura dar resposta à observação, pertinente, dos que acusam os rankings de comparar o incomparável. O que fizemos, com o apoio da Católica Porto Business School, foi determinar índices médios para escolas dos mesmos contextos sociais, económicos ou educacionais. Se, como verificámos, a Escola Dr. Ferreira da Silva, de Cucujães, tem a média mais acima da média das escolas do mesmo meio social, é porque há ali qualquer coisa que vale a pena conhecer, estudar e, por que não, copiar. Mostrar com provas que as escolas são capazes de vencer o fatalismo e superar o que se espera delas é afinal a melhor maneira de preservar a missão mais nobre da educação em democracia: a de fazer com que todos tenham oportunidade de melhorar as suas vidas. Condenar os rankings por eles nos mostrarem diferenças gritantes pode servir para salvar as escolas piores dos anátemas ou das críticas. Mas servirá também para as condenar a ficar nessa situação para sempre. Neste episódio do P24 dedicado aos rankings, convidámos Andreia Sanches para nos dar a sua visão sobre estas e outras questões que lhes estão associadas. A Andreia é uma jornalista da Sociedade especializada em assuntos da Educação que lidera há anos os rankings do PÚBLICO. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    20 min
  3. Sondagem da Católica dá-nos conta de um eleitorado que ficou congelado nos resultados de 2024

    APR 3

    Sondagem da Católica dá-nos conta de um eleitorado que ficou congelado nos resultados de 2024

    Há pouco mais de um ano, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, falou aos militantes socialistas na ressaca de uma noite eleitoral agridoce, embora bem mais amarga que doce. O PS perdera as eleições, mas por uma margem de 50 mil votos. Um ano depois, a sondagem do CESOP, da Universidade Católica, para o PÚBLICO; RTP e Antena 1 parece regressar a esse tempo em que as duas principais forças políticas andavam ombro a ombro. Se as eleições fossem hoje, a AD teria 29% dos votos e o PS 27% - no ano passado, recorde-se, ambos se ficaram nos 28%. Impõem-se perguntas: não se passou nada no último ano capaz de justificar que um ou outro partido se tivesse afastado? Nada do que a AD fez no Governo ou o PS na Oposição justificou a captação da intenção de voto em outros partidos? Não é só nesta comparação que a sondagem do CESOP nos mostra que nada de significativo mudou na relação dos eleitores com os partidos. O Chega mantém-se na terceira posição, com 17% dos votos, menos 1% que em Março de 2024. O Bloco e o Livre crescem um pouco, o PCP resiste e a Iniciativa Liberal passa de quase 5% para 8% dos votos. A direita mantém a sua ampla maioria. E, sem possibilidade de haver acordos políticos maioritários à esquerda, o Chega mantém-se como o elefante na sala a impedir maiorias à direita. Nada mudou mesmo. O quadro de instabilidade veio para ficar, a menos que haja mudanças de fundo na vontade do eleitorado daqui até 18 de Maio. Vale a pena, ainda assim, olhar para outros dados da sondagem. Para notar que a AD ou a IL atraem mais eleitores com qualificações superiores que o PS – o eleitorado do Chega é o que apresenta menores qualificações académicas. O PS continua a ter a maior fatia de eleitores idosos. Dos eleitores do Chega, 19% dizem não ter votado anteriormente em outros partidos, ou seja, vêm da abstenção. Todos os líderes são penalizados na avaliação dos consultados. E se em Julho e Outubro do ano passado, 57% dos portugueses achavam o governo razoável, essa percentagem desce agora para 52%. O que nos diz este retrato da opinião pública, a mês e meio das eleições? Fomos à procura de respostas e convidámos para este episódio João António, director do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa (CESOP) e investigador no Centro de Investigação do Instituto de Estudo Políticos da UCP. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    17 min
  4. A história de um Governo que passou um ano a adiar a crise

    APR 2

    A história de um Governo que passou um ano a adiar a crise

    O Governo de Luís Montenegro apresentou-se na tomada de posse como portador de um mandato dos portugueses para promover uma mudança política. Neste juízo, coube tudo tudo: ideologia mais à direita, apoios sociais com aromas de esquerda, resposta aos problemas em vez de letargia e tudo isto sem pôr em causa o mantra da política portuguesa contemporânea: as contas certas. Um ano depois da posse, todos estes juízos e toda esta autoavaliação está sujeita a um duplo escrutínio dos eleitores: o de hoje, dia da efeméride, e o de dia 18 de Maio, data das próximas eleições. Será que o governo da AD consegue provar todos estes méritos? Ou a tese do PS que denuncia um governo displicente que apenas se entreteve a desbaratar o saldo financeiro do seu antecessor vai prevalecer? Bem sabemos que na decisão dos portugueses vão pesar outras coisas. O caso da Spinunviva paira sobre a cabeça do primeiro-ministro; a decisão de avançar com uma moção de confiança condenada à partida a ser chumbada transfere, aos olhos de muitos eleitores, o ónus da crise para Montenegro e seus pares. Mas para lá da circunstância que fez desabar o Governo, a crise de Março, muitos eleitores, talvez a maioria, vão decidir o seu voto de acordo com a avaliação que fazem do estado do país. Como, de resto, acontece em todas as eleições. Ora, neste balanço há de tudo. Da falha inapelável em estancar os problemas da saúde ao regresso da paz nas escolas, pelo menos para já, das políticas de imigração típicas da direita ao reforço do complemento solidário para idosos próprio da direita, passando pelo corte no IRS em especial para jovens ou nos aumentos salariais de 17 categorias da função pública, há medidas para tudo e todos. Serão estas medidas vistas como boas para o país? Serão tidas apenas como iscos eleitoralistas para atrair votos numas eleições que, bem se sabia, estavam para acontecer mais tarde ou mais cedo? O país cuja economia e sociedade começam a dispensar, felizmente, o Governo aguenta mais um ano ou dois de navegação à vista, com governos frágeis e incapazes de fazer mudanças de fundo? Pedro Norton, gestor e colunista do PÚBLICO, é um observador atento da realidade política nacional e é o convidado deste episódio para nos ajudar a situar o que está em causa ao fim de um ano do Governo. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    16 min

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