Todos os anos por esta altura, divulgam-se os rankings das escolas e regressa um velho debate que divide professores, pais ou políticos. Ouvindo o influencer André Oliveira, do canal Brasileiro na Europa, percebe-se a irritação ou o desprezo com que muitos condenam os rankings. Porque transformar os seus dados numa competição que elege as 10, 20 ou 30 melhores escolas e condena as que ficam cá em baixo não é apenas um erro de análise: é também uma forma de destruir toda a utilidade que os rankings nos proporcionam. Mais do que seriar, elogiar ou punir, os dados dos rankings permitem-nos perceber onde as coisas correm bem e menos bem, onde há escolas e professores cujas práticas devem ser analisadas ou seguidas. Ou, por outras palavras, permitem-nos sair daquela zona de comodismo que tende a acreditar que todas as escolas e todos os professores fazem tudo o que devem, que fazem tudo bem feito, que o seu desempenho é o que é à custa de uma qualquer ordem natural das coisas. A vida não é assim. Os rankings, como os leitores sabem, dizem muito ao nosso jornal. Foi o PÚBLICO que travou uma batalha com as instâncias administrativas para obrigar o Governo a libertar os dados. E durante anos o Público empenhou-se em criar parcerias e em procurar soluções que nos permitam extrair o máximo dos rankings. O índice de superação que este ano o Público estreia, procura dar resposta à observação, pertinente, dos que acusam os rankings de comparar o incomparável. O que fizemos, com o apoio da Católica Porto Business School, foi determinar índices médios para escolas dos mesmos contextos sociais, económicos ou educacionais. Se, como verificámos, a Escola Dr. Ferreira da Silva, de Cucujães, tem a média mais acima da média das escolas do mesmo meio social, é porque há ali qualquer coisa que vale a pena conhecer, estudar e, por que não, copiar. Mostrar com provas que as escolas são capazes de vencer o fatalismo e superar o que se espera delas é afinal a melhor maneira de preservar a missão mais nobre da educação em democracia: a de fazer com que todos tenham oportunidade de melhorar as suas vidas. Condenar os rankings por eles nos mostrarem diferenças gritantes pode servir para salvar as escolas piores dos anátemas ou das críticas. Mas servirá também para as condenar a ficar nessa situação para sempre. Neste episódio do P24 dedicado aos rankings, convidámos Andreia Sanches para nos dar a sua visão sobre estas e outras questões que lhes estão associadas. A Andreia é uma jornalista da Sociedade especializada em assuntos da Educação que lidera há anos os rankings do PÚBLICO. See omnystudio.com/listener for privacy information.