O Poema Ensina a Cair Raquel Marinho
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- Arte
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Perseguindo a ideia de Lawrence Ferlinghetti - "a poesia é a distância mais curta entre duas pessoas" - esperamos, através das escolhas poéticas dos nossos convidados, ficar mais perto deles e conhecê-los melhor. Usamos o verso de Luiza Neto Jorge “O Poema Ensina a Cair” para dar título a este podcast sobre os poemas da vida dos nossos convidados.
Um projecto da autoria de Raquel Marinho.
"Melhor podcast de Arte e Cultura" pelo Podes 2021 - Festival de Podcasts.
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Benjamim (II): "Comove-me a vitória de alguém, alguém conseguir fazer alguma coisa. É das coisas que mais me comove."
Segunda parte da entrevista a Benjamim, músico, compositor, cantautor e produtor musical.
Poemas segunda parte:
- Construção – Chico Buarque
- Moonlight Drive / Passeio ao Luar - Jim Morrison
- Testamento - Ana Luísa Amaral
- Uma vez quiseram-me louca a arder - Cláudia R. Sampaio
- Um caso - Inês Fonseca Santos
- Na hora de pôr a mesa - José Luís Peixoto
Livro além da poesia:
O Retorno, Dulce Maria Cardoso, edição Tinta da China -
Benjamim (I): "A antropologia foi muito boa porque é uma janela para o mundo, é uma janela para analisar a sociedade. É uma maneira de olhar para o mundo."
Conhecemo-lo por Benjamim mas chama-se Luís Nunes. Cantautor, escritor de canções, produtor, compositor, músico multi-instrumentista, nasceu em Lisboa em
1986. Estudou Antropologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova, depois rumou a Londres para estudar Engenharia de Som, e foi lá que assinou os primeiros trabalho, em inglês, e como Walter
Benjamin.
De volta a Portugal instalou-se no Alentejo, construiu o estúdio que é hoje a sua principal ferramenta de trabalho, e passou a apresentar-se como Benjamim. É assim que o conhecemos e aos vários trabalhos que assinou em nome próprio ou em colaborações, ou ainda, muito importante faceta do meu convidado, como produtor.
Lançou recentemente um projecto ambicioso chamado Berlengas. É um disco, mas também um filme e um
bailado, que nos propõe uma viagem imaginária às Berlengas ou, diria eu, a qualquer outra ilha para onde quiséssemos fugir. Primeiro criou uma paisagem
musical, depois convidou o realizador Bruno Ferreira a assinar um filme inspirado na música que lhe deu a ouvir. O resultado acaba por ser um filme/bailado, mas também um disco com 20 faixas, onde podemos encontrar ideias, no meio das letras, bonitas assim, e vou citar Eu acerto sempre por acaso/Mas o ocaso sei de cor.
Poemas primeira parte:
- A solução – Bertolt Brecht
- Árvore Envenenada – William Blake
- Pequena ode a um carro eléctrico – David Mourão-Ferreira
- A Morte solitária de Hattie Carrol – Bob Dylan
- Jeremias, O Fora da Lei – Jorge Palma -
Eucanaã Ferraz (II):"Eu quero acreditar que nós pertencemos à raça daqueles que mergulham de olhos abertos na poesia, nesse idioma, para lá dentro descobrirmos esses corais."
Segunda parte do podcast com o poeta, professor universitário Eucanaã Ferraz.
Poemas:
Sophia de Mello Breyner Andresen, Coral
Manuel Bandeira, Consoada
Caetano veloso, Terra
Álvaro de Campos, Poema em Linha
Recta
António Cícero, Guardar
Livro: Clarice Lispector, Água Viva, edição Relógio D´Água -
Eucanaã Ferraz (I):"Quando é preciso dizer algo, nada substitui a poesia porque ela vai directo lá, na linguagem, ela é um trabalho com a linguagem. Então, ninguém chega lá."
Eucanaã Ferraz nasceu no Rio de Janeiro, em 1961. É poeta, professor de Literatura Brasileira na Faculdade de
Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e consultor de literatura do Instituto Moreira Salles.
Os seus poemas, de 1990 a 2016, estão publicados em Portugal no livro Poesia, editora INCM. Em 2019, a Tinta-da-china, lançou Retratos com Erro, que recebeu o Prémio Oeiras de Poesia e, mais recentemente, no
final de 2023, o livro Raio.
Conheceu alguns dos nomes maiores da poesia portuguesa, como por exemplo Eugénio de Andrade ou Sophia de Mello Breyner Andresen, sobre quem organizou a antologia Coral e outros poemas, editada no Brasil
pela Companhia das Letras. Fez várias outras antologias – Vinicius de Moraes, Caetano Veloso ou Adriana Calcanhoto. -
Maria do Rosário Pedreira (II):"Essa autora (Marguerite Duras) foi a autora que me ensinou que se pode escrever de outra maneira."
Segunda parte do podcast com a poeta, editora, letrista, contista Maria do Rosário Pedreira.
Poemas:
Alexandre O´Neill – Gaivota
Ana Luísa Amaral – Passado
José Emílio Pacheco – Uma defesa do anonimato (tradução de António Cabrita)
José Carlos Barros – A Literatura
Livros:
Marguerite Duras, "O Amante" e "Uma Barragem Contra o Pacífico" -
Maria do Rosário Pedreira (I):"Ler não é só ler. Ler é compreender."
Maria do Rosário Pedreira nasceu em Lisboa, em 1959. Escritora, poeta, editora, cronista, letrista, começou a escrever cedo, ainda criança, na escola primária, e para isso terá contribuído o facto de ter estudado numa escola cujo patrono era o poeta João de Deus, que incentivava os alunos, por exemplo, a fazer recitais de poesia no final do ano lectivo.
Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa - "não podia ir para mais lado nenhum, não sabia fazer mais nada" -, passou brevemente pelo ensino, veio a tornar-se uma das editoras portuguesas mais respeitadas e reconhecidas.
Escreveu ficção infantil, contos, romance, mas reconhecemo-la sobretudo pela poesia, mais do que uma vez distinguida. Já este mês venceu o Prémio de Poesia de Oeiras com o livro "O Meu Corpo Humano", edição Quetzal.
Assina os e-mails com uma frase de C. S. Lewis: "lemos para sabermos que não estamos sozinhos".
Poemas Primeira Parte:
João de Deus, Boas Noites
Álvaro de Campos, Soneto Já Antigo
Mário Cesariny, De Profundis Amamus
Mário de Sá-Carneiro, Caranguejola
Eugénio de Andrade, Véspera da Água
Críticas de clientes
Pela estrada fora
Tem sido uma aventura extraordinária ler este livro e ir a todos os sítios dele. Leio devagar porque preciso de conhecer a Route 6 (e o resto). E o resto é muito. Voltei a ouvir Tó Trips, li o longo Uivo, estudei pormenores das biografias dos da Geração Beat. Até já sei o é um vinho Tokai. Porém, a edição do meu livro não é fiel ao maravilhoso trecho que o Tó Trips leu (tão bem). Será que o livro dele é uma tradução do rolo inicial? É que me parece ser tão melhor. Sou absolutamente fã de cair com um podcast. E este é um poema. Agora não é uma crítica, é uma sugestão: já que é um verso da Luiza Neto Jorge que dá o nome ao podcast, porque não convidar o pintor do Ciclópico Acto para desenhar também aqui, os poemas da sua vida?
Redescoberta
Ao ouvir o Seu podcast, redescobri a poesia, andava cá dentro com uma vontade imensa de voltar a ela.
Muito obrigado e aguardo novos episódios
Porquê?
Ninguém usa tão bem a palavra porquê, nas entrevistas com a Raquel. Agradeço lhe ter devolvido a poesia aos meus dias , andamos perdidas. Devia pensar em reunir num livro as respostas dos convidados à sua pergunta “para que serve a poesia”