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  1. Gisèle Pelicot quis que soubéssemos o que é uma violação

    HÁ 2 DIAS

    Gisèle Pelicot quis que soubéssemos o que é uma violação

    Um tribunal francês condenou ontem Dominique Pelicot à pena máxima de 20 anos de prisão pela violação agravada da sua ex-mulher Gisèle. Este homem foi condenado também pela tentativa de violação agravada da mulher de um co-arguido e de ter recolhido imagens íntimas e sem consentimento da filha e de duas noras.  Gisèle Pelicot foi sedada e violada durante dez anos sem o saber. Era através de um fórum online sobre fantasias de actos sexuais não consentidos que o seu ex-marido contactava os homens que iam a sua casa violar a mulher, que tinha drogado previamente para esse efeito. Gisèle quis que o julgamento do seu caso se tornasse público, recusando o anonimato oferecido às vítimas de violação. Esta mulher quis mudar a forma como a sociedade lida com estes casos, para que outras, quando acordarem sem memória, se possam lembrar do seu testemunho. O tribunal condenou outros 50 homens, com sentenças entre os três e os 15 anos de prisão, por violação, tentativa de violação ou agressão sexual. Este caso destrói o cliché do violador. Os abusadores são o que se pode classificar como “homens comuns” e familiares. Afinal, o que faz um abusador? Neste episódio, Marlene Matos, professora associada da Universidade do Minho, onde coordena a equipa de Vitimologia e Sistema de Justiça, ajuda-nos a perceber os contornos deste caso. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    17min
  2. Daniel Bessa acreditava mais na tese do défice se Centeno se não fosse pré-candidato à Presidência

    HÁ 4 DIAS

    Daniel Bessa acreditava mais na tese do défice se Centeno se não fosse pré-candidato à Presidência

    O alerta foi apenas um alerta, mas tocou num nervo sensível da actualidade política e da preocupação dos cidadãos: Portugal arrisca-se a regressar aos défices das contas públicas, avisou o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno. O ministro das Finanças, que aqui ouvimos, de Luis Montenegro ou o Presidente, desvalorizaram a previsão. Contra a opinião do governador têm as previsões da OCDE, do FMI e até do próprio Banco de Portugal, que ainda assim não inclui até agora nas suas contas o aumento da despesa inscrito no orçamento do próximo ano. Para agravar as percepções e as angústias, os jornais têm noticiado uma vaga de falências de empresas nos últimos dias. Há sinais de abrandamento ou até derrapagem em indústrias como a do calçado, dos têxteis e vestuário ou dos componentes para automóveis, que por si só representa quase 15% do produto nacional bruto. Afinal, o que está a acontecer? O país que até agora aparecia orgulhoso com as suas contas certas, o país que se destaca no mundo pela extraordinária redução da sua dívida pública, das famílias e empresas, o país que cresce acima da média europeia está a regressar à aflição dos velhos tempos? Não, calma, não estamos com um pé no fim do mundo e há vários analistas e organizações internacionais a afirmá-lo. Estamos sim, de resto como sempre, num momento de incerteza onde tudo o que corre bem pode correr mal de um dia para o outro. Para já, se a Alemanha e a França apertam o cinto e travam as exportações nacionais, a Espanha, o nosso principal comprador de bens e serviços, continua a registar o crescimento mais elevado entre as economias avançadas. A folga nas contas do Estado, ou a situação financeira das empresas, estão bem e recomendam-se. E, como notava o Banco de Portugal no seu mais recente boletim, a produtividade cresce também por causa da melhor qualificação dos portugueses e do perfil de especialização da economia em produtos com mais tecnologia e valor acrescentado. Para nos explicar a sua opinião entre o deve e o haver da conjuntura, temos hoje connosco o professor Daniel Bessa. Ex-ministro, académico, consultor de empresas com uma forte ligação ao país real, Daniel Bessa é um dos mais respeitados economistas do país. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    16min
  3. O povo da Geórgia ajuda-nos a dar valor ao que damos por adquirido

    HÁ 5 DIAS

    O povo da Geórgia ajuda-nos a dar valor ao que damos por adquirido

    Os jornalistas do PÚBLICO João Ruela Ribeiro e Joana Gonçalves andaram nos últimos dias pela capital da Geórgia, Tbilissi, e trouxeram-nos lições sobre as lutas do seu povo por bens preciosos que damos por adquiridos. Nas ruas, durante os protestos que se arrastam há semanas contra a decisão do Governo de suspender as negociações para a adesão à União Europeia, ou na casa da família de Ioane e de Ekaterina, sabemos que há no mundo quem lute pela democracia como quem luta por um bem vital. Quem arrisque penas de prisão, espancamentos ou a morte em nome da liberdade. Os georgianos sabem pela memória e pelas lições da Ucrânia que democracia e liberdade são valores que os aproximam à Europa e os separam da Rússia. Ou, por outras palavras, que os aproximam de nós. Mesmo que alguns de nós, seja pela abundância, pela rotina ou pelo esquecimento duvidem da Europa e simpatizem com a Rússia. O que os enviados do PÚBLICO nos trouxeram nas suas reportagens é afinal a prova de que há milhões de pessoas que arriscam as vidas para terem o que os europeus têm. É por isso impossível não simpatizar com esse povo com uma longa história e identidade que passou os últimos séculos subjugado pelo poder da Pérsia, da Turquia e, há 200 anos, da Rússia. A Rússia que os fez pagar em 2007 o duro preço de querem a democracia e a liberdade, invadindo-os e, como agora no Donbass ucraniano, ocupando a Abkásia e a Ossétia do Sul. Mas eles não desistem. Nas ruas de Tblissi, a bandeira da Europa é a bandeira da soberania popular, dos direitos civis e da liberdade que as eleições suspeitas de Outubro e as manobras do Kremlin se esforçam por matar. João Ruela Ribeiro viveu isso nos últimos dias e conta-nos o que viu, sentiu e contou em várias reportagens que fez com a Joana Gonçalves.  See omnystudio.com/listener for privacy information.

    18min
  4. A crise na indústria automóvel europeia é uma ameaça para a economia nacional

    HÁ 6 DIAS

    A crise na indústria automóvel europeia é uma ameaça para a economia nacional

    Está a indústria automóvel europeia em crise? A pergunta que entrou nas agendas da imprensa internacional, começou a alastrar no final de 2023 e, um ano depois, a resposta parece evidente: sim, está em crise. Há fábricas a fechar na Alemanha e na Bélgica, há planos de cortes severos de custos nas grandes construtoras e há demissões gestores até há bem pouco tempo considerados como estrelas no universo empresarial. Foi o caso do CEO da Stelantis, o português Carlos Tavares. A crise que se foi agravando com a pandemia abrandou em 2023, mas este ano voltou à ordem do dia. O mercado europeu está em queda e o músculo exportador de marcas como a Volkswagen ou a BMW está a claudicar na área industrial do futuro, a dos carros eléctricos. Entre as principais 15 marcas mundiais deste sector, só uma é europeia, o que expõe uma realidade preocupante: a Europa deixou-se ultrapassar pelos americanos e, em especial, pelos chineses. O plano inclinado desta indústria transformadora que emprega 13,8 milhões de europeus está a arrastar um dos mais importantes sectores exportadores de Portugal: o automóvel. No país emprega seis mil pessoas, e no ano passado exportou 14,3 mil milhões de euros, o que corresponde a 15,6% do total das vendas de bens transaccionáveis ao exterior. Depois de anos de crescimento e consolidação, a indústria regista uma queda de 3,2% até Outubro face a 2023. O que basta para que se liguem os sinais de alarme: o prolongamento da crise europeia vai ter um preço elevado na economia portuguesa. O que fazer perante a ameaça? A indústria nacional está preparada para novos desafios? Como pode aproveitar os incentivos que começam a discutidos para recolocar o sector automóvel europeu na posição de liderança que ocupou até agora? Para falarmos sobre o estado do sector, as suas ameaças e oportunidades, convidámos para este episódio José Couto, presidente do Conselho de Administração da empresa Microplásticos, uma fábrica de componentes, e presidente da AFIA - Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    17min
  5. Os idosos morrem nas cidades sem ninguém dar por isso

    13 DE DEZ.

    Os idosos morrem nas cidades sem ninguém dar por isso

    Em 2002, Augusta Duarte Martinho deixou de ser vista pela vizinhança do prédio da Rinchoa, concelho de Sintra, onde habitava. Desapareceu, apenas, e ninguém soube ou quis saber o que lhe tinha acontecido. Os seus restos mortais seriam descobertos nove anos depois na cozinha da sua casa. Não foram familiares, vizinhos ou os serviços da segurança social que a encontraram. Foi o fisco, mandado a sua casa para executar uma penhora por dívidas vencidas. Esta semana, foi conhecida em Lisboa mais uma história lúgubre que revela a condição de solidão e abandono de tantos portugueses idosos e frágeis nas grandes cidades. Uma mulher de 92 anos e o seu filho de 63 foram descobertos sem vida pelas autoridades dentro da casa que habitavam. Supõe-se que primeiro morreu o filho; depois, a mãe, acamada por doença e incapaz de se locomover. Desta vez, o alerta foi dado pelos vizinhos, que estranharam o desaparecimento do homem e ficaram alarmados com o cheiro dos cadáveres em avançado estado de decomposição. A revelação, chocante, confronta-nos pelo menos com três ordens de problemas: as condições desumanas em que vive uma parte dos nossos cidadãos mais idosos; as falhas de acompanhamento dos serviços públicos; e a dissolução das redes comunitárias das grandes cidades. Sem família próxima, sem amigos, sem vizinhos, muitos idosos ficam entregues a si próprios. A história desta semana em Lisboa é a prova desse abandono e dessa solidão. Casos como estes exigem reflexão e medidas. Não apenas da parte dos poderes públicos, também da própria sociedade. Para nos ajudar a perceber o que está em causa convidámos Fernando Bessa Ribeiro, Doutorado em Ciências Sociais, Professor Associado com Agregação do Departamento de Sociologia do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho e investigador integrado do CICS.Nova, um centro interdisciplinar dedicado à área da saúde. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    19min
  6. Gaza: “Nunca tantas crianças morreram em tão pouco tempo”

    11 DE DEZ.

    Gaza: “Nunca tantas crianças morreram em tão pouco tempo”

    Na Faixa de Gaza, já foram mortas, pelo menos, mais de 44 mil pessoas e feridas mais de 105 mil. Nunca tantas crianças morreram em tão pouco tempo, cerca de 20 mil, no período de um ano. Não há memória de um número tão grande de crianças amputadas ou órfãs. Cerca de 90 % da população sofre de fome ou está em risco de insegurança alimentar aguda. O que Israel está a fazer é um genocídio, concluiu um relatório da Amnistia Internacional, divulgado na semana passada. O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita rejeitou as acusações e considerou que o relatório era falso e baseado em mentiras. De acordo com a UNOPS, o Gabinete das Nações Unidas para os Serviços de Projectos, há 2,1 milhões de pessoas a viver "num verdadeiro inferno e "mais de 70 por cento da infra-estrutura civil — casas, hospitais, escolas, água e instalações sanitárias — foi destruída ou severamente danificada". Neste episódio do podcast P24, ouvimos o director executivo da UNOPS e subsecretário geral das Nações Unidas, o português Jorge Moreira da Silva, que nos diz que em Gaza não estamos diante de uma crise humanitária, mas sim de uma crise de humanidade. Siga o podcast P24 e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts, ou noutras aplicações para podcasts.​ Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.   See omnystudio.com/listener for privacy information.

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