40 semanas Folha de S.Paulo

Uma gestação pode durar até 42 semanas, mas a conta feita para definir a data provável de parto tem como marco o dia em que a gravidez alcança 40 semanas.

Nesta série, que chega ao fim nesta segunda (26), os apresentadores fazem um balanço de todos os temas abordados no podcast.

A escolha do nome, as diferentes formas de gestar, infertilidade, aborto, perda gestacional, síndrome de Down e barriga de aluguel foram alguns dos temas levados ao ar.

Chegou a vez de Raízia, a mais nova das protagonistas do podcast 40 Semanas entrar em trabalho de parto.

Durante a gestação, a jovem relatou diversos problemas de saúde e preconceitos por ser jovem e negra. O término do relacionamento com o pai da bebê também influenciou boa parte da gestação.

No dia que era para ser um dos mais felizes para ela, Raízia relatou ter sofrido violência obstétrica no hospital.

A maternidade é cercada de planos, sonhos e, muitas vezes, frustrações. Débora, uma das três protagonistas deste podcast experimentou todos esses momentos. Ela e o marido tentaram engravidar por anos. Quando conseguiram, idealizavam um parto domiciliar, mas na reta final da gestação, precisaram mudar os planos para um parto hospitalar. O desejo era vivenciar um parto normal, por isso, Débora passou por uma indução de parto. Temida por muitas gestantes, a indução estimula o corpo a entrar em trabalho de parto por meio de medicamentos. Ouça o desfecho da história dessa mãe, que entrou no projeto apenas na 13ª semana, substituindo Letícia, gestante deixou o 40 Semanas por questões pessoais.

No imaginário popular, quando a bolsa de uma grávida estoura é tempo de correr para o hospital. O cinema, as séries ou novelas mostram a gestante sentindo uma dor ininterrupta e o bebê nascendo em seguida.

Na vida real, isso é bem raro. A bolsa da mulher pode, inclusive, não estourar -mesmo estando em trabalho de parto. E o nascimento do bebê pode levar horas ou até dias.

Por isso não é recomendado avisar os parentes que a bolsa estourou. Ligações e mensagens de textos podem afetar a parturiente, que precisa de paz nesse momento.

O 37º episódio do Podcast 40 Semanas fala sobre essa "blindagem" na gestante e traz o desfecho da história da Juliana, uma das protagonistas.

Após 10 anos de tentativas frustradas, vendo amigas e parentes próximas virando mães, ela e o marido juntaram todas as economias e partiram para uma reprodução assistida. 

A bolsa dela estou na 35ª semana de gestação, muito antes da data prevista do parto. 

No país das cesáreas eletivas, quem deseja vivenciar um parto normal precisa, além de se informar muito, preparar o corpo e a mente para tal experiência. Curso de parto, conversa com obstetrizes, rodas de apoio, fisioterapia pélvica, pilates e preparação do períneo são alguns dos caminhos que podem ser seguidos. Porém, há quem passe por todos eles e termine na mesa de cirurgia. Nesta semana ouvimos mulheres que passaram pela cesárea intraparto. Frustração é uma palavra comum no vocabulário de todas elas. "É como se tivesse nadado, nadado e morrido na praia", conta uma delas. Por que muitas mulheres querem fugir da cesárea? Por que esse sentimento de frustração aparece se está tudo bem com o bebê e com a mulher, e ela tem certeza de que a indicação da cirurgia foi real?

Quando o assunto é trabalho de parto, o imaginário popular logo vê uma parturiente correndo para o hospital assim que a bolsa estoura ou em uma mulher sentindo dor, deitada na cama, gritando e molhada de suor. Boa parte dessa ideia se deve aos filmes e novelas que abordam o assunto.

Na vida real, há muita diferença, inclusive na maneira de se trazer um filho ao mundo.

Cesárea, parto normal, natural ou humanizado são alguns termos associados ao nascimento. Para diferenciá-los, o 40 Semanas convidou a obstetriz Ana Cristina Duarte, do Coletivo Nascer.