Rádio Paulo Freire - Especiais Rádio Paulo Freire

No quinto e último episódio da série "Os 60 anos da rádio Paulo Freire", repassamos toda a história da emissora, da rádio Universidade do Recife (1962/1963), passando pela rádio Universitária AM até se transformar na rádio Paulo Freire (2018/2019).

No quarto e penúltimo episódio da série "Os 60 anos da rádio Paulo Freire", sabemos o motivo de não termos registros gravados da rádio Universidade. O Serviço de Extensão Cultural e o Plano Nacional de Alfabetização parecia não agradar a todos. Os anos de 1960 são tensos politicamente. É a época da Guerra Fria. A Revolução Cubana (1959) era vista como o início de uma Revolução Comunista prestes a tomar conta do mundo inteiro. E a campanha de desinformação da época coloca o Recife no radar e quando o golpe eclode em 1964, os projetos do Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife são abruptamente interrompidos e seus responsáveis são presos e perseguidos, sendo obrigados a deixar a cidade e o país.

No terceiro episódio da série "Os 60 anos da rádio Paulo Freire", a gente desvenda a grande lenda de que a rádio Universidade do Recife foi usada por Paulo Freire para alfabetizar jovens e adultos com seu método. Neste episódio, conhecemos como era a programação definitiva da emissora, no ano da sua estreia, em 1963. Conhecemos alguns programas que fizeram sucesso e ficamos sabendo qual era o principal objetivo do programa diário: "Campanha de Alfabetização", a partir do depoimento de Marcius Cortez e de Hugo Martins, profissionais responsáveis pelo programa. O slogan da emissora era: "uma rádio a serviço da democratização da cultura" e ela estava focada em difundir a cultura local e do mundo e ajudar na divulgação da Campanha de Alfabetização, que em 1963 se nacionaliza e se transforma no Plano Nacional de Alfabetização (PNA), a partir do Sistema de Alfabetização de Paulo Freire, aperfeiçoado no Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife.

No segundo episódio da série "Os 60 anos da rádio Paulo Freire", acompanhamos a criação do Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife em 1962. O SEC surge como uma das pautas estudantis de reforma universitária e é colocado em prática pelo Reitor João Alfredo junto com Paulo Freire. Com a criação do SEC, surge o projeto de uma Universidade Popular. O Sistema de Alfabetização de Paulo Freire toma outra dimensão a partir da criação do Serviço de Extensão Cultural. O SEC estava dividido em três partes: a educacional, com pesquisas e ações voltadas à educação (da alfabetização à pós-graduação); a artística e a de comunicação. Como parte das ações culturais e de comunicação foi criada a Revista Estudos Universitários e a rádio Universidade. A rádio tinha caráter cultural e pedagógico, com uma programação que se diferenciava das rádios comerciais da época. Em 1962, a rádio Universidade entra no ar em caráter experimental.

No primeiro episódio da série "Os 60 anos da rádio Paulo Freire", conhecemos o contexto do Recife dos anos 1950/1960. Época em que um grupo de alunos e ex-alunos da Faculdade de Direito e de outras Faculdades do Recife movimenta a cidade culturalmente e intelectualmente. Nesta época surge o Gráfico Amador e o Teatro Popular do Nordeste (TPN), por exemplo. Apesar da grande movimentação intelectual, o Recife e o Nordeste do Brasil tinham um número altíssimo de analfabetos. É nesta época que Paulo Freire começa seu trabalho e pesquisas sobre alfabetização de jovens e adultos e que surge o Movimento de Cultura Popular, que tinha como referência as experiências de universidades populares na Europa. Este contexto e os seus personagens serão importantes para entender o surgimento da rádio Universidade do Recife em 1962/63.

Este é o oitavo e último programa da série especial “100 anos de Paulo Freire: dos tempos fundantes à contribuição planetária” organizada pela Cátedra Paulo Freire como parte das atividades comemorativas do Centenário Paulo Freire, realizada pela Universidade Federal de Pernambuco. Nesta aula aberta, discutimos a atualidade do pensamento de Freire e educação popular.