Textos de Ressaca Nikolle Matos

texto brega com fundo lofi do Cazuza, qualidade de boteco e muito amor envolvido

Cover da música Quando Bate Aquela Saudade - Rubel, dedicado à princesa

"Eu amo você demais

Vem cá sua louca, por que cê vai?

Tem uns adjetivos

bons na vida

Que eu comparo sempre a você

Sabe o meu corpo todo se arrepia

Só de lembrar da alma degradê

Eu quero te ver demais

Fica moça, por que cê vai?

Existe uma tal distância fria

Corrói os ossos, um desprazer

Nos transitamos em palavras amigas

Onde mora algo além de eu e você

Só teu corpo tem seu olho

Só você que é você

Só eu te amo nesse tanto

Quando cê vai perceber?

Que só teu corpo tem seu olho

Só você que é você

Só eu te amo nesse tanto

Quando cê vai perceber?

Eu amo você demais

Vem cá sua louca, por que cê vai?

Tem umas cores boas na avenida

Que eu associo sempre a você

Eu vou de encontro às obras de arte

Aquarelando nossa dor à parte

Eu quero te ver demais

Fica moça, por que cê vai?

Eu vou colar nos muros e esquinas

O que foi vomitado em poesia

Me esbarro com você em outra tarde

Como dissemos "vou sentir saudade"

Só teu corpo tem seu olho

Só você que é você

Só eu te amo nesse tanto

Quando cê vai perceber?

Que só teu corpo tem seu olho

Só você que é você

Só eu te amo nesse tanto

Quando cê vai perceber?

Rasgo papéis de carta

Ninguém usa

Lembro das árvores,  jardim da minha infância

Lembro do jardim, você não estava lá...

"Hoje eu me arrastei pelos 5 cantos do inferno procurando um lugar em que pudesse ser eterno e onde pudesse me fortalecer da dor e caos de um mundo predominante em mim. A porta continua aberta, o celular está carregado, eu moro no mesmo endereço e como se você não houvesse: eu choro. Por ser parte de um elo quebrado pelas mãos de outros: eu choro. Eu grito. Eu quebro o vidro do espelho. E me permito ser exagero onde sempre fui silêncio. Analiso atentamente todas as frases de espetáculos que não consegui tatuar em meu corpo, ouço cada música nossa, me derramo em cada vídeo, cada foto. Deixo a queda d'água rolar pelas bochechas umedecidas e avermelhadas, de um eu estilhaçado por bombas americanas em direção ao inimigo.

Me debruço pela mesa, não pela vontade, mas pela falta de força. Acredite, eu não sou tão forte assim para reafirmar mais uma vez a minha existência. São 18 anos de conflito, 3 de aceitação, 2 de fortalecimento, 1 de ascensão e alguns meses de te amar. A última luta, foi a mais gostosa. Nos exatos 74 dias em que pude ser feliz e paradoxalmente sentir medo. Eu sinto medo. Muito medo. Não por mim, ou por nós, mas por todos aqueles que nasceram marcados por Éden em seu berço.

A janela continua aberta, o celular está conectado, o moletom que você gosta tá limpo. Quase tudo continua monótono, mas mudei a direção do riso para longe de mim. Eu vou ficar bem, eu vou viver, eu sei lidar com a saudade.
Só não sei lidar com a morte de quem continua vivo, principalmente com a sua, que mora na mesma casa, vive na mesma cidade, mas como eles dizem: está sob ameaça de mim. Por isso acho que eu deveria ter nascido em outro corpo, só para ter a liberdade de dizer: eu te amo."

Leitura do texto: bailarina (@textosderessaca)

"Seria errado se eu dissesse que algumas vezes, quis pôr a minha boca na sua virilha? Porque eu queria. A cada beijo, mil pensamentos cautelosos para não ultrapassar o limite. Se eu soubesse do presente, teria ultrapassado. Queria passar a ponta dos meus dedos nos seus ombros, braços e seios, te tocar como se fosse seda. Imagina meus lábios por toda a sua existência, fazendo arrepiar o ventre.

O seu corpo, expandido pela alma, faz com que cada milímetro seja um paraíso de descobertas femininas e transitórias. As minhas unhas cortadas se tornam um trem esperando para iniciar a viagem sobre os trilhos da sua coluna, parada final: nuca, com um passeio pelos cabelos. O rosto macio teu, é o lugar perfeito para descansar minhas bochechas e movê-las, fazendo meu nariz tocá-lo livremente. De súbito, enquanto nos consumimos minha mão clama por bunda e que puta bunda gostosa você tem. Por isso te colo na minha pele e te quero no meu colo, sentando e dançando enquanto observo seus olhos de jabuticaba. Entrelaçar suas mãos na minha é morder com os dedos, fazer com que os dentes não se soltem da mandíbula por sussurrar sua carne.

Você foi o caos no meu oásis, foi o raio de sol que fez evaporar cada gota d'água da minha calmaria. Eu te queria, ainda que faltasse paz, meu corpo e mente se explodiam: gasolina. Moveu o que era imóvel. Meu chão virou sertão. Aridez e fuga do fogo.

Seria errado se eu dissesse que algumas vezes, quis pôr a minha boca na sua virilha? Porque eu queria. A minha língua é muito boa com lambidas, as minhas mãos são muito firmes e minhas unhas não arranham, só pra você. Só pra fazer de você aquilo que você fazia de mim: selva. E a relva do meu terreno-corpo salivava só de pensar em sentir cada toque da leoa.

Combina com sexo, mas a minha cautela sempre me fez ter medo de fuder alguém, principalmente meus ficantes fixos. Já você... Você eu queria, nua na minha coxa, entrelaços, tesoura, troca, transa e bonança. Eu queria muito te fuder, te comer, porque seu nome era o único que verdadeiramente me dava prazer. Dentre tantos toques, tinha o coração, meu maior objetivo, onde guardava minha oração. Coração rima com canção, que sintoniza as ondas sonoras das batidas frenéticas geradas por seu sorriso. Só você é você e é por isso que eu gosto."