IPCA de agosto registrou leve deflação de 0,02%, pouco abaixo da expectativa de 0,0% do mercado

Ecio Costa - Economia e Negócios

Essa é a primeira taxa negativa desde junho de 2023, quando teve queda de 0,08%. Isso trouxe um alívio momentâneo, fazendo com que o índice acumulado em 12 meses permanecesse abaixo do teto da meta de inflação, reduzindo de 4,5% para 4,24%. Ainda assim, a inflação segue pressionada, e o resultado de agosto não elimina as preocupações de que o teto de 4,5% possa ser ultrapassado até o fim do ano. O resultado foi influenciado, principalmente, pela redução nos preços de Habitação (-0,51%) e Alimentação e bebidas (-0,44%), sendo esse último puxado pela queda dos preços da alimentação no domicílio (-0,73%). Ambos contribuíram para uma queda de 0,17 ponto percentual no índice do mês. Os demais 7 grupos pesquisados apresentaram elevação. A mudança para a bandeira verde na energia elétrica em agosto, sem cobrança adicional, resultando em uma deflação de 2,77%, ajudou a aliviar o grupo de Habitação. No caso da alimentação, o recuo nos preços de itens como batata, tomate e cebola também foi um fator determinante. Por outro lado, o grupo de Transportes se manteve estável, mas os combustíveis como a gasolina e o diesel ainda registraram altas. No entanto, as passagens aéreas apresentaram uma queda de 4,93%, aliviando o impacto do aumento sazonal do mês anterior, marcado pelas férias escolares. Mesmo com a deflação de agosto, a inflação acumulada em 12 meses segue em 4,24%, próximo do teto da meta. Isso mantém o Banco Central em alerta, especialmente diante do reajuste da energia elétrica em setembro para a bandeira vermelha. Se a inflação voltar a acelerar em setembro, ficando acima de 0,26%, o teto da meta será ultrapassado, o que reforçará a perspectiva de elevação da Selic nas próximas reuniões do COPOM, atualmente em 10,5%. A trajetória dos juros no Brasil também depende de fatores externos, como a política monetária dos Estados Unidos. Os juros americanos vão começar a cair em setembro, e isso poderia trazer um alívio para o Brasil, permitindo que o Banco Central pudesse reduzir a Selic, e até com mais intensidade. Contudo, a alta da inflação interna vem colocando em risco essa perspectiva.

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