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Protestos pró-Palestina: não é bom que os jovens se mobilizem contra a guerra‪?‬ P24

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Cansámo-nos de ouvir lamentos sobre os jovens, por desertarem das causas cívicas ou por se alhearem do debate político. Durante muitos anos, foram-nos chegando notícias sobre a crescente anomia nos campus universitários dos Estados Unidos, que nos habituámos a ver como lugares de gestação de ideias e iniciativas políticas generosas e progressistas. Diziam-nos até que o individualismo as tinha tomado de assalto, que as ciências sociais e humanas estavam em declínio perante a ascensão das profissões dos yuppis. Agora, com os protestos contra a violência de Israel em Gaza em tantas universidades americanas, em lugar da crítica ao desinteresse chega a crítica pelo excesso de mobilização. O que está a acontecer?

Viajando no tempo, vale a pena recordar a pressão que os jovens universitários da América fizeram para que a guerra do Vietname acabasse. Nada de muito diferente do protesto de agora contra as violações dos direitos humanos na Faixa de Gaza. Na altura, os jovens foram acusados de fazer o jogo do inimigo, o comunismo. Hoje, há quem os acuse de anti-semitismo, como se a denúncia do Governo da extrema-direita de Israel pudesse ser comparada ao ódio étnico contra todo um povo.

Perante as prisões de centenas de estudantes, da violação da polícia de uma zona livre e sagrada como é um campus universitário, as pressões da direita musculada aumentam. Lá ou em Paris, reclamam que o exército intervenha ou que os financiamentos públicos se suspendam. Mas, não é desejável que os jovens se horrorizem com a violência que está a arrasar a população da Faixa de Gaza? Não é bom que se mobilizem contra a guerra e contestem o cinismo da realpolitik dos estados? Não é bom que se sintam no direito de serem a consciência crítica das democracias que começam a acolher com demasiada normalidade a morte indiscriminada de civis inocentes? Estarão os jovens a passar do protesto pacífico que, como recordou Joe Biden, deve ser protegido?

Para reflectir estas questões, neste P24 ouvimos Joana Carvalho, um dos rostos do movimento “Coimbra pela Palestina”, da Universidade de Coimbra.
See omnystudio.com/listener for privacy information.

Cansámo-nos de ouvir lamentos sobre os jovens, por desertarem das causas cívicas ou por se alhearem do debate político. Durante muitos anos, foram-nos chegando notícias sobre a crescente anomia nos campus universitários dos Estados Unidos, que nos habituámos a ver como lugares de gestação de ideias e iniciativas políticas generosas e progressistas. Diziam-nos até que o individualismo as tinha tomado de assalto, que as ciências sociais e humanas estavam em declínio perante a ascensão das profissões dos yuppis. Agora, com os protestos contra a violência de Israel em Gaza em tantas universidades americanas, em lugar da crítica ao desinteresse chega a crítica pelo excesso de mobilização. O que está a acontecer?

Viajando no tempo, vale a pena recordar a pressão que os jovens universitários da América fizeram para que a guerra do Vietname acabasse. Nada de muito diferente do protesto de agora contra as violações dos direitos humanos na Faixa de Gaza. Na altura, os jovens foram acusados de fazer o jogo do inimigo, o comunismo. Hoje, há quem os acuse de anti-semitismo, como se a denúncia do Governo da extrema-direita de Israel pudesse ser comparada ao ódio étnico contra todo um povo.

Perante as prisões de centenas de estudantes, da violação da polícia de uma zona livre e sagrada como é um campus universitário, as pressões da direita musculada aumentam. Lá ou em Paris, reclamam que o exército intervenha ou que os financiamentos públicos se suspendam. Mas, não é desejável que os jovens se horrorizem com a violência que está a arrasar a população da Faixa de Gaza? Não é bom que se mobilizem contra a guerra e contestem o cinismo da realpolitik dos estados? Não é bom que se sintam no direito de serem a consciência crítica das democracias que começam a acolher com demasiada normalidade a morte indiscriminada de civis inocentes? Estarão os jovens a passar do protesto pacífico que, como recordou Joe Biden, deve ser protegido?

Para reflectir estas questões, neste P24 ouvimos Joana Carvalho, um dos rostos do movimento “Coimbra pela Palestina”, da Universidade de Coimbra.
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