"Eu gosto de observar como é que vão sendo as coisas. Na minha área mesmo, por exemplo, você tá vendo aqui na sala que tem divã, e no online não tem divã. Então são novos o que a gente chama de 'settings', são novos settings que vão ter que ser criados. A pessoa não liga a câmera, ela tá atrás da câmera, atrás da tela ou não tá? Ou mesmo por exemplo pessoas que abrem a cam e estão de pijama, tão deitadas na cama e estão numa classe. É errado, é certo? Não, não tem um errado é certo, mas dentro desse contexto, por exemplo, o que que leva uma pessoa a se mostrar em público - nós estamos numa sala de aula, mesmo online, ela tá em público -, de uma maneira tão íntima? Será que pessoalmente ela iria de pijama para a aula? Mas por que que no online ela vai? Então o que que motiva isso? Que consequências isso pode ter, isso futuro vai mostrar para gente. Eu poderia tá elucubrando aqui, mas eu também não sei exatamente quais seriam as consequências disso. Porque nós estamos ainda vivendo isso. E mesmo pós-pandemia, eu acredito que a gente vai ter que um bom tempo de observação, porque se formou uma nova cultura. Nós já estamos dentro de uma nova cultura que eu estou acompanhando e vendo, dentro da minha área e tentando ver dentro de outras áreas, como é que as pessoas estão se costurando, como é que elas estão pensando, ou como é que elas estão agindo, o que que levou a agir deste jeito, né. Então eu continuo observando". ANTONIO GERALDO DE ABREU FILHO, 68 anos, em conversa no dia 5 de junho de 2021. Transcrição da conversa: https://saopauloisolada.com.br/?p=639