O conceito de certo ou errado. (Ou uma reflexão sobre auto-conhecimento).
Neste livro, (“Conversas com Deus”), o autor aborda uma das questões mais colocadas na história da vida humana: “se Deus existe, como é que Ele permite que tantas atrocidades e desastres aconteçam?” A verdade é que eu própria não sei o que chamar ao Todo, ao invisível que Tudo sustenta, mas a resposta neste livro faz todo o sentido. Tudo aquilo em que acreditamos ou foi alguma vez partilhado como “verdade absoluta é inquestionável” é uma criação humana. Deus, o espírito, o Universo, ou qualquer entidade digna de “reverência” apenas dá a total liberdade de criação. Independentemente de qual tenha sido a origem deste mundo em que vivemos, somos nós, cada um de nós, a criar a ilusão e a polaridade do certo e do errado através dos nossos próprios filtros de percepção. É aqui que entra, ou pode entrar, a nossa capacidade de associação, ou melhor, de dissociação, de tudo aquilo que nos foi dito, ensinado, tudo o que lemos e aprendemos. Somos nós que criamos o julgamento, a comparação, a superioridade e a inferioridade, através das histórias que criamos: sobre nós mesmos e sobre os outros. Conheces as tuas histórias? Gostas delas? Estás feliz com elas? Caso não estejas, fica a saber que as podes mudar. (Não, não vamos viajar no tempo nem mudar experiências passadas…) Estás sempre a tempo de criar uma nova história para a tua vida. Uma em que provavelmente os pontos que gostavas de apagar, são os pontos que te fazem viver o que não pensavas ser possível. Pode acontecer numa decisão potenciadora e transformadora. Acontece sobretudo quando te dedicas a conhecer-te a ti mesmo. Porquê? Porque está é a única e a maior responsabilidade que temos enquanto seres. Quando eu me conheço, eu sei o que eu quero. Eu sei o que eu quero, porque eu sei o que precisa de acontecer para que aquilo que eu quero aconteça. Parece confuso não é? Quando eu me conheço e tenho curiosidade em relação a mim mesma(o), eu sei o que me assusta, e o que me faz sentir amada (entre tantas outras coisas). Conhecimento é poder e responsabilidade. A questão que se prende é: Será que queres ter responsabilidade total pela tua vida? Ou preferes ir no flow e ver no que dá? A vida vai sempre trazer algo útil mesmo quando parece que o mundo vai desabar. Isto soa a clichê terrível mas nada na vida acontece por acaso. Nem o “bom” nem o “mau”. É que, sem julgamento, todas as coisas que acontecem são mensagens, informação, redirecionamento. São semáforos na estrada da experiência humana que ora nos dão luz verde para seguir, luz amarela para ir com cuidado e redobrar a atenção ou luz vermelha para parar. (…) Não digo que o auto-conhecimento nos vai livrar de tudo e ser a salvação das almas. Mas conhecer-mo-nos dá-nos a oportunidade de ver para além do automático, podemos escolher com mais tranquilidade aquilo que queremos fazer crescer e manter e aquilo que afinal não passava de uma história que nos foi repetida tantas vezes que achávamos que tínhamos de replicar (muitas vezes inconscientemente). Ter a oportunidade de saber que vim aqui não para ser alguém como alguém me disse que eu devia ser, não para ser alguém que eu nasci para ser aos olhos dos outros mas para ser alguém que eu escolho criar. Sermos a nossa própria Criação é o maior dom da vida que nos foi dado. Seja por Deus, pelo Universo, ou o que quer que se chame ao Todo que tudo sustenta.